Saímos daquela festa em um completo silêncio, Rye não queria me escutar, ele me evitou a viagem todinha e parecia tão chateado que aquilo doía no meu coração, doeu em mim saber que mais uma vez eu fui o culpado. Eu sou mesmo um idiota.
Nós chegamos em casa e os meninos decidiram ficar ali por um tempinho. Por conta do acontecido nós acabamos saindo mais cedo do que o planejado da festa. Eu ainda me sentia mal, ele falava com todos os meninos menos comigo, era terrível a sensação.
– Acho melhor nós irmos, já está ficando tarde – Rye fala em um tom de sussurro para Mikey, mas mesmo assim eu consigo entender, o moreno ao seu lado apenas assente brevemente.
– Nós já vamos, ok? Prometi ao pai de Harvey que o deixaria em casa antes das 1 da manhã – Mikey comenta com os meninos fazendo com que Harvey faça uma careta. Ele não queria ir embora ainda.
– Mas já? – Harvey pergunta meio desanimado e percebo que Mikey diz algo em seu ouvido, logo a expressão do rosto dele muda e ele parece ter concordado com Mikey – Ah é, eu tenho que estudar também, tá chegando aí os dias de provas.
– Verdade, mas vão logo para casa que eu tô doido para vomitar – disse Brooklyn correndo para o banheiro com Jack indo atrás deixando que ficasse apenas eu e os três meninos ali com um clima não muito agradável.
– Então... Nós já vamos, tchau Andy – disse Harvey rapidamente vindo me dar um abraço e Mikey logo fez o mesmo. Rye olhou para mim mas não falou nada, parecia que tínhamos voltado a ser estranhos, era frustrante.
– Tchau, meninos – disse com um sorriso meio torto, ninguém estava com clima ali – Boa noite, Rye.
– Boa noite – ele me respondeu rapidamente e saiu da casa sendo acompanhando por Harvey, mas Mikey permaneceu ali parado na minha frente como se quisesse dizer algo.
– Conversa com ele, tá? Eu sei que não foi culpa sua, mas Rye é meio cabeça dura e gosta muito de você, não deixa ele escapar – ele diz sem esperar um resposta e sai da casa me deixando ali sozinho e com milhares de pensamentos rondando a minha cabeça e todas esses pensamentos eram sobre Rye.
Sobre como de repente ele apareceu e virou minha vida de cabeça pra baixo, sobre como eu amei cada sorriso, risada e olhares que ele me oferecia, sobre como eu me apaixonei por ele nos mínimos detalhes e não sei se conseguiria viver sem ele. Na verdade, eu sei sim, sei que conseguiria viver sem ele, o único problema é que eu não quero parar de ouvir sua risada que ele diz odiar, mas que eu simplesmente amo, não quero parar de ouvir ele me fazendo elogio toscos em espanhol ou comentar o tempo todo sobre meu olho. Que inferno, eu amo Ryan Beaumont!
Corri para meu quarto e fechei a porta com força fazendo um barulho alto, imaginei que Brook e Jack estivessem em seu quarto então não iriam ligar muito e meu pai e Rose só iriam chegar mais tarde, eu só espero que esse mais tarde seja realmente bem mais tarde, o tarde que dê tempo de eu chorar tanto até pegar no sono. Papai sempre disse que eu não deveria pensar demais, que a mente é nossa pior inimiga. Agora eu entendo o porquê.
Comecei a pensar muito em minha mãe, ela sempre foi meu porto seguro, ela sempre estava ali quando eu precisava dela e agora eu estou sozinho, sem ninguém. Escutei um barulho em minha porta e logo vi a mesma sendo aberta pelo meu pai, que, mais uma vez, não bateu na porta.
– Andrew, tá acordado? – perguntou ele ligando a luz a vindo até minha cama aonde até então eu estava deitado, mas logo me sentei quando o mesmo se sentou ao meu lado.
– Sim, estou.
– Aconteceu alguma coisa? Seu olho está vermelho. Você estava chorando? – no mesmo instante em que ouvi isso eu passei uma mão sobre meu rosto, não queria que ele visse que eu estava chorando, até porque eu não saberia explicar o motivo, eu nunca contei para ele sobre o Rye.
– Eu... Briguei com um amigo – não era mentira, era uma meia verdade, Rye era meu amigo e namorado, bom, pelo menos eu espero que ele ainda seja meu namorado.
– Com um amigo? Que amigo?
– Ryan, filho do Oliver, aquele do hotel.
– Ah eu lembro dele. Ele é seu amigo? – assenti brevemente com a cabeça. Eu odiava mentir para meu pai, me sentia como se estivesse traindo a sua confiança em mim – Então ele vai entender você se você explicar direitinho – eu apenas fiquei em silêncio sentindo as lágrimas voltando. Eu sabia que Rye não iria querer me ouvir e isso tudo dói tanto em mim – O que aconteceu nessa briga que te deixou tão abalado?
Essa foi a pergunta chave da noite. Eu não sabia o que responder até porque não havia sido uma briga e eu sou péssimo contando mentiras. Comecei a chorar novamente e abracei meu pai que pareceu ficar surpreso, mas não hesitou em nenhum momento e apenas me abraçou também, como se estivesse me protegendo de algo.
– Me desculpa pai, me desculpa – disse em meio as lágrimas que insistiam em sair.
Meu pai pareceu ter ficado confuso, provavelmente não tinha entendido o porque de eu estar pedindo desculpas para ele assim do nada.
– Desculpas? Pelo o que? – passei a manga da minha camisa em meu rosto tentando secar as lágrimas e então engoli em seco, essa é a hora que eu temia que chegasse.
– Eu menti pai, eu não briguei com o Rye, na verdade o Rye não é meu amigo... Quer dizer, ele até é mas não exatamente, sabe? – falei com uma rapidez que eu nem sabia que conseguia falar, meu pai mais uma vez pareceu confuso.
– Respira Andy, fala devagar que eu não tô entendendo nada. Como assim não foi uma briga? E como assim o Rye não é seu amigo? – ele subiu na minha cama e sentou virado para minha frente onde eu pudesse ter uma visão melhor sobre o seu rosto confuso – O que está acontecendo?
– Pai... O Rye, ele... Ele é meu namorado – silêncio absoluto, ele apenas me olhava tentando raciocinar o que eu havia acabado de dizer, parecia tão confuso quanto antes.
– Namorado? – ele perguntou e eu apenas assenti, estava com medo de falar e minha voz denunciar que eu estava nervoso naquele momento – Mas isso é perfeito.
– Perfeito?
– Sim filho, estou muito feliz por você – ele respondeu deixando um beijo em minha cabeça – São poucos os filhos que conseguem se assumir para os pais, fico feliz que tenha me contado.
– Obrigado, pai – deixei pela primeira vez depois de todo o acontecido um sorriso sincero escapar de meu rosto, estava feliz pela reação de meu pai.
– Mas se vocês não brigaram, o que aconteceu? – suspirei fundo me lembrando dos acontecimentos, parece meio estranho contar essas coisas para meu pai quando a gente nunca teve momentos assim.
– Foi nessa festa de ontem a noite quando ainda não era de madrugada, uma garota me agarrou e me beijou e ele viu, ele entendeu tudo errado e não quer falar comigo, pai – disse tudo de uma vez quase voltando a chorar de novo, mas meu pai apenas deu uma risada com meu comentário – O que é tão engraçado?
– Vocês ainda são jovens meu filho, essas coisas acontecem mesmo. Tente conversar com ele, sei que ele vai te escutar – ele disse me dando um beijo na cabeça mais uma vez e saindo do quarto me deixando parado pensando no que o mesmo havia dito.
Meu pai estava certo, essas coisas acontecem, não é? Então está decidido, conversarei com Rye ainda hoje, mesmo que seja madrugada, eu não me importo e espero que ele não se importe também, eu só quero o meu Rye de volta e eu não vou aceitar um "não" como resposta do destino. Eu vou ter o Rye de volta, o meu Rye.
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O Melhor Amigo do Meu Irmão
FanfictionAcompanhe a história de Andy, um jovem que sempre sonhou com o amor romântico perfeito. No entanto, tudo muda quando ele se vê apaixonado pelo improvável: o melhor amigo de seu próprio irmão. Em meio a conflitos internos e externos, ele enfrentará o...