~ Capítulo 29 ~

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Já haviam se passado mais de dois dias e Ryan ainda não falava comigo. Mandei mensagem, liguei e também fui até a sua casa, mas talvez ele só precisasse de mais tempo.

– Ele vai voltar a falar com você, Andy – Jack me ajudava nessa situação, porque eu sozinho com certeza já teria surtado.

Estávamos em uma cafeteria conversando sobre Rye e sobre nosso irmão. Eu tinha muita coisa na cabeça e poderia explodir a qualquer momento se não conversasse com alguém.

A garçonete já havia trago nossos pedidos e voltava a encher o copo de café de Jack.

– Eu queria que tivesse sido diferente – suspirei de leve, estava exausto de tudo.

– O que você pretende fazer?

– Eu ainda não contei a ninguém sobre isso – comentei frustrado – Não sei como contar.

– A faculdade é realmente bem longe – disse Jack – Mas se é lá que você quer fazer, então faça, eu sei que Rye vai entender você.

– Eu espero que sim – mordi um pedaço do meu croissant de chocolate. Era meio que meu jeito de resolver qualquer problema.

Depois da conversa com Jack, nós decidimos voltar para casa, já que não havíamos contado para ninguém que iríamos tomar café juntos. Era provável que Brook estivesse surtando.

– Onde vocês estavam? – Brooklyn pergunta quando entramos em casa. Ele estava parado, com as duas mãos apoiadas em sua cintura.

– Fomos tomar café – respondeu Jack, dando de ombros.

– Sem mim?

– Sim Brook, sem você.

Deixei com que os dois ficassem discutindo e fui para o meu quarto. Não iria me meter naquilo.

Deitei na minha cama e coloquei "falling" do Harry Styles para tocar em meus ouvidos. Era como uma cura para o sofrimento. Ou talvez eu só estivesse sendo dramático.

Não foi o suficiente. Me levantei da cama e desci para a cozinha. Jack e Brook não estavam mais na sala, o que foi um alívio para mim. Abri a geladeira, peguei uma fatia de torta de limão, duas rodelas de abacaxi, meu croissant de chocolate que Rosie havia comprado e um copo de suco de laranja. Eu tenho compulsão alimentar quando fico nervoso ou ansioso, tudo isso começou quando minha mãe morreu, eu cheguei a ganhar mais de 7kg na época.

Voltei para meu quarto enquanto mordia meu croissant. Ele estava gelado e um pouco seco, mas ainda estava bom para comer. Voltei para minha cama e peguei meu notebook para assistir alguma série. Não que Young Royals fosse uma série muito animada, mas eu não estava animado o suficiente para ver qualquer outra série.

Senti meu celular vibrando e rapidamente o peguei na esperança de ser uma mensagem de Rye, mas era apenas meu pai avisando que estava indo ao mercado com Rosie e perguntando se eu iria querer algo. O respondi rapidamente dizendo que iria querer dois croissants de chocolate e uma caixa com uvas verdes sem caroço. Elas eram como uma pipoca pra mim.

Não sei exatamente o que aconteceu comigo, mas de repente eu comecei a sentir um calor invadir o meu corpo, o que era estranho, levando em consideração que meu ar condicionado estava ligado e estava fazendo 16 graus lá fora. Mas mesmo assim, retirei meu moletom para ver se o calor diminuía e comecei a sentir o meu corpo tremer. Eu estava tendo calafrios e minha perna parecia bamba. Comecei também a sentir falta de ar, então eu levantei da cama e fui até meu armário pegar minha bombinha de asma que eu guardava ali, e logo inalei o restinho de ar que havia nela. Não ajudou em nada.

Eu me sentia tonto e o calor aumentava dentro de mim. Me ajoelhei no chão e comecei a chorar. Estava tendo uma crise de pânico outra vez, eu sabia disso, mas isso só havia acontecido umas duas vezes desde que a mamãe morreu, por isso eu comecei a fazer terapia, e também para evitar que o mesmo acontecesse com Brooklyn. Minha cabeça começou a doer, estalando forte, como se alguém estivesse gritando dentro dela, então eu resolvi gritar também. Coloquei as mãos em minha cabeça e comecei a gritar bem alto, eu batia em minha cabeça, deixando a ansiedade e pânico controlarem o meu corpo por completo. Era uma sensação horrível, eu odiava estar naquela situação. Me sentia doente.

O Melhor Amigo do Meu IrmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora