capítulo um.

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"deixe-me ir, preciso andar.
vou por aí a procurar, rir pra não chorar.
quero assistir ao sol nascer,
ver as águas dos rios correr,
ouvir os pássaros cantar.
eu quero nascer.
quero viver".
preciso me encontrar - cartola


— Você sabe o porquê dessa mudança de repente, mãe? — Harry falou, animado para conhecer o novo intercambista, visto que o último em questão não havia lhe agradado muito.

— Aparentemente o Oliver desistiu, mas eles não me avisaram o motivo. Só me perguntaram se eu aceitava uma mudança de última hora, um novo intercambista. A Sra. Jones me mandou as novas informações e eu gostei do menino, ele parece ser uma boa pessoa. — Isabelle, mãe de Harry, respondeu, ajustando os balões de boas vindas no fundo do carro para que não estourassem.

— Graças a Deus, né! Foi um presente do universo para mim, ele tinha cara de ser um chato metido!

— Oxe, Harry, tá maluco? E se tiver acontecido alguma coisa séria com ele e você aí, comemorando?

— Relaxa, mãe! Eu sei porque ele desistiu, não foi nada muito grande.

— Hm. E foi pelo o que?

— Ele se apaixonou por mim. Por isso desistiu. Ele não está preparado para o amor. — Harry verbalizou, em um tom de voz sério e completamente convicto da sua ideia. E Isabelle caiu na gargalhada, tendo até que se segurar no carro para não cair. A mulher era completamente besta para dar risada e seu filho completamente besta para fazer piadas (todas ruins, é importante ressaltar).

— Como você se acha, garoto!! Pare com essa gracinha toda, viu? Quero só ver se o William for mais quietinho e não gostar das suas brincadeiras exageradas.

— William... parece nome de príncipe. Será que ele vai ser metido também? Ai, céus! Me mostra foto dele, mãe!

— E você lá vai saber se a pessoa é metida desse jeito, Harry? Vai descobrir isso vendo uma foto?

— Claro que sim!

— Aquieta o facho, menino. Entra logo no carro vai, estamos atrasados.

— Me mostra a foto dentro do carro então!

— Nãão, Harry — Isabelle rebateu, já entrando no carro e fechando a sua porta, forçando Harry a fazer o mesmo.

— Aff como você é chata!

— Isso é coisa que se fale para mãe?

Harry sabia que ela estava brincando, mas mesmo assim não quis arriscar:

— Mamãezinha meu amooor! Você é linda, sabia? Por isso que eu sou assim: esplêndido.

— Será que dá para você ser SÓ um pouquinho humilde? Põe o cinto.

— Eu acabei de te elogiar e você só percebe a parte do meu narcisismo? — Harry rebateu, obedecendo a mãe e colocando o cinto que ele tanto odiava, mas que já sabia que iria perder na discussão com Isabelle caso reclamasse desse de novo.

— Fico feliz que você tenha noção de quem é, Styles. — ela respondeu, fazendo Harry sorrir, grato por ter alguém como ela carregando a responsabilidade da sua maternidade.

Família nunca foi um assunto confortável para Harry, então tê-la depois de todo o inferno que os dois passaram, era presente. E Isabelle sentia o mesmo, sem saber como seguir se não tivesse o filho por perto.

Harry perdeu o pai, e Isabelle o marido. Harry perdeu toda a sua família paterna após ficar do lado da mãe em uma briga dos pais - o que ocasionou a separação dos dois; e Isabelle já havia perdido todos os seus parentes após contá-los que estava grávida aos 18 anos. Eram só eles, sabe? Os dois lutavam pela vida da própria família todos os dias. E isso era mais que o suficiente.

crisálida. {l.s}Onde histórias criam vida. Descubra agora