capítulo três.

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oii! leiam as notas finais, por favor <33

"vivemos esperando o dia em que seremos melhores.
melhores no amor,
melhores na dor,
melhores em tudo".
dias melhores - jota quest

William não fazia ideia em qual direção o ponteiro maior do relógio apontava quando Harry bateu em sua porta, mas supôs que fosse cedo, já que ele estava pedindo para William se arrumar para o colégio.

— Desculpa te acordar esse horário, William, mas é que precisamos ir mais cedo hoje... você ainda precisa resolver algumas coisas com o diretor e... enfim, desculpa. — Harry falou do lado de fora do quarto com peso na voz, odiando ter feito o que fez. Não que fosse nada surreal, mas ele odiava ser acordado e, uma vez que sabia como era a sensação, odiava ter que fazer o mesmo com os outros. Já havia discutido com a mãe naquela manhã por não querer ser o responsável de acordar o intercambista, mas não teve jeito. Isabelle consegue ser muito insistente e firme quando quer.

William assentiu para Harry, levantando devagar e indo até o banheiro, lavando seu rosto e se olhando com intensidade nos únicos minutos do dia sem a máscara, cada parte de seu rosto que o remetia a um momento. Aquilo era quem ele era. Mas, se é assim, por que ele não conseguia se enxergar?

"Sou a Reprodução Interdita de René Magritte", ele afirmava.

"Ontem foi um dia bom, será que hoje vai ser também?", perguntou.

William se assustou quando ouviu Isabelle gritando algo para Harry do lado de fora do quarto e, assim, se desvencilhou dos seus pensamentos e apressou o andar para não se atrasar.

— Bom dia, William! — Harry e Isabelle falaram em uníssono quando viram o garoto entrar pela porta da cozinha.

— Bom dia.

— Já conversei com o Harry e ele me prometeu que vai ficar do seu lado e te ajudar em tudo hoje, tá bom? A escola é linda e você vai amar.

— A escola sim, as pessoas de lá que não... — Harry sussurrou e torceu para que sua mãe não ouvisse, suas orações indo para o ralo logo em seguida, ao ouvir Isabelle reclamar.

— Para com isso, Styles! Vai desmotivar o menino.

— Mãe, não posso mentir. Você que me ensinou.

— Para de fazer piadinha!! — Ela falou, já rindo. — Eu desisto de brigar com você. Ainda bem que quando você era menor não tinha essas piadinhas na ponta da língua, senão você seria um garoto perdido...

— Mas eu sou mesmo assim, mãe. E não tem nada a ver com a senhora.

#

William, Harry e Isabelle adentraram a escola e, mesmo que tivessem ido cedo, o local já aparentava ser a personificação do próprio caos.

Ainda era Janeiro, então só o terceiro ano tinha aula nessas primeiras semanas, mas a euforia dos adolescentes para o último ano letivo equivalia a um ensino médio inteiro. Bom, pelo menos nas primeiras semanas, quando o cansaço ainda não era tão aparente.

Uma dúzia de pessoas foram em direção a Harry assim que o viram, Louis se assustando um pouco pela gritaria, mas não muito surpreso. Harry Styles era o típico garoto de muitos amigos mesmo.

— Filho, pode ficar aí com os seus amigos, vou na diretoria com o William. — Isabelle avisou a Harry e saiu o mais rápido possível daquele grupo de pessoas cujo som emitido parecia ser de uma multidão.

O caminho até a diretoria foi longo para William, que estava impressionado com o tamanho do colégio e de como as coisas ali pareciam inovadoras e tecnológicas. Sua escola em Londres não era absurdamente diferente, mas, ainda assim, com certeza era mais tradicional: As salas não tinham uma parte revestida de vidro, o pátio não tinha o tamanho de um andar de shopping, não tinha restaurante, elevador e, muito menos, uma floresta dentro do campus. Isabelle investia muito dinheiro naquele lugar, ele pôde constatar.

crisálida. {l.s}Onde histórias criam vida. Descubra agora