Capítulo 29 - o fim

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Eu ouvia vozes vindo meu quarto, mas quando eu abri a porta, o silêncio reinou.


Draco, Blaise, Pansy e Theo me encararam apreensivos.


Blaise e Draco estavam encostados na parede mais distante, perto do banheiro. Theo e Pansy estavam cima da minha cama fumando um cigarro.


Eu fechei a porta atrás de mim e sussurrei um "abaffiato" pra porta antes de largar a varinha em cima da escrivaninha.


Meus amigos estavam imóveis, parados no lugar onde estavam quando eu abri a porta. Eu os encarei séria, aproveitando os últimos minutos da minha personalidade brava e perigosa. 

Quando encontrei os olhos de Pansy e ela abriu um sorriso malicioso com o nariz sangrando, eu finalmente abri um sorriso.


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- Vão se fuder, vocês todos. Não aguento mais separar brigas.

Eu dei risada e eles relaxaram, rindo também. Eu subi na cama, onde Pansy e Theo estavam sentados, e me deitei nos travesseiros.


- Você deixou todo mundo com medo, Fawley! Caralho, ninguém em Hogwarts vai mexer com você agora.

Theo sorriu e debochou, puxando minha cabeça pro colo dele.


- Me diz que você acabou com ela, vai?

Pansy pulava na cama ao meu lado, segurando minha cabeça pra olhar pra ela.


- Pansy sério, eu achei que Greengrass ia ter que ser levada pra ala hospitalar quando você pulou nela.

Eu respondi e Parkinson caiu na gargalhada, se deitando meu lado, também no colo de Nott.


- As duas Greengrass vão ficar longe da Elite, mas eu não bati em ninguém. Eu tive uma conversa bem sincera com Dafne e Astoria, na verdade.

Eu me sentei na cama quando contei a última parte, pra conseguir olhar meus amigos nos olhos.

- Pansy, tenta não provocar elas a partir de agora, por favor.


Parkinson me mostrou a língua, mas eu sabia que a amiga não ia arrumar confusão à toa.


- Tudo ficou resolvido, então?

Blaise me perguntou e eu respondi ele olhando diretamente nos olhos de Draco.

- Quase tudo.


Eles seguiram meu olhar e ficaram um pouco desconfortáveis. Entenderam na hora o que eu ainda precisava resolver. Pansy pulou da minha cama em direção a porta.

- Nos vemos amanhã no café!


Ela me soprou um beijo, Theo beijou minha cabeça e Blaise desejou boa noite antes de sair. Eu continuei encarando Draco até eles saírem e trancarem a porta.


Malfoy estava encostado na porta do meu banheiro em silêncio, onde ele parecia estar desde que chegou lá.

Nós nos encaramos por alguns segundos.


- Princesa...

- Não, Malfoy. Eu não sou mais a sua princesa.

Ele travou o maxilar quando me ouviu falar, e eu sustentei o seu olhar. Respirei fundo e decidi falar tudo de uma vez. Eu não consegui parar, depois que comecei.


- Eu não sei mais o que fazer, Malfoy. Porque o problema não é o que você fez, mas o que eu não paro de pensar que você ainda pode fazer. 

Eu parei pra respirar e continuei.

- Você me perguntou se eu conseguiria te amar desse jeito, e a resposta é que eu não sei se consigo viver assim.

Ele me encarava ainda sem mudar sua expressão. Eu sentia meus olhos se encherem de lágrimas e meu coração partir mais uma vez.

- Ficar longe de você dói, Draco. Dói pra caralho. Mas estar com você também. Eu preciso de um tempo pra descobrir com qual dor eu posso lidar.


Eu fiquei em silêncio e nós nos encaramos por um minuto. Malfoy concordou com a cabeça, ainda sem falar uma palavra. Eu fiquei em silêncio e ele se aproximou devagar, sem tirar os olhos dos meus. Segurou meu rosto com as duas mãos e beijou minha testa, me dando as costas e saindo do meu quarto sem olhar mais pra mim.


Ele não falou nada, só aceitou o que eu disse. Não sei se no fundo eu esperava que ele insistisse, me provocasse, começasse uma briga... Mas ele ficou em silêncio. E aquilo doeu muito mais do que eu imaginei. 


Era como se a gente estivesse pondo um fim. 

Quando eu me vi sozinha, eu finalmente desabei, caindo de joelhos no tapete e deixando as lágrimas correrem em meu rosto.

*




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POV MALFOY


Eu sabia que ela não ia aguentar o caos que eu construía ao redor de mim.

Mas mesmo assim, doeu ouvir o que ela dizia.

Doeu saber que eu eu era o culpado por tudo, mais uma vez.


Mas ela foi justa e generosa como uma verdadeira princesa. Ela não me culpou. Ela só pediu um tempo pra decidir se conseguiria lidar comigo.


Eu sabia que podia insistir, que podia prometer mudar, que ela estava esperando eu começar uma briga. Mas o medo de perder ela pra sempre não me deixou ser o idiota impulsivo de sempre. Quando ela começou a falar, eu decidi que iria aceitar qualquer coisa que ela dissesse.


E no fim, eu achei que podia ter sido pior.


Ela precisava pensar. E eu precisava mostrar pra ela que eu podia ser confiável.


Eu não ia desistir. Mas eu ia fazer tudo diferente.


*


FIM DO POV MALFOY

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Universo Fawley - Livro 2 (Isso muda tudo) +18Onde histórias criam vida. Descubra agora