playing I Hate This Part by The Pussycat Dolls on Cindy's Iphone
Me observava no espelho e meus olhos extremamente inchados entregavam que eu havia chorado durante a noite toda. Por mais que eu tentasse me concentrar em outra coisa, minha mente não me ajudava, e meu coração se magoava ainda mais. Ele estava extremamente quebrado.
Passo a mão em meus olhos, impedindo que as lágrimas escorressem pelo meu rosto novamente, eu não me permitiria chorar novamente. Coloco o remédio em minha boca e engulo junto a agua, minha cabeça latejava de tanta dor e aquilo me deixava ainda mais irritada, meu corpo sentia que eu não estava bem emocionalmente, eu mal comia sem conseguir passar mal e tudo que eu queria era apenas dormir.
Escuto batidas na porta e grito que estava aberta e poderiam entrar. Daniel entra e eu sorrio ao ver sua presença ali, de todos, era o único que eu não ignorava.
— Como você está, pequena? — Ele pergunta e deposita um beijo em minha testa e depois se jogando em minha cama. Folgado.
— Bem. — Minto
— Jura? Pussycat Dolls? — Seavey arqueia as sobrancelhas e eu reviro os olhos
— Eu tô péssima. — Desabafo — Queria não sentir tanto.
— Imagino. Ele também não está bem.
— Não deveria. — Me sento ao seu lado — Quem fez merda foi ele, não teve tristeza quando fez.
— Ele gosta de você.
— Acho que não o suficiente. — Dou de ombros
— Não fala assim. — Ele da um empurrãozinho em meu ombro
— Falo sim, não era o suficiente pra se desvincular da ex dele. — Cuspo aquelas palavras — Pra ele era cômodo ter ela na vida dele, já que qualquer briguinha que tivéssemos, ele ia ter ela ali pra consolo.
Daniel não diz nada e nos ficamos em silêncio. As lágrimas que eu havia segurado a alguns minuto, agora as deixei escorrer, limpo rapidamente e sorrio fraco ao perceber o olhar de pena de Daniel sob mim. Eu não gostava daquilo, eu não queria ninguém sentindo pena de mim, ainda mais por ser uma otaria.
— Daniel? — O chamo cortando o silêncio, e ele murmura um "sim" enquanto mexia em seu celular — Você sabia?
— Não. — Ele volta sua atenção para mim, bloqueado o aparelho
— Jura?
— Você acha mesmo que se eu soubesse, ele estaria me evitando? — Ele diz rindo — Tô contigo até o fim, Miller, e eu gosto do correto. Se eu soubesse, talvez nem com ele estaria falando mais.
— Não quero que a amizade de vocês acabe por uma filha da putagem dele. Vocês são melhores amigos e colegas de banda.
— Não vai, eu te garanto. — Ele sorri me passando conforto — Eu só quero sentar e conversar com ele. De homem pra homem, por mais que a atitude dela mostre o contrário.
— Eu amo você, sério. — Digo o abraçando
— Também te amo, pequena. Conta comigo sempre. — Ele me abraça forte — Mas acho que esse conselho da amizade vale pra você também, certo? — Me faço de desentendida — Não vale acabar uma amizade de anos por filha da putagem dele.
— Vale quando não se tem mais lealdade.
— Sabe que esse seu pensamento está sendo bem cruel com Ashley, né? — Eu sabia mas não iria assumir que estava errada
— Porra, se fosse ao contrário, eu não iria pensar duas vezes em contar para ela. — Digo como se fosse óbvio
— Cindy, você nem tem irmão.
— Não interessa, Seavey. — Digo cruzando os braços — Eu não ia deixar ela fazer papel de trouxa.
— Se coloca no lugar dela e pensa um pouco como ela se sentiu com isso. A melhor amiga e o irmão, ela foi sensata em não se envolver. O único errado aqui e você sabe, é o Corbyn. — Ele diz e eu faço bico — Não faz essa cara de emburrada não, você sabe que eu tô certo.
— Talvez.
— Chama ela, conversa. A amizade de vocês é muito preciosa pra acabar assim. — Ele diz e se levanta — Pensa, qualquer coisa me liga que eu venho correndo pra gente chorar juntos ouvindo pussycat dolls e todas as músicas tristes dos anos 2000.
Rio com aquilo. Talvez em semanas ele tenha sido a única pessoa que tenha conseguido tirar um sorriso sincero de mim. Eu sempre seria grata por ter Daniel na minha vida, sou uma pessoa de sorte.
Ele deposita um beijo em minha bochecha, e sai correndo após franny mandar a décima quinta mensagem o apressando. Me deito na cama abraçando o meu travesseiro, que ainda estava com o cheiro dele, e essa conversa com Daniel me fez pensar em tantas coisas. Eu estava sendo um pouco cruel com Ashley, e eu não queria nunca acabar com a nossa amizade por conta de uma estupidez dessa.
Disco seu número em meu celular e torço para ela me atender, já que passei os últimos dias ignorando seus telefones e mensagens. Toca mais um pouco até que ouço a voz do outro lado da linha, as borboletas em meu estômago voltaram e sinto todo meu corpo se arrepiar. Não era Ash, era ele, e depois de vários alôs, eu desligo sem nem ao menos dizer uma palavra.
Jogo meu celular longe e vou correndo pro banheiro vomitar mais uma vez. Nunca havia me sentido tão mal assim, talvez por que nunca tinha me decepcionado de uma forma tão grande com alguém dessa maneira.
Escovo meus dentes e limpo minha boca voltando ao meu quarto. Me deito na cama novamente e afundo meu rosto no travesseiro para que mamãe não escutasse os soluços por conta do meu choro.
Era cansativo, mas sabia que aquele era o processo de cura que eu precisava passar.
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𝘿𝙀𝙎𝙏𝙄𝙉𝙔 • ᴄᴏʀʙʏɴ ʙᴇssᴏɴ
FanfictionOnde o destino de Corbyn e Cindy sempre esteve desenhado para ficarem juntos.