The Kingdoms

11- Uma Longa Noite

O anoitecer estava um tanto estampado no céu. As estrelas brilhavam mais que nunca e nada podia-se ver além de as luzes de diferentes colorações que se sobressaiam da floresta, que faziam com que os adolescentes pudessem ver apenas as estruturas das largas árvores.

Caminhavam há um bom tempo ao lado da Floresta Evanora, contornando a mesma. Mesmo que ela fosse um tanto menor que Mahina e Aruna, continuava sendo imensa.

Andar ao lado da floresta encantada não incomodava nenhum dos príncipes e princesas, até porque, os brilhos e iluminações que saiam dela faziam com que o passeio se tornasse cada vez mais belo.

Todos presentes podiam sentir a presença de uma leve brisa, que fazia com que os cabelos secos de Aurora, James e Kristopher fossem arrastados suavemente para trás e com que os fios molhados de Diana e Lucas fossem se secando um pouco mais rapidamente.

Ainda que os úmidos sentissem um pouco de frio por estarem tomando friagem, pouco se importavam, pois ali, naquele momento, tinham a sensação de que não havia como aquela noite melhorar.

O vento, que insistia em marcar presença, apenas colaborava com o ruído musical que ouviam sair de dentro da floresta e adentravam seus ouvidos, trazendo-os uma forte calmaria e fazendo com que a caminhada não se tornasse tão tediosa.

Apesar de não conseguirem ouvir as harmonias com muita clareza, ainda podiam aproveitar o ritmo que se esbanjava no lugar.

Diana e Lucas chegaram a pensar em voltar para os reinos por entre as folhas, pois assim, poderiam cortar grande parte do caminho. Porém, haviam conhecido alguns dos seres mitológicos naquele mesmo dia, portanto, não tinham intimidade o suficiente para o fazer, além de não terem certeza se aquilo era permitido e não saberem se podiam dizer aos seus companheiros que haviam adentrado o local. No entanto, resolveram dar a volta na floresta.

A azulada continuava usando o casaco de seu irmão para se cobrir e não passar frio. Como Kristopher era um tanto maior que sua irmã caçula, a vestimenta ficou um tanto grande, indo até um pouco abaixo do quadril da menina e cobrindo suas mãos por completo.

Diana andava com os braços cruzados, tentando fazer com que ficasse ainda mais quente, mas, ainda assim sentia suas mãos se congelando pouco a pouco.

- Está com frio? - questionou Lucas.

- Um pouco - logo percebeu o que havia dito e contornou a situação - digo, não. Estou bem. Não tenho do que reclamar. Afinal, estou usando o casaco do meu irmão para me aquecer e você está sem nada, então não tenho direito algum de reclamar.

O loiro deixou que uma leve risada escapasse de seus lábios e mirou a garota tentando reprimir seu sorriso.

O príncipe de Aruna se atentou a cada um dos detalhes da cena que estava em sua frente: os olhos azuis da princesa de Mahina o mirando diretamente em suas íris com um pequeno sorriso estampado em seu rosto. A Floresta Evanora atrás da menina, com variados reflexos coloridos saindo da mesma e fazendo com que o fundo atrás de Diana se tornasse cada vez mais bonito.

- Sabe do que me lembrei? - perguntou Lucas, ao recordar-se de um dos momentos que teve junto à mestiça.

- Do que?

- De uma das primeiras vezes em que nos encontramos escondidos e nos deitamos para observar as estrelas - desviou seu olhar de volta ao rumo que seguia, podendo ver seu irmão, sua prima e o irmão da princesa a uma razoável distância.

- Por que se lembrou daquele dia tão repentinamente?

- Porque uma das minhas lembranças prediletas daquele dia é de ter tido a chance de vê-la junto às luzes da floresta, que faziam com que você ficasse esplêndida. Desde aquela noite, eu me perguntava se você realmente era tão linda quanto eu a enxergava ou se eu estava apenas cansado, com sono. Agora, tendo outra oportunidade de vê-la com as iluminações da floresta se refletindo sob seus cabelos escuros, tenho o prazer de perceber que não era cansaço e muito menos o sono.