Prelúdio de um pôr do sol;

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Olá, tentei escrever algo bonito e triste. Mas minha escrita não é tão boa quanto eu gostaria, mas eu tentei. Espero que essa short fic agrade.

Alguns pequenos avisos:

• É uma short fic
• Escrevi um final triste (como eu pude fazer isso? 😭)
• Tem referências a poesias e a músicas

Meu coração está doendo. Como eu pude escrever isso? 😭

Jimin e jk pertencem juntos. Para Sempre. 💙💛

E se todo mundo morrer sozinho

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E se todo mundo morrer sozinho...

Isso te assusta?
Eu não quero ficar sozinho.


Dizem por aí que cada pôr do sol também é uma ínfima, solitária e bonita morte. A personificação duma legendária e lúgubre mortalidade. Uma despedida fugaz se desfazendo no espaço onde um coração pode ser partido e promessas correm o risco de serem, deliberadamente ou não, quebradas, uma bela rosa tornando-se descarnada no intervalo entre um suspiro e um piscar de olhos fundos, ou um grito mudo ecoando numa masmorra francesa, ou até mesmo uma frágil e poética árvore de Cerejeira palpitando nas brumas instáveis do tempo, e finalmente, sucumbido ao chão, dando lugar a um buquê de bravias e melancólicas noites. Se esfarelando no ar perfumado dos lentos e rubros pores do sol.

E, então, com toda a candura, beija a face da eternidade, e lhe promete um instante de silêncio enquanto se afasta e se esquece de que um dia amou um homem.

Qual é o melhor epíteto para descrever a beleza de morrer por um instante, e decifrar a eternidade?
Amor talvez seja o que melhor lhe cabe.

É nestes efêmeros e tristes crepúsculos do outono onde as cores evocam recordações saudosas e frequentemente nas intermináveis noites em que a solidão se deixa estar no seu estado condensado, e faz morada no coração do apaixonado, e o sabor da melancolia desse sobre o espírito, descobre-se a beleza poética e triste do amor trágico, do amor real de um garoto que amou sozinho.

– Como se explica que eu tenhas que escolher entre morrer de amor ou esquecê-lo para sempre? – perguntou Jimin, de repente muito vulnerável enquanto encarava Kim, o médico de aparência fleumática, que lhe olhava com um misto de pena e estranha resignação. – Como eu poderia querer esquecê-lo para sempre?

Os olhos de Jimin se encheram novamente de lágrimas.

Kim inclinou-se sobre a mesa, e uma expressão cheia de comiseração lhe encheu a face. Era sempre a mesma história. Ele, como um cirurgião especializado em Hanakaki, estava habituado a lidar com corações partidos que vinham frequentemente ao seu consultório em busca de uma cura para aquela doença que infectava apenas os que não tinham o amor correspondido.

No início Kim sentia-se muito cansado, esgotado por ter que testemunhar mortes e tristeza, mas, com o tempo se habituara de modo que aquilo deixou de lhe causar grande sofrimento, para então sentir apenas um misto de pena e resignação.

– É uma decisão difícil, eu sei. – disse Kim tomando a mão de Jimin entre as suas. – Mas é preciso que você entenda quais são as suas escolhas. Você precisa se decidir se queres fazer a cirurgia ou se...

Kim deixou a sentença em aberto. No entanto ele não precisava terminar de dizer as palavras para que tudo ficasse claro. Ambos sabiam o que ele queria dizer. Desde a primeira consulta, há um mês atrás, Kim deixara claro qual seria o fim que esperava Jimin se ele optasse por não fazer a cirurgia de remoção das flores de seu interior.

– Afinal, Jimin, o que você vai fazer?
Jimin suspirou. Sentindo arrepios por causa do ar úmido e frio do ar condicionado do consultório, e estremecendo porque sentia-se assustado.

Kim esperava que ele dissesse alguma coisa.

– Não sei. – respondeu ele. – Eu não sei o que vou fazer.

Kim sentiu tamanha ternura, e pena, por ele naquele momento que achou que poderia chorar ali mesmo.

– Volte para casa, e pense bem sobre o que você vai decidir. – aconselhou Kim, gentilmente. – Quando tiver uma reposta, apenas me ligue para que possamos arranjar as coisas.

Jimin apenas teve forças para assentir com um leve movimento de cabeça. Afastou a cadeira e se pôs de pé, e teve ímpetos de se despedir de Kim, e, então, cruzar a porta e deixar o consultório. Mas naquele momento, Jimin soube que já tinha se decidido.

– Jimin – interveio Kim, com delicadeza, porém, com uma expressão muito séria. – Lembre-se que essa é uma decisão que cabe apenas a você. Mas se me permite te dar um conselho... converse com Jungkook, ele precisa saber que você o ama.

Jimin se permitiu sorrir, uma nota de ironia e desalento, se recusando a concordar, salvo um enigmático:

– Você se lembra daquela música em que alguém diz “Meu coração estava doendo, então eu queria esquecer”? – uma pausa. -  

- Mas acho que prefiro me magoar do que não sentir nada.

Kim assentiu, e uma nota aguda de dor lhe atingiu em cheio quando por fim compreendeu o que Jimin queria dizer com aquilo. Ficou em silêncio por um instante, e, então, disse a ele:

– Vou esperar por sua ligação.

Jimin já ia saindo da sala quando se virou e comentou por cima do ombro:

– Não espere.

A caminho de casa naquele fim tarde, enquanto passava pela calçada repleta de pétalas de cerejeiras, Jimin contou ao pôr do sol o que decidira. Seu coração ia embotado de tristeza, e a mente ia se desvanecendo e se iludindo nas reminiscências da imagem do homem amado.

Enquanto abria as lembranças, Jimin podia jurar que a onda pesada do aroma silvestre que emanava de Jungkook veio até ele através da brisa leve da primavera. E de algum modo, Jimin pôde ouvir murmúrios secretos e assombrados que crepitavam no vento que farfalhavam as ramagens de cerejeiras que lhe inundavam o coração cheio de amor por um homem que não o amava.

Heather *Jjk×Pjm*Onde histórias criam vida. Descubra agora