Onde Park Jimin é secretamente apaixonado por Jeon Jungkook, mas seu amor é unilateral. Em razão disso, Jimin desenvolve a doença de Hanahaki, a doença daqueles que não têm o seu amor correspondido.
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"É você, é você É você Eu não vou, não vou, não vou Cobrir minhas cicatrizes Vou deixar elas sangrarem Para que meu silêncio Para que meu silêncio não seja Confundido com paz Eu estou errado por querer que desse certo? Me conte suas mentiras Porque eu não consigo encarar." It's You, Zyan.
Além, muito além do campo pitoresco e solitário de cerejeiras, que ainda caiam ao chão cada vez que o vento soprava mais forte, e além das luzes brilhantes da cidade, nos subúrbios de Busan, num quarto no apartamento do segundo andar, dum pequeno edifício, Jimin estava tentando conviver com um coração quebrado.
Jimin estava deitado em sua cama, vestindo apenas uma camiseta preta que pertencia a Jungkook - a camiseta que Jeon havia dado a ele - Aos poucos, a névoa duma químera de recordações adentrou pela janela aberta, trazendo consigo as lembranças fantasmas do toque e dos beijos de Jungkook.
Seu corpo formigava, desejando as carícias experientes e escandalosas de Jeon. Era inevitável não imaginar Jungkook fazendo amor com ele, indo profundamente fundo dentro dele, até os recônditos indecentes de seu ser, beijando-o, até deixá-lo tonto por amor. Até tropeçar e cair nas tristezas das flores que serpentavam ao seu redor. Até doer. Até Jimin florescer sangrando. Até Jimin desistir de amá-lo.
Ele suspirou, cheirando a camiseta de Jeon, enquanto fechava os olhos.
- Eu gosto quando você usa minhas roupas. - dissera Jeon certa vez, quando Jimin estava na cama dele vestindo apenas a sua camiseta. Aquelas palavras haviam o afetado mais do que deveriam.
- Eu gosto disso também. - respondera Jimin, timidamente, ruborizando enquanto Jungkook o puxava para seu colo, enquanto lhe beijava o pescoço, e lhe abraçava pela cintura, de um modo possessivo.
As recordações sedutoras das noites em que passava no apartamento de Jungkook, especialmente em sua cama, e em seus braços, assaltaram sua mente, como sonhos enevoados por uma bruma carmesim. Aquelas lembranças serviam para deixá-lo ainda mais necessitado da proximidade e dos toques de Jungkook.
Mas Jimin estava sozinho em seu quarto. E ali, envolto na grande camiseta, ele adormeceu embalado pelo cheiro de Jungkook, que estava impregnado na camisa, e pelas lágrimas que há muito tempo haviam secado, e que haviam sido transformadas em espumas azuis que lhe emolduravam os olhos desmaiados.
Ele fingiu que dormia nos braços de Jungkook numa noite de verão... E por um instante, ele odiou Jungkook por deixá-lo só, quando poderia segurá-lo em seus braços.
Ele odiou Jungkook por ser um pôr do sol além das estrelas, um milagre raro que se recusava a explicar a eternidade.
