É tempo de ir embora;

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"Você bebeu e cuspiuE nada é como as coisas que você tinhaEntão esqueça, por que você não os deixa ir?Todos nós precisamos de alguém para ficarTodos nós precisamos de alguém para ficar"

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"Você bebeu e cuspiu
E nada é como as coisas que você tinha
Então esqueça, por que você não os deixa ir?
Todos nós precisamos de alguém para ficar
Todos nós precisamos de alguém para ficar".
  Someone to stay, Vancouver Sleep Clinic.

Era uma noite fria de Inverno. Jimin tinha acabado de sair do trabalho, e ia andando sobre a calçada. A noite estava bonita e fria. — E o prelúdio do inverno envolvia Busan. — As ruas estavam silenciosas, e quase vazias. Quando Jimin ergueu os olhos e se deparou com a visão de uma reluzente e preta Harley-Davidson Street Bob que o esperava na esquina da rua.

Jimin observou o homem que estava sobre a moto. Prendeu a respiração. Seu coração estúpido se precipitando em batimentos acelerados.

Por um instante, Jimin foi transportado de volta à noite em que se conheceram. E desejou que se voltasse no tempo, pudesse passar direto por ele, ao invés de se aproximar.

Jungkook estava vestido todo de preto e parecia confiante, casual, e lindo, e sem dúvida o era, mas ainda assim aquelas eram apenas as camadas superficiais que emanavam da aparência dele.

Jeon tinha a lateral da cabeça raspada - um undercut estiloso - piercings por toda a orelha esquerda e um braço coberto de tatuagens, linhas escuras e sinuosas que se escondiam por baixo das mangas da camisa. Também havia uma frase cruzada sobre o peito, escrita sobre o tecido da camisa dele.

"God is Gay"

Ele era alto, um pouco mais alto do que Jimin, com cabelos negros que pareciam ter sido deliberadamente e cuidadosamente desarrumados, alguns fios caiam graciosamente sobre suas sobrancelhas, seus lábios se contorciam nos cantos com ousadia.

O nariz definido, as maçãs do rosto altas e afiadas, e o maxilar esculpido com força, deixavam suas feições com um tom de masculinidade taciturna, atraente. Mas foram os seus olhos escuros e frios, cheio de cinismo e intensidade, que lhe deixaram com uma sensação aterradora.

Jimin percebeu, com uma sensação alarmante, que havia ficado sem fôlego, enquanto o contemplava, por uns bons dez segundos, ou até mais.

Jeon pigarreou, erguendo a sobrancelha e quase sorrindo de canto. Jimin piscou, envergonhado. Se dando conta de que o estava olhando sem parar. E por seu sorriso quando seus olhos se encontraram, pareceu que ele também tinha percebido.

Jimin piscou, fitando-lhe com um olhar meio estrábico, meio fascinado, constrangido. Abaixou o olhar, timidamente. E apesar de não fitá-lo, percebeu seu olhar sobre ele com uma intensidade que lhe deixou ainda mais nervoso. Inspirou devagar e com barulho. A cor desapareceu de suas faces, e Jungkook lhe acenou, erguendo o capacete, num convite silencioso para subir na moto.

— Devo pensar que és meu Príncipe encantado vindo me resgatar sobre seu cavalo branco? — brincou Jimin, docemente. Embora as flores em seu coração fossem a prova de que Jungkook não era o seu príncipe encantado. E a angústia que povoavam seu olhos indicassem a tragédia romântica.

Seu coração tolo dava saltos dentro do meu peito.

Jungkook sorriu de lado, e deu de ombros. Mas era um sorriso quase triste.

— Salvar donzelas em perigo. É o que eu faço. — disse ele, casualmente. Numa voz entre vazia e divertida. — Mas estou longe de ser o mocinho dessa história.

— E quem vai me proteger de você? — replicou Jimin de volta, com um sorriso insólito. Enquanto Jeon o encarava com uma expressão distante.

Não houve uma reposta. Jeon apenas desviou o olhar e ergueu a cabeça para o céu noturno. Um pesado silêncio se estendeu entre eles.

Diga alguma coisa”, pensou Jimin, “porque estou começando a desistir de você.

— Quem é você? — perguntou Jimin, baixinho. De repente, percebendo que havia algo errado. Uma sombra triste. Com uma expressão pensativa, esquadrinhando seu rosto em busca de um vestígio de calor.

Jeon riu sem humor.

— Essa é uma questão filosófica interessante. — Jeon disse, de um modo escuro. Voltando seu olhar para Jimin. — Estou rasgando a cidade na porra da minha moto. E reflexões são coisas perigosas para um homem como eu ter.

Jimin suspirou. De repente muito cansado.

— O que está fazendo aqui?

Havia um horizonte repleto de mágoas, dores e esboços imprudentes se delineando nos olhos de Jungkook, e Jimin se assustou ao enxergar aquilo.

— Preciso de você hoje a noite.
Havia uma nota tão pungente de tristeza na expressão de Jungkook que deixou Jimin sem fôlego.

— Estou cansado disso tudo, Jungkook. Você sempre faz isso. — uma pausa. — Você me usa, e depois me joga fora e o pior é o que eu deixo.

Jeon suspirou tão pesadamente. Olhando-o como se estivesse arrependido.

— Eu sempre faço, não é?! — disse Jeon, melancolicamente.

Jimin piscou, e logo abriu um sorriso frágil. Trêmulo. Inexistente. Vazio.

— Se você precisa de mim. — lágrimas desceram de seus olhos. — É melhor você se apressar. Porque eu vou ir embora da sua vida...

“Para sempre” foram as palavras que ficaram presas sua garganta. As flores sufocaram-nas.

Jungkook olhou no fundo dos seus olhos, e disse:

— E o que te impede?

Jimin fitou-o com um olhar ferido. As feridas em seu coração lhe devorando. Se perguntando como Jungkook poderia ficar ali na sua frente tão tranquilo com ele dizendo-lhe que iria embora.

— Porque eu ainda te amo. — respondeu Jimin, chorando. Recolhendo os pedaços de seu coração aos pés de Jungkook. — Mas estou começando a pensar que te amar é um erro.

Heather *Jjk×Pjm*Onde histórias criam vida. Descubra agora