Reputation

Reputation - Capítulo 3

O Kazekage se encontrava apavorado observando o filho deitado naquela cama hospitalar enquanto os ninjas médicos tentavam estabilizá-lo. Tudo acontecera muito rápido naquela tarde.

Gaara decidira dar por encerrado seu dia de trabalho quando Shinki entrou em seu escritório, sua intenção era de treinar com o filho naquele final de dia, porém seus planos foram drasticamente mudados quando o pequeno se colocou à frente do pai ao perceber uma movimentação estranha durante a caminhada deles para a mansão Sabaku. A kunai o atingiu de raspão, fora rápida demais para as defesas de ambos, afinal foram pegos totalmente desprevenidos, já que Gaara não esperava que fossem atacá-lo novamente tão cedo.

O ninja mercenário que havia tentado matá-lo se encontrava no departamento de inteligência da vila esperando pela kunoichi que iria interrogá-lo, por isso quase não pensou duas vezes em matar quem os atacava, mas não concluiu seu Sabaku Kyü porque as informações do segundo atacante poderiam ser úteis. Preso no casulo de areia, ele fora levado até onde o outro inimigo se encontrava, porém, igualmente como o anterior, sua boca estava selada.

O Sabaku suspirou derrotado enquanto o criminoso era preso pelos seus ninjas, e, nesse instante, Shinki caiu desacordado enquanto segurava a kunai que o atingira de raspão, havia veneno nela, veneno este que era para o Kazekage.

Gaara só percebeu o quão sério era o grupo anti-Kazekage quando viu seu filho delirando naquela sala bem iluminada.

Ele não desgrudava os olhos do pequeno Shinki que se remexia em dor aparente; a morfina parecia não fazer efeito perante a potência do veneno que corria nas veias do pequeno Sabaku. E o ruivo permaneceu observando todo o empenho da equipe por horas até finalmente conseguirem estabilizá-lo, porém, a notícia que veio de um dos ninjas médicos não o agradou:

— Shinki-sama está estabilizado, mas não sabemos por quanto tempo vamos conseguir mantê-lo assim — falou de maneira cautelosa observando o semblante neutro do Kazekage —, estão estudando o componente do veneno, entretanto, ele é desconhecido para nós — acrescentou com pesar. — Temos esperança de conseguir mantê-lo até Kankuro-sama chegar, ele tem maior conhecimento que nós, Gaara-sama.

O ruivo apenas fez um aceno e o médico se afastou, ele não tirava os olhos do pequeno ligado às máquinas que apitavam mostrando que Shinki estava estável. Porém, a pergunta que pesava sobre seu coração era "por quanto tempo ele ficaria assim?". Ele fechou as mãos em punho, a areia se agitando em sua volta mostrando a sua fúria por se sentir incompetente em proteger o filho.

A Yamanaka acordou quando sentiu o trem diminuir a velocidade. Sobressaltou-se ao perceber que o sol já nascera e viu as dunas que rodeavam Suna; finalmente a viagem teria seu fim e ela poderia sair da cabine, se sentiu enclausurada dentro daquela caixa metálica que diminuíra e muito o tempo de viagem entre as nações shinobis.

Olhou Kankuro de soslaio, ele ainda dormia meio deitado em sua poltrona, porém uma batida na porta da cabine o fez pular de seu lugar e quase bater a cabeça no teto do trem. Ino segurou a risada, pois o ninja que batera à porta a abriu sem cerimônia e adentrou a cabine deles com uma expressão preocupada.

O Sabaku do meio se recompôs e aceitou o pergaminho que lhe era estendido — mensagens sigilosas, mesmo com todas as tecnologias que possuíam, ainda vinham em pergaminhos —, então aquilo era deveras importante para ter chegado até o conselheiro pessoal do Kazekage daquela maneira repentina e sem cerimônia.

Ino viu a face dele se transformar, ele olhou alarmado para a kunoichi da Folha e estendeu o pergaminho. Ela o encarou em dúvida por um momento antes de ler o conteúdo, então a face dela se transformou também: o filho do Kazekage corria perigo de vida.