Mark é secretário pessoal de Jackson, que por sua vez é bastante rígido e exigente com seus funcionários. Dong-won tem dois anos e é o filho de Jackson, que depois de muita briga com a ex-mulher conseguiu a guarda permanente do pequeno. Enquanto o e...
Eu nunca entendi o motivo de hospitais sempre serem tão brancos e terem essa energia tão mórbida, talvez eu devesse levar em conta o significado de mórbido, mas então meu raciocínio seria estranho e eu não quero isso.
O médico para qual eu tinha sido encaminhado me deu alguns remédios e me deixou em um quartinho, deitado, tomando soro. Não é como se fosse algo realmente importante, mas Jackson parecia bem sério quando disse não à todas as vezes que eu pedi para voltar para a empresa.
Agora eu estava deitado naquela cama macia de hospital privado com uma maldita agulha no meu braço, contando cada gotinha que caía do soro. O Wang só estava sentado em uma poltrona que ficava ao lado da cama, mexendo no seu celular enquanto tomava um suco de maneira relaxada.
"Jack, onde você deixou o Dongwon?" Perguntei, observando meu chefe desviar os olhos do celular, me encarando de forma leve.
"A mãe de Yeeun pediu para eu ir deixar ele lá por hoje." Respondeu, bloqueando seu celular para me dar mais atenção. "Você se sente um pouco melhor? Com certeza deve se sentir, apesar daquela sua teimosia, aposto que você estava mal."
"Eu não estava assim... tão mal. Foi só um pequeno acidente de trânsito." Não era como se eu fosse dizer pra ele que meu pescoço estava doendo pra caralho, só dou razão à minha mãe. "Você fez uma tempestade em um copo de água."
"Hm, tudo bem, eu não vou mais me preocupar com você." Respondeu de forma séria, voltando a mexer em seu celular.
"Ei! Não seja assim." Reclamei, me sentando na cama. "Eu gosto, é fofo. Obrigado por ter se preocupado comigo."
O mais velho me encarou por alguns segundos, negando com a cabeça e voltando a mexer em seu celular.
"Descansa, Mark."
Eu rolei os olhos, pegando meu celular que estava esquecido na mesa de cabeceira da cama, mas com um tempo ele passou a ser realmente desinteressante e o rosto distraído de Jackson passou a ter minha atenção.
Não era uma novidade os cabelos do outro estarem em um topete meio bagunçado, seus olhos estavam atentos no celular enquanto suas sobrancelhas se encontravam franzidas, as orelhas tinham um tom rosado incomum, dava até vontade de tocar. Como uma pessoa consegue ser assim? Não deveria ser algo legal.
"Jack, posso tocar suas orelhas? Por favor?" Perguntei, vendo o outro me olhar com uma careta.
"Não."
"Por favorzinho?"
"Não."
"Por favor! Eu tô jogado em uma cama de hospital, já tomei um monte de remédios! Você não pode me deixar fazer isso?" Fiz um pequeno drama, dando meu máximo para meus olhos lacrimejarem no meio do teatro. O Wang suspirou alto, rolando os olhos e se levantando da cadeira, sentando ao meu lado na cama.
"Você é um péssimo ator, Markie." Respondeu, enquanto pegava minha mão que não estava ocupada com a desgraça de uma agulha, levando a mesma até as orelhas que estavam mais avermelhadas, me faziam pensar no quão adorável ele parecia agora.
Os olhos voltaram a se ocupar no celular, enquanto eu sentia o safado do meu coração pular que nem criança em cama elástica. Logo minha mão subiu até os cabelos macios, fazendo um cafuné leve que logo desfez o penteado do outro, mas ele não pareceu ligar muito, apenas bocejava de vez enquanto.
"Você quer ir para casa depois que sair daqui? Você não precisa ir trabalhar por hoje." Jackson disse, e eu dei de ombros, o observando inclinar a cabeça na direção da minha mão. "Bem, então você não vai."
"Tanto faz. Eu já tô me sentindo melhor." Respondi, vendo outro assentir levemente.
"Você quer sair hoje? Vai ter um cinema drive-in. Eu queria ir com você."
Coração... CALMA CARALHO. Para de bater assim porque dá merda.
"Queria ir comigo? Tudo bem, me avise o horário por mensagem, okay?" Respondi, após alguns segundos tentando falar de maneira normal.
"Certo."
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