| × 𝗯𝗲𝘁𝘄𝗲𝗲𝗻 𝗹𝗶𝗳𝗲 𝗮𝗻𝗱 𝗱𝗲𝗮𝘁𝗵 | ❝ ― 𝖲𝗈́ 𝖽𝖺𝗆𝗈𝗌 𝗏𝖺𝗅𝗈𝗋 𝖺́𝗌 𝖼𝗈𝗂𝗌𝖺𝗌 𝗊𝗎𝖺𝗇𝖽𝗈 𝖺𝗌 𝗉𝖾𝗋𝖽𝖾𝗆𝗈𝗌. ❞
Onde 𝖩𝗈𝖺𝗅𝗂𝗇, uma 𝖺𝖽𝗈𝗅𝖾𝗌𝖼𝖾𝗇𝗍𝖾 de 17 anos apaixonada por dança e por música, tinha a vida perf...
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― ... hoje, amanhã e sempre, mi amor.
O corpo dela parou de tremer enquanto olhava pra o chão e chorava, uma pequena lufada de ar a escapar por entre os seus lábios enquanto ela levantava lentamente o rosto, uma porta no fundo do corredor tinha a luz acesa.
― Está tudo bem...
A tal voz ecoava por todo o corredor e fazia eco, deixando a loira um pouco confusa sobre quem seria, levantou lentamente, os joelhos a tremer enquanto tentava voltar a ter forças para sustentar o próprio corpo, olhou em volta, notando que o sítio onde havia virado a poucos minutos atrás agora era um corredor longo e escuro.
Voltou o seu olhar para a porta aberta, ouvindo um som irreconhecível, andou um pouco, tropeçando nos próprios pés e quase caindo, antes de chegar na frente da porta.
Observou durante alguns segundos o material verde água com duas tiras brancas no final, e lentamente levou as pontas dos dedos até á maçaneta, recuando quando ouviu o pequeno barulho das suas unhas a bater no metal, logo envolvendo a maçaneta com a mão.
Desviou o olhar da sua mão e olhou para a frente, os olhos vermelhos focados no nada enquanto ela pensava no que poderia estar atrás da porta.
Expirou fundo, deixando os ombros caírem enquanto empurrava a porta, sendo absorvida por uma luz muito forte, dando alguns passos para dentro com os olhos fechados, antes de os abrir novamente.
― Joalin! Finalmente você entrou em casa, já começava a ficar frio, não acha querida?
Ela arregalou os olhos sem acreditar no que via.
Não.
Não é possível.
Na sua frente estava Ursúla, a sua mãe, vestida com as suas habituais blusas quentes de lã e as suas calças azuis, um pequeno coque desarrumado no topo da sua cabeça.
― Joalin? O que se passa, minha flor? ― perguntou Ursúla, dando dois passos para perto dela, expirando alto quando foi envolvida pelos braços da loira.
Apertou-a com força, mais lágrimas a cair do seu rosto enquanto sentia novamente os braços da mãe envolvê-la e acariciar os seus fios loiros, suspirou quando sentiu um leve beijo no lado da sua testa, apertando mais forte os braços em volta da mãe.
― Ursúla? Joalin? O que se passa?
Ela levantou o rosto da curva do pescoço da mãe, virando a cabeça para olhar para o seu pai, polo azul e calças pretas como vestuário enquanto olhava confuso para as duas.
Ficou ainda mais confuso quando sentiu a filha o abraçar fortemente, como se quando ela largasse ele fosse desaparecer.
Ela sentiu os braços do seu pai em volta dela, acariciando as suas costas para cima e para baixo enquanto deixava um leve beijo no topo da sua cabeça.
― O que aconteceu, Lin? ― perguntou Ursúla, parando ao lado dos dois enquanto via a filha se afastar do pai e lhe agarrava a mão esquerda, sendo a direita agarrada pelo pai.
― Eu tive um sonho, ― começou, parando quando um soluço interferiu na sua fala. ― onde... Nós tínhamos um acidente de carro e... e vocês morreram e só eu e o Josh é que sobrevivemos e eu... Eu senti tanto a vossa falta.
Ela abraçou os dois apertado, sentindo as lágrimas caírem dos seus olhos e molharem as roupas dos pais.
― Que horror, filha. ― comentou Ron.
― Oh, meu amor. Eu lamento que você tenha sonhado com tal coisa.― disse Ursúla, sentido a filha afastar-se para olhar para eles, colocando a mão na bochecha esquerda da Joalin e sorrindo levemente. ― Mas nós estamos aqui, vai ficar tudo bem, vamos ficar todos juntos e nada vai mudar isso, sim? Eu lamento tanto que tenhas passado por isso, minha flor.
E então Joalin afastou o olhar para uma foto em cima do armário, uma foto dela a sorrir com uma flor azul presa na orelha no meio dos fios loiros enquanto ela olhava para a lua brilhante e então ela ouviu.
― Daqui até à lua, Lin.
Os olhos brilharam, tristeza tomando conta deles mais uma vez enquanto ela apertava a mão do pai e colocava a sua por cima da de sua mãe, dando um aperto de forma gentil.
― Eu amo vocês, muito. E também lamento. ― observou os dois pais sorrirem minimamente, enquanto uma pequena lágrima caia pela sua bochecha até tocar o chão, deixando uma Joalin com um sorriso quebrado para trás. ― Lamento que nada disso seja real.
E foi quando os móveis começaram a virar névoa que ela sorriu mais um pouco, deixando um leve beijo na palma da mão da sua mãe enquanto apertava a mão do pai, vendo tudo em sua volta desaparecer.
― Vejo vocês do outro lado, Äiti e isä (mamãe e papai).
E então tudo virou névoa, pequenos pontinhos espalhados pelo escuro enquanto a imagem do corredor voltava a aparecer, agora com a luz do dia a entrar pelas janelas, ela olhou para baixo tentando processar tudo o que aconteceu antes de se virar, vendo Sina abraçada ao Noah enquanto chorava, Josh sentado numa poltrona enquanto Heyoon lhe mexia no cabelo e Any apertava a sua mão, enquanto ele batia a perna num ritmo frequente devido ao nervosismo.
E então ela ouviu.
Ouviu o soluço vindo do seu quarto.
Andou até lá e viu enquanto a morena beijava vezes seguidas a mão dela enquanto chorava, e ouviu enquanto ela dizia pequenos e baixos "obrigada" a olhar para cima e fechava os olhos encostando-se novamente na mão da loira.
― Ela irá ficar bem, senhorita Hidalgo. ― disse Melanie, vendo a morena olhar para ela com os olhos húmidos.
― Obrigada, obrigada por tudo o que já fez por ela.
― Eu fiz muitos exames, minha querida, mas desta vez... desta vez não foi nada médico que a salvou. ― disse, antes de abandonar a sala sendo seguida pelos enfermeiros.
― Eu vou cuidar de você, Lin. ― ouviu Sabina dizer enquanto a via acariciar os seus fios loiros sem largar a sua mão, beijando novamente a sua testa antes de deixar um leve selinho nos seus lábios. ― Eu vou cuidar de você até ao meu último suspiro e até depois.
― 𝐕𝐎𝐓𝐄𝐌―
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