- Everybody wanna steal my girl, Everybody wants to take her heart away,... - cantarolava Josh no carro junto com o pai enquanto a música tocava alto no rádio.
Estavam dentro do carro á cerca de trinta minutos mais ou menos, Úrsula já 𝗍inha adormecido no banco de passageiro e soltava roncos suaves e baixinhos por culpa da posição do pescoço contra o cinto de segurança, o Josh cantava animado com o pai ao som da música "Steal My Girl" dos One Direction, o que fazia a Joalin rir da animação dos dois, ela cantava algumas partes com eles mas estava demasiado preocupada com o pressentimento de Sabina para se divertir tanto.
- Pai? - disse Joalin passados alguns minutos.
Josh tinha literalmente desmaiado de sono ao lado dela, tinha a cabeça para trás e a boca aberta enquanto de vez enquando soltava alguns roncos, os únicos acordados eram Joalin e o seu pai que não podia dormir já que era quem tinha ficado encarregado de conduzir.
- Sim, filha? - perguntou o pai virando-se rapidamente para ela e depois para a estrada de novo.
- Você sabe que eu amo muito você, certo? - disse Joalin, consequentemente fazendo o pai franzir o cenho com a fala repentina.
- Claro que sim, querida. Eu também te amo, muito. Você, a sua mãe e o seu irmão são as coisas mais importantes que eu tenho na minha vida. - disse Ron virando-se para trás para oferecer um sorriso sincero á filha que retribuiu, antes dos dois serem tirados do pequeno momento pelo grito da mãe que tinha acabado de acordar.
- Ron, cuidado! - gritou Úrsula assim que viu um veado na frente do carro.
Joalin tinha a certeza de que nunca tinha visto o pai virar o volante tão rapidamente, felizmente conseguiram desviar do animal, mas para a tristeza de Joalin e de toda a família Loukamma Beauchamp, o carro foi na direção da floresta que rodeava a estrada, virando-se ao contrário e partindo os vidros todos do carro.
A Joalin olhou para os lados em pânico, estava de cabeça para baixo e tinha o cinto encravado, sentiu o líquido fresco e pegajoso na sua testa, mas nem ligou, preocupou-se em olhar para o irmão, que tinha agora um bocado um tanto quanto grande de vidro enfiado na perna e alguns pedacinhos estavam no braço direito dele, olhou para o pai e viu sangue nos lábios do mais velho o que a fez arregalar os olhos e ficar com a respiração mais acelerada ainda, antes de sentir uma mão agarrar a dela com dificuldade.
Olhou para o banco do passageiro e viu a mãe a olhar para ela, os cabelo que em outra hora eram loiros estavam agora cobertos de sangue e ela conseguiu ver um grande ramo de árvore preso na perna da mulher que lhe tinha ensinado tudo o que sabia, mesmo no meio de toda a confusão e dor, a Joalin conseguiu ver um pequeno sorriso confortante no rosto da mãe enquanto as lágrimas deslizavam pelo rosto das duas.
- Você lembra quando te dizia que quando eu não estava você seria a mulher da casa? - disse Úrsula com dificuldade, vendo a filha asentir devagarinho, incapaz de falar pelos soluços que escapavam dos seus lábios. - Você vai ter de ser a mulher da casa agora, Jojo. A mãe te ama muito, Tytär. (autora: significa filha em finlandês)
- Eu te amo muito, Äiti. (autora: mamã em finlandês) - disse Joalin num tom quase inaudível. - Não vá, por favor. - disse quando viu os olhos da mãe fazerem um esforço para continuarem abertos.
- Cuida do seu irmão, minha flor. - disse Úrsula, antes da Joalin sentir o aperto na sua mãe desaparecer e ver a mão da mãe cair até bater no teto do carro que agora estava no chão.
- Mãe? Mamãe? - disse Joalin em desespero, tentando acordar a mãe, gritou o nome dela mais algumas vezes, até parar e começar a tremer por culpa das lágrimas e do medo, medo de acabar sozinha num mundo cheio de tanta gente. - Äiti? - sussurrou, um tom quase inaudível, antes de beijar a mão que a mãe tinha apertado, e depois levou-a até ao braço do irmão. - Nós vamos ficar bem, Joshy.
E depois, só escuridão.
☼︎
É impressionante como a vida muda de um momento para o outro.
Num segundo, você está dentro do carro, a caminho da casa da sua avó, a cantar com a sua família e a rir-se...
E no outro...
Tudo virou uma memória.
Uma lembrança de um momento em que você se sentiu inteiro.
Joalin estava destruída, apesar de não ver mais nada, a mente dela não tinha parado de funcionar, e tudo o que ela mais desejava era que tudo fosse um sonho.
Que a qualquer momento ela iria ser acordada pela mãe sorridente e dizer-lhe "Querida, acorda. Já chegamos á casa da avó."
Mas isso não ia acontecer, porque ela tinha partido.
Ela não ia voltar.
Nem ela, nem o pai. E ela agarrava-se á esperança de que o irmão acorda-se, de que ela não ficasse sozinha mesmo estando num mundo rodeada de gente.
Eles não iam voltar.
Eles tinham partido.
As pessoas que a tinham criado, faleceram. Bem na frente dos seus olhos.
Ela estava sozinha num mundo escuro, no qual ela não tinha ideia de como sair.
Sozinha.
― 𝐕𝐎𝐓𝐄𝐌―
palavras: 892
interação:
Que estão a achar?
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𝗯𝗲𝘁𝘄𝗲𝗲𝗻 𝗹𝗶𝗳𝗲 𝗮𝗻𝗱 𝗱𝗲𝗮𝘁𝗵 | 𝗷𝗼𝗮𝗹𝗶𝗻𝗮
Romance| × 𝗯𝗲𝘁𝘄𝗲𝗲𝗻 𝗹𝗶𝗳𝗲 𝗮𝗻𝗱 𝗱𝗲𝗮𝘁𝗵 | ❝ ― 𝖲𝗈́ 𝖽𝖺𝗆𝗈𝗌 𝗏𝖺𝗅𝗈𝗋 𝖺́𝗌 𝖼𝗈𝗂𝗌𝖺𝗌 𝗊𝗎𝖺𝗇𝖽𝗈 𝖺𝗌 𝗉𝖾𝗋𝖽𝖾𝗆𝗈𝗌. ❞ Onde 𝖩𝗈𝖺𝗅𝗂𝗇, uma 𝖺𝖽𝗈𝗅𝖾𝗌𝖼𝖾𝗇𝗍𝖾 de 17 anos apaixonada por dança e por música, tinha a vida perf...