"Desde que a mamãe morreu... Você não faz nada além de me tirar da sua vida".
Roxy - No pique de Nova York
Pov Katherine Grey
— Não precisava ter vindo, eu sei me virar sozinha, fiz isso muito bem nos últimos dois anos — desde que saímos do grill a Lizzie não parou de reclamar um minuto. — Você nem foi para o enterro da mamãe, não se despediu, ela perguntou por você sabia, mas só eu estava lá — suas últimas palavras machucam muito, eu tentei vir, mas eu não consegui — eu te odeio Katherine.
— Droga Elizabeth, cala a merda da sua boca, eu cansei de você só reclamando, você não sabe o que passei para chegar aqui, então cala a boca e se você não quer ir, beleza fica aqui sozinha, eu precisei crescer muito cedo, eu cuidei de você quando não tinha ninguém para cuidar de mim, se você acha que sou tão egoísta assim, por tentar um futuro melhor pra gente, fica nessa droga de cidade, porque eu cansei disso. — Falo alto fazendo todos que estão ao redor olhar pra gente. Vou até o banheiro sem conseguir conter as minhas lágrimas. — Eu não sei mais o que fazer — falo baixinho me olhando no espelho.
— Tudo bem? — Uma moça pergunta.
— Desculpa eu achei que estava sozinha — peço enxugando minhas lágrimas.
— Não peça, você está bem? — Ela me entrega um lenço de papel.
— Não, minha vida está desmoronando, não sei o que fazer. — Sou sincera, eu não tenho ninguém, não tenho nada.
— Olhe, não sei o que aconteceu, mas sei que não é nada bom, a alguns anos atrás eu passei por uns problemas que nunca imaginei que iria conseguir superar, mas eu conseguir e sei que você também vai, então vem cá retocar essa maquiagem porque você é muito linda para ficar assim, levanta essa cabeça e confia que vai dá certo — sorrio fraco para ela, eu nem a conheço e ela está sendo tão legal comigo, coisa que não acontece há muito tempo. — Aliás eu sou a Emma — ela estende a mão, para mim aperta.
— Kath — aperto na mão dela com um pequeno sorriso.
— Tenho que ir, meu marido está me esperando, daqui a pouco ele coloca o FBI atrás de mim — ela diz procurando algo em sua bolsa — esse é meu cartão, se precisa de alguma coisa pode me procurar, eu também estou indo para Nova Iorque — ela aponta para meu cartão de embarque.
— Obrigada, você me ajudou muito — abraço ela. E só então percebo o quanto ela é linda e não sei porque acho que conheço ela.
Volto para sala de embarque e fico esperando nosso voo ser anunciado, Lizzie não falou mais nada desde nossa discussão. Eu fico triste por descontar nela, mas eu não aguentava mais.
Depois de quase doze horas finalmente chegamos a Nova York. Vejo os olhos dela brilharem ao ver a cidade. Quando éramos crianças, sonhávamos no dia que víamos morar aqui juntas, pena que não aconteceu da melhor forma.
Pego nossa bagagem e vamos para o estacionamento pegar um táxi, não tenho muito dinheiro para isso, mas com o tanto de coisa, não vamos conseguir ir até o metrô.
O caminho até meu apartamento, foi eu pensando em como vou fazer de agora em diante, preciso de um emprego novo, por que graças aquele metidinho de merda fui demitida. Tenho uma adolescente rebelde que me odeia para cuidar, alimentar e ser responsável.
— Não estou preparada para ser adulta — choramingo baixinho. — Bem-vinda a sua nova casa — abro a porta e ela entra observando tudo — vem, vou te levar até seu quarto — ela me acompanha — não tem muita coisa ainda, mas amanhã podemos comprar algo.
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Como num filme
RomanceKatherine é acostumada a mudanças. Ela está presa em dois mundos, onde tentar buscar a felicidade é sua meta. Ela compreende que importa apenas adaptar-se e encontrar tudo aquilo que sempre sonhou em cada novo movimento de sua vida. Aos dezoito ano...