"A vida é cheia de segundas chances." — Um Porto Seguro.
Pov Katherine Grey
O luto. Ele tem várias fases, negação, raiva, aceitação, a que você supera, ou finge não ligar. E cada um reage de um jeito diferente, alguns preferem sofrer calados, outros demostrando o quanto estão abalados, ou no meu caso, eu tive que crescer.
Aah, antes que eu me esqueça, eu sou a Katherine.... Katherine Grey.
Eu acho que tudo parou de fazer sentindo a cinco anos atrás, quando por minha culpa, somente minha culpa, eu perdi uma das pessoas mais importantes da minha vida. Meu pai, ele faleceu em um trágico acidente de carro enquanto me buscava em uma festa.
Se pudéssemos prever as consequências dos nossos atos, talvez evitaríamos tanta dor, mas como a maioria dos sofrimentos, começa com um pouco de felicidade, não pensamos bem antes de fazer.
Era 15 de novembro de 2016, quando fui convidada para minha primeira festa, o que eu não esperava era encontrar, minha melhor amiga beijando o garoto que eu gostava. Eu fiquei péssima, parecia ser a pior coisa que poderia me acontecer, mas eu estava enganada, aquilo não era nada, para o que realmente iria acontecer. Sai correndo e liguei para meu pai vim me buscar, estava frio e escuro, as ruas escorregadias da neve, mas ele foi mesmo assim e quando estávamos voltando para casa, sofremos um acidente que levou a morte dele e quase a minha e eu acho que nunca me perdoei por isso.
Já minha mãe ficou presa em uma dessas fases do luto, ela nunca aceitou bem a morte dele, então ela mudou completamente. Começou a se relacionar com o primeiro que aparecia pela frente, mas a maioria só fazia mal a gente, batia nela, em mim por tentar ajuda-la, começou a beber fumar, deixou o trabalho e nossa vida virou de cabeça para baixo.
Comecei a trabalhar muito cedo para cuidar da minha irmã, já que ela não fazia mais isso, eu levava ela para escola, enquanto eu também ia para minha e a tarde íamos para o grill. Como eu não tinha idade para trabalhar eu só fazia ajudar, os donos gostavam muito de mim e da minha irmã, então eles cuidavam da gente, eram as pessoas mais próximas que tínhamos de uma família.
Meu sonho sempre foi ser uma grande cineastra, eu queria produzir filmes, series, sucessos de Hollywood. Então quando terminei o ensino médio me inscrevi em todas as universidades de cinema do mundo e eu conseguir entrar na que eu mais queria, a "New York Film Academy" em Nova Iorque e ainda ganhei uma bolsa de estudos de 100%.
O único problema disso tudo era ter que deixar minha irmãzinha Elizabeth, ela tinha apenas treze anos e eu não podia levar ela, não ainda, mas era minha chance de conseguir algo melhor para gente.
Então foi aí que dei um adeus. Adeus a tudo que me fez mal, as pessoas, a família, a minha cidade, a tudo que não somou e que tirou lágrimas de mim, tudo que não valia a pena, hoje estou deixando para trás. Mas infelizmente com isso vou acabar deixando coisas importantes também.
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Como num filme
Roman d'amourKatherine é acostumada a mudanças. Ela está presa em dois mundos, onde tentar buscar a felicidade é sua meta. Ela compreende que importa apenas adaptar-se e encontrar tudo aquilo que sempre sonhou em cada novo movimento de sua vida. Aos dezoito ano...