CRY ALL OVER YOUR BODY | l.s. fic

ad infinitum

Uau. Já faz um ano desde que abri essa página pela primeira vez. Ainda é surreal que existam tantos de vocês do outro lado lendo minha dores mais íntimas. Obrigada por tudo e por tanto. Nunca agradecerei o suficiente. Coincidentemente, Hoje é aniversário de Aninha (thefolkevermore) no twitter e, por essa razão, dedico esse especial pra ti aninha!! Feliz vida, meu amor, espero que você seja apenas feliz! Obrigada por estar aqui <3

Muito obrigada a todes vocês, fiquem ligades que já já sai uma coisica pra vocês hihihi

Obrigada também ao foxwproject no twitter que se dispuseram a betar esse especial aqui em tempo recorde!

Usem #caoybespecial pra falar dela no twitter e eu poder ver!!!!

Sem mais delongas, espero que vocês gostem! Não esqueçam de votar e comentar bastante!

Xx (pela última vez nessa página),

Mimis.

...

– Você vai nos atrasar para isso também?! – Harry pergunta, impaciente, sentado na cama.

Louis suspira alto; ele está apenas terminando de arrumar o cabelo, tentando lidar com o novo corte. Eles estão no quarto do pequeno flat e Harry bate o pé apressado no chão, vestindo um belo terno sem o paletó, sua bota de festa, as duas becas pendurada em cabides no canto.

Por menor que o espaço que eles moram seja, Louis consegue olhar ao redor e ver tantas coisas que trazem uma ótima memória, ele consegue se lembrar de momentos preciosos que eles viveram ali. Mesmo que agora tudo esteja meio dentro de caixas, meio fora do lugar – fruto da mudança do flat para outro mais próximo da escola que Harry foi contratado.

Arrumar as coisas para sair dali tem deixado Louis nostálgico e introspectivo. Harry, por outro lado, parecia estar bem, tranquilo, tentando enfiar em caixas todos os milhares de livros que ele acumulou nos últimos quatro anos.

Levou um tempo para que ele conseguisse voltar a ler e Louis precisou conversar com Flora para realmente compreender o que havia acontecido; Harry continuava seu acompanhamento remoto, porque ele se negou terminantemente a trocar de psicólogo – mesmo com os protestos da mulher e de Louis, ambos achando que seria mais interessante se ele pudesse ir até um consultório de verdade.

O meio termo que os três encontraram foi que Harry deveria fazer os atendimentos fora de casa, o que pareceu razoável. E, por incrível que pareça, funcionou muito bem.

Ele se recorda de quando buscou Flora para entender a coisa toda. Para Louis, era óbvio que aquilo estava ligado com um trauma, mas ele não compreendia totalmente e se sentia muito frustrado de não conseguir fazê-lo. Ele achava que era inaceitável não estar cem por cento ao lado de Harry em todas as coisas – boas ou não.

– Ser atravessado por algo traumático pode resultar nas mais diversas adaptações pelo corpo. – Flora disse para ele. – Harry atrelou isso ao ato da leitura porque, para seu inconsciente, ler era um lugar seguro. Enquanto ele estava inseguro, fazendo qualquer outra coisa, seu corpo era incapaz de desligar. No entanto, quando ele estava lendo, uma atividade ligada a segurança, sua mente entendia que ele podia relaxar, descansar. Isso acontece mais do que você pensa e precisa ser trabalhado com as terapias e com as atividades, aos poucos. Existem pacientes que demoram semanas e outros meses para conseguir voltar a fazer sua coisa preferida. Em casos de estresses pós traumáticos, por exemplo, as pessoas são incapazes até de voltar a trabalhar, se aquilo for o que seu cérebro atrelou a segurança.

Eles ficaram em silêncio por um tempo, Louis tentando entender toda aquela situação, o telefone suado em seu ouvido.

– Eu me recordo da primeira vez que o Harry falou sobre você, Louis. – Flora ressurge novamente. – Ele parecia tão inseguro quanto a você, mas tão certo ao mesmo tempo. Poucas vezes um namorado entrou em contato comigo para entender algo. Pouquíssimas. Eu fico feliz dele ter você agora.