GABRIEL NARRANDO
Uma semana se passou e eu voltei pro Brasil, os treinos voltaram intensamente aliás os campeonatos estão batendo na porta e estar no Flamengo significa " VENCER! VENCER! VENCER! "
Cheguei em casa após um longo dia de treino, hoje foi bem puxado mesmo e amanhã teríamos uma partida contra o Madureira pelo carioca.
Joguei a mochila no canto da sala e deitei por cima da Dhiovanna que tava concentrada no celular.Dhiovanna - Sai de cima, garoto! – empurrava o irmão.
Gabriel - Só uns minutinhos! – falei e ela continuava empurrando.
Dhiovanna - MÃE O GABRIEL TÁ ME SUFOCANDOOOOOOO. – gritou e a mais velha veio correndo.
Lindalva - Sai de cima da sua irmã Gabriel, vai tomar um banho que vou colocar o café na mesa. – falou puxando ele.
Gabriel - Tô indo! Tô indo! – me rendi e levantei.
Dhiovanna - Depois você pode ajudar numa publi? – fez bico.
Gabriel - Agora quer minha ajuda é? Na hora de gritar a mamãe sabe né? Pede ela pra fazer com você. – debochei.
Dhiovanna - Minha mãe não tem quase nove milhões de seguidores, gato. – disse sarcástica. – Não é uma ofensa mãe, te amo. – mandou beijo pra mais velha que levantou a sobrancelha.
Lindalva - Já ofendeu! – voltou pra cozinha.
Gabriel - Tá vendo a filhinha que você tanto defende, dona Lindalva. – gargalhou.
Dhiovanna - Idiota! Agora anda logo, eu tenho que mandar pra marca hoje. Eu ainda vou estudar com a Maria. – apressou ele.
Gabriel - Eu não disse que ia fazer! – subi as escadas rindo.Entrei no quarto e logo fechei a porta, tirei aquela roupa e fiquei apenas de cueca. Peguei uma roupa no closet e entrei no banheiro, tirei a box branca e me enfiei na água gelada, era bom pra relaxar.
Já tinha lanchado, agora tentava gravar uma parada daquelas que a Dhio pediu, já perdi a conta de quantas vezes gravamos e isso já tava me irritando, nada saia bom pra ela.
Dhiovanna - PORRA GABRIEL, É SÓ ANDAR EM DIREÇÃO A CÂMERA E VIRAR SORRINDO PRA MIM, APENAS ISSO! – disse impaciente.
Gabriel - Mano, eu tô fazendo certo, eu só não consigo segurar a risada. Aquele outro vídeo ficou maneiro, bem natural cara. – sentei.
Dhiovanna - Você deu língua no final animal, não pode. – revirou os olhos e a campainha tocou.
Gabriel - Vai atender, eu to cansado. – mantive a minha posição, ela jogou o chinelo em mim. – DHIOVANNA VOCÊ TÁ BRINCANDO COM A SUA VIDA, GAROTA! – ela riu e deu dedo.Peguei o celular enquanto ela atendia quem estava na porta, abri o WhatsApp e o Everton me convidou pra uma noite de japa hoje e eu poderia levar alguém. Aceitei, já que não teria nada pra fazer. Dhiovanna vai estudar, meus pais vão sair com os pais da Maitê então eu ficaria sozinha.
Logo escuto vozes se aproximando, levanto o olhar e encontro Maitê e a Maria.Gabriel - E aí? – falei e ela acenaram.
Maitê - Oi, não vim pra atrapalhar não tá? Sua mãe falou que fez bolo de cenoura com chocolate, ela deixou eu pegar um pedaço. – disse sem jeito.
Dhiovanna - Você pega pra ela Bi? Eu vou estudar com a Maria. Aliás, isso aqui não acabou, pedi pra eles aumentarem meu prazo de entregar, amanhã voltamos a gravar gatinho. – mandou beijo rindo.
Maria - Ela já começou a judiar de você? Tá ferrado, cara. – tocou o ombro dele e riu.
Gabriel - Já conheço esse golpe a dezenove anos. Bora lá na cozinha Maitê. – chamei a mais velha que tava concentrada no celular.Adentramos a minha casa e fomos direto pra cozinha, acendi as luzes e peguei dois pratos e colheres.
Gabriel - Fica a vontade! – entreguei o prato pra ela.
Maitê - Valeu, tava com muita vontade quando ela falou que fez, eu pedi logo um pedaço. – ri nasalado cortando o pedaço de bolo.
Gabriel - Não sabia que conhecia a minha mãe. – sentou na bancada e partiu um pedaço de bolo também.
Maitê - Malhei com ela outro dia aqui na academia do condomínio. – falei e ele assentiu.
Gabriel - Legal, não sabia que ia vir pro Brasil. – falei.
Maitê - Era o combinado. Eu termino a facul e volto pra cá, mais uma vez fazendo a vontade dos meus pais. – sorriu forçado.
Gabriel - Me admiro você que conseguiu bater o pé e mudar de curso contrariando seu pai e agora que você tá mais independente que nunca não conseguiu. – falei e ela me olhou seria.
Maitê - Quem te contou isso? – coloquei o prato encima da bancada.
Gabriel - Era segredo? – olhei pra ela que se aproximou.
Maitê - Não, mas não falo disso com todo mundo. – cruzou os braços.
Gabriel - O Ney me contou.
Maitê - Tinha que ser aquele fifi mesmo. Olha, tem coisas que não vale a pena se eu for perder a minha família, sabe? Eu já fiquei distante demais, posso ir pra Paris sempre que eu quiser porque tenho uma empresa lá. Mas no momento a minha família precisa de mim aqui.
Gabriel - Eu admiro você, de verdade. – ela me olhou surpresa. – Não é todo mundo que faria isso! – sorri fraco.
Maitê - Você também parece ser o tipo de pessoa que faz isso? Ou tô enganada.
Gabriel - Tudo que eu fiz e faço é pela minha família, eu passei um tempo morando fora jogando por outros times, lá eles não me deram uma oportunidade pra mostrar o que eu sei fazer, isso foi me desmotivando e me desagradando, tudo tava me consumindo e eu só não me sentia mais infeliz foi porque minha família tava lá comigo o tempo todo, segurando a minha mão e não me deixando desistir. Eles sempre estiveram comigo a minha vida inteira, então eu não posso ser ingrato de deixá-los agora. – contei a ela.
Maitê - Entendo, todos nós tivemos um começo difícil. Mas a sua família te apoiou em tudo, no meu caso, meu pai fechou as portas pra tudo pra mim, eu tive que me virar nos trinta pra sobreviver. Se não fosse a Carol e a minha mãe eu já teria desistido de tudo. – raspei o pouco de chocolate do prato.
Gabriel - Como você tá lidando com isso tudo?
Maitê - Isso faz anos né Gabriel, a raiva de anos atrás não é a mesma que hoje. Hoje se transformou em decepção, porque eu me sinto tão realizada na profissão que eu tô seguindo, tô sendo feliz. E o meu pai não tá perto pra acompanhar. – olhei pro alto tentando engolir o choro.
Gabriel - Ele é quem tá saindo no prejuízo Maitê. – me aproximei e segurei em seu queixo fazendo nossos olhares se cruzarem intensamente.
Maitê - Talvez você tenha razão! – intercalei meus olhos entre seus olhos e boca.
Gabriel - Ele vai voltar como um cachorrinho, vai te pedir desculpas e você ainda vai perdoar porque é boa, mais isso não significa que seja otária e sim que tem bom coração. – meus olhos estavam presos nos dela.
Maitê - GABRIEL! – disse quase inaudível.Rapidamente tratei de acabar com toda aquela distância, juntei nossos lábios num beijo que até agora não fazia parte das coisas que eu queria um dia. Seu alito era refrescante com uma mistura de bolo, lábios macios o que facilitava pra se movimentar. Maitê cedeu passagem fazendo com que eu aprofundasse o beijo, minhas mãos agora estavam apertando suas coxas desnudas, e as mãos dela por dentro da minha blusa que me arranhavam me causando prazer absoluto.
Mas o resquício da minha humildade foi dando sinal e paramos o beijo com alguns selinhos, respirei fundo e encostei minha cabeça no ombro da morena que agora fazia um carinho gostoso em minha nuca.Maitê - Tudo bem? – falei baixinho.
Gabriel - Não fala nada agora, só deixa eu aproveitar isso! – beijei seu ombro e ela assentiu.Por alguns minutos em me sentia em paz como nunca, minha mente não vinha absolutamente nada é como se eu estivesse em um ponto de calmaria e nada pudesse me atormentar ali.
Mas, o meu celular tocou me acordando daquele transe que a morena a minha frente me causava.Gabriel - " Oi" / " Não demoro, prometo. Tive que resolver um negócio, tô levando companhia "/ " Deixa de ser idiota, cara "/ " Já escolhi o vinho, tchau tchau " – ri e desliguei a chamada.
Maitê - Acho que essa é a minha deixa pra ir! – desci da bancada e me ajeitei.
Gabriel - Não, espera! – passei a mão pelos cabelos sem jeito. – Você come comida japonesa?
Maitê - Como sim, eu amo! Porque? – prendi o cabelo num coque.
Gabriel - Você fica pronta em meia hora? Tenho que estar às oito na casa de um amigo e ele pediu pra chamar alguém, você vai comigo? – pedi.
Maitê - Não sei Gabriel, amanhã eu tenho uma entrevista de emprego cedo. – mordi os lábios.
Gabriel - A hora que você quiser vir embora, eu trago você, prometo.
Maitê - Como devo ir? – falei e ele sorriu.
Gabriel - Confortável e agasalhada, do jeito que você quiser ir. – sorri.
Maitê - Tudo bem, fui.Ela saiu pela porta da cozinha e eu subi as escadas pra ir me arrumar, escolhi uma calça jeans lavagem escura, blusa branca com algumas coisas escritas, moletom branco também e um tênis da Nike colorido.
✨✨✨✨✨✨✨✨
BOA NOITE MEU AMORES, PASSANDO PRA DIZER QUE REESCREVI ESSE CAPÍTULO UM MILHÃO DE VEZES E DESSA VEZ FOI.
O PRIMEIRO BEIJO DO "CASAL" VEIO E ESPERO QUE TENHA GOSTADO, INUSITADO MAS DO JEITINHO DELES❤️❤️❤️❤️❤️
PS: Escrevi esse capítulo escutando " Doutora 3" COMO? Não sei hahahaha
Tô com ela a um tempo na cabeça e vocês vão ver que alguns capítulos ela vai estar🥰
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CONEXÃO
FanficSerá que o destino a esqueceu? Será que ela não nasceu pra ficar com alguém? Maitê sempre se questionou após o fim de "casos" curtinhos que tinha, porém sempre muito intensos. Até o dia que destino resolveu levá-la de volta a um caminho pra curar fe...