-- "Eu já me arrependi de ter aceitado participar dessa história de professora, a gente vai morrer de tédio nessa sala!" -- Venom berrou mentalmente.
Acho que essa já é a décima vez que ele reclama só hoje, mas devo concordar com ele, esses dias andam tão chatos!
-- "Por quê nós não vamos para as ruas e fazemos uma chacina?!" -- Carnificina pergunta, gritando do nada e isso me fez cair da rede que eu havia feito com a biomassa do Venom.
Acabei batendo minha parte superior do corpo em uma mesa e finalmente caí de costas no chão, eu estava na sala 1-A esperando os alunos e, para minha infelicidade, eles chegaram bem quando eu caí. Eu te odeio, Carnificina. Me sentei no chão toda dolorida, felizmente o Venom logo começou a cuidar disso, então olhei para os alunos e os mesmos estavam com uma cara confusa, tinha alguns que demonstravam um pouco de preocupação, mas era apenas dois ou três.
-- Eu tô bem. -- foi tudo o que eu disse enquanto me levantava. -- "Eu vou matar você, Carnificina!"
-- "E como você pretende fazer isso?" -- ele gargalhou depois.
Ele é insuportável!
Recolhi a biomassa do Venom e deitei em cima da mesa do professor, por algum motivo eu estava morta de canseira hoje. Os pirralhos se sentaram em seus lugares, alguns começaram a conversar entre si enquanto os outros ficavam quietos em seu canto, ou me encaravam, isso me incomoda um pouco.
-- Oh, pirralho meio a meio. -- chamei e todos ficaram quietos. -- Nunca te disseram que é feio ficar encarando as pessoas? -- perguntei, levando meu olhar para ele. -- E é muito mais sem educação encarar os outros como se essa pessoa fosse o mal encarnado. -- terminei, levando meu olhar para Iida que, aparentemente, ficou nervoso.
-- "Aquele não é o filho da fogueira?" -- Venom perguntou.
-- "Pelo que o Carnificina mostrou, sim, é ele. Por quê a pergunta?"
-- "Foi só pra confirmar."
-- "Seria muita crueldade descarregar as dores de cabeça que o pai dele causa nele?" -- Carnificina questiona, obviamente com algo em mente.
-- "Sim."
-- "Perfeito, vamos ver do que esse pirralho é capaz!"
Por quê eu não tô surpresa?
-- Por quê você fica me olhando como se eu fosse o mal encarnado? -- perguntei, olhando especificamente para Iida. -- Que eu me lembre, a gente se conheceu a apenas um ou dois dias.
-- É que eu acho estranho o fato de uma vilã estar nos treinando!
-- "Hahaha! Ele realmente teve coragem de dizer isso na nossa frente?" -- Venom falou.
-- Ok, se você não gosta da minha presença, vá reclamar com o Nezu, ele é o diretor da UA, ele que decide as coisas aqui. -- falei e não dei tempo dele responder, rapidamente levei minha atenção para o de cabelo bicolor. -- E você? Por quê você fica me encarando com essa mistura de emoções? Tem haver com aquela fogueira ambulante que a sociedade chama de Endevor?
-- Tcs! -- ouvi o loirinho.
Eu realmente esperei uma resposta, mas ela não veio, ele apenas ficou quieto como se a conversa não fosse com ele.
-- Hummm... Shoto Todoroki? -- ele reagiu. -- Acertei. Bem, me responde uma coisa: o que o seu pai quer de mim, hein? Ele vive pegando no meu pé.
Infelizmente ele não teve tempo de me responder, Aizawa logo apareceu, então seguimos com a aula tranquilamente, na verdade, eu acabei dormindo e só acordei quando era a minha vez de dar aula, quase os matei de exaustão novamente. Eu gosto de vê-los desse jeito.
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A Vigilante (Boku No Hero)
FanficO que diferencia um herói de um vilão? Para Natsumi, a resposta para essa pergunta era tão superficial quanto a sociedade em que vivia, nada mais que uma bela mentira contada para fins manipuladores. A sociedade estava presa em um ciclo superficial...