✦ ──『 02. BECKY 』── ✦
Após o táxi estacionar em frente ao apartamento do Vicente e do Arthur, o motorista me ajudou com as malas e logo o pagamento estava em suas mãos, não demorou e saiu. Respiro fundo analisando a entrada, sem coragem para subir os pequenos degraus a frente. A movimentação da rua estava fraca, mas as pessoas que continham, me olhavam curiosos.
Em um surto de coragem, com dificuldade, subi a pequena escada com minhas malas no encalço. Agora, em frente a porta, suspiro e bato na mesma. Surpreendo-me ao ser recebida por uma mulher loira, muito bonita por sinal. Repreendo-me mentalmente por não te pensando na probabilidade dos dois terem se mudado de apartamento.
— Oi? — a mulher sorriu, confusa.
— O Vicente ainda mora aqui? — pergunto cautelosa, apenas para ter certeza. Tento espiar por trás dela, mas não vejo ninguém.
— O Vicentinho? Claro que sim! — ela dá risada e eu olho para os lados, confusa. Ela continua me encarando sorridente, talvez esperando por algo. Mas pelo quê? Eu que estava esperando ela chamar o Vicente.
— Becky? Quem é? — outra garota, dessa vez morena, aparece no meu campo de visão. — Ah! Oi, tudo bem? Desculpa pela minha irmã... A Becky pode ser bem... Becky às vezes.
— É claro que eu sou bem Becky. — ela olha para a irmã, falando como se fosse óbvio. — Até porque não tem como eu ser bem Carla, né.
Franzo as sobrancelhas, achando essa conversa a mais bizarra da minha vida. Será que vim parar no lugar certo?
— Você está procurando quem? — Carla pergunta.
— Ela perguntou do Vicentinho. — agora conhecida como Becky, diz. Nós duas olhamos para ela, Carla nega com a cabeça e eu solto uma risada. — Qual o motivo da risada? Eu quero rir também.
— Desculpa por isso, pode entrar que eu vou chamar ele. — Carla fala, abrindo mais a porta para minha passagem.
— Quer ajuda com as malas? — Becky questiona animada, dando alguns leves pulinhos, sorrindo.
— Claro. — dou de ombros, ainda desnorteada pelo acontecido estranho.
Ela me ajuda com as malas e quando a colocamos no centro da cozinha, Carla aparece com o Vicente, este que me olha confuso.
— Helena? O que faz aqui a essa hora? — ele questiona confuso, vindo me abraçar. Retribuo o abraço, mesmo que estivéssemos sendo observados pelas irmãs tico e teco.
— Adivinha quem é dona do próprio nariz agora? — brinco, apontando para mim mesma de cima a baixo.
— Você tinha um dono? — Becky exclama surpresa. — Gente que babado...
Decido por ignorar isso, claro, após ver os olhares deles, que imploraram para eu não questionar.
— Pediu a emancipação? Sua mãe concordou com isso? — Vicente pergunta, surpreso e preocupado. Carla solta um pigarro, chamando nossa atenção. — Ah! Meninas, essa é a Helena, uma velha amiga.
— Oi Helena! Eu sou a Becky, e essa é a minha irmã, Carla. — Becky se apresenta, e aproveita para fazer o mesmo com sua irmã. Olho para Carla e depois para o Vicente, os dois negam com a cabeça. — Nossa... Mas como você é linda. Com esse cabelão ruivo, daria uma ótima modelo.
— Olá Becky, como o Vicente já disse, sou a Helena. E muito obrigada pelo elogio, vocês duas também são muito lindas. — retribuo o elogio, sorrindo, apesar de estar confusa. Será que ela é sempre assim?
— Ela fala engraçado, né. — ela comenta com Carla, a entonação da sua voz sempre a mesma, variando entre animada e confusa.
Solto uma risada, sem acreditar que Becky não estava fazendo de propósito, mas pelo que parece realmente é o seu jeitinho. E eu amei.
— Respondendo suas perguntas, Vicente... Sim, eu pedi emancipação para o meu pai, tenho a ligeira impressão que sabe como isso ocorreu e mesmo que não concorde em como isso aconteceu, sabe que foi o melhor para mim. — ele suspira, assentindo com a cabeça. Faço uma expressão sapeca após um tempo em silêncio. — Então... Não teria um espaço para sua linda amiga passar a noite?
— Então... Helena... — Vicente se enrola um pouco, me deixando confusa. — Eu aluguei o quarto em que você ficava.
Ele aponta com a cabeça para Carla e Becky.
— Eu fico no sofá, sem problemas. — aponto para o sofá que estava na sala. Eu só queria descansar.
— Nada disso. — Carla se opõe. — Colocamos um colchão no quarto, pode ficar com a minha cama.
— Nada disso. — repito o que ela disse anteriormente. Recuso-me a tirar sua cama, seu conforto. Ainda mais para uma desconhecida. — Eu fico com o colchão no chão.
Ela reluta um pouco, mas concorda sorrindo.
— Amei, amei, amei! — Becky exclama animada, batendo palminhas. — Podemos fazer uma festa do pijama para nos conhecermos melhor.
— Eu adoraria. — sorrio. A animação dela é contagiante. — Acredito que é tudo o que eu preciso no momento.
Mesmo estando cansada, estava curiosa sobre as duas e queria conhecê-las melhor.
— Só não vão dormir tarde, amanhã é segunda-feira. E você, mocinha... — aponta para mim. — Vai com a gente para fazer sua matrícula.
Vicente volta para o quarto, após me dar mais um abraço apertado, dizendo estar com saudades. Nós três caminhamos para o quarto, elas me ajudaram com as malas, mesmo eu dizendo que não precisava. Sinto que estou abusando demais.
— Aí gente, obrigada. — agradeço soltando um suspiro de alívio, caindo deitada na primeira cama que vi pela frente. Se já estou na chuva, vou me molhar. Elas não pareciam se incomodar com isso.
— Pelo quê? — Carla pergunta confusa, se sentando em uma cama, que penso ser a sua, com as pernas cruzadas.
— Por me livrar de ver o Arthur indo tomar leite de madrugada com aquele pijama assustador. — respondo e nós três caímos na gargalhada. A risada de Carla é muito engraçada e contagiante, o que faz nós rirmos mais ainda.
¶| um capítulo por dia até agora, tá passadah?
¶| KKKKKKKKK a Becky ela---
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𓍢 *݂ 𝅄 !SUAS LINHAS, pedro c.
Non-Fiction▋REBƎLDE ▋ ❛rebelde, chegou a minha vez... o que sou ninguém vai mudar.❜ Falta de dinheiro nunca foi uma questão a ser pensada para Helena Duarte, em seus pensamentos, conta bancária transbordando é igual a problemas transbordando. De fato, pro...