Capítulo XIII

721 87 107
                                    

Instagram: contosdogaucho

Facebook: Deporto Alegre

....

Diego

Estávamos no meu carro parados no estacionamento do bar, ficamos um tempo parados para o Alexandre acalmar um pouco, ele olhava para fora, tomou agua e me disse onde morava. Enquanto eu dirigia ele ficou em silencio, eu me preocupei por que não parecia em nada com o Alexandre que eu conhecia, parece que todo aquele verniz que ele tinha rachou, olhava pela janela e eu tinha uma sensação de que agora estava conhecendo o verdadeiro Alexandre.

Quando cheguei na frente do apartamento, notei que ele tinha um padrão de vida elevado, maior do que o da minha família.

Eu não sabia o que fazer, ficamos parados dentro do carro na frente do prédio onde ele morava.

- Consegue entrar sozinho? - perguntei e ele ficou me olhando.

- Pode subir comigo? - a expressão do rosto dele disparou alguma coisa no meu peito, eu tinha um sentimento ou melhor um pressentimento de que ele realmente estava precisando de alguém ao lado dele.

- Certo, vamos subir. - quando fui abrir a porta do carro para descermos ele segurou no meu braço.

- Coloca o carro lá dentro. - ele puxou um cartão da carteira e me deu. - é só passar no controle que vai conseguir entrar. - a voz dele estava muito estranha.

Entramos no apartamento, era um grande espaço aberto, cozinha integrada, provavelmente na sala dele caberia o meu apartamento, ajudei o Alexandre a sentar no sofá, ele olhava para o chão.

- Alexandre tá tudo bem? É melhor eu ir e te deixar descansar.

- Tu pode ficar aqui essa noite?? - a voz dele estava estranha.

- Não entendi. - quando ele levantou o rosto e me olhou fiquei assustado com a expressão de dor no rosto dele, principalmente os olhos. O que estava acontecendo??

- Pode ficar comigo essa noite eu só...só não quero ficar sozinho. - eu não tinha opção, um sinal vermelho foi acionado dentro do meu cérebro.

- Certo, mas... - ele andou na minha direção.

- Diego olha, não vou tentar nada, não é um joguinho meu, eu só não quero ficar sozinho hoje e foi por isso que fui pra rua. Pode confiar em mim?? - sentei do lado dele.

- O que esta acontecendo contigo Alexandre?? - ele tentou sorrir.

- Diego, hoje eu acho que não tenho condições de falar sobre isso, podemos deixar assim...eu não quero jogar em cima de ti o peso de tudo que eu estou sentindo agora, não é justo.

- Está bem, quem sabe toma um banho e dorme um pouco.

- Eu vou tomar um banho sim, olha, quer tomar um banho também?? - fiquei parado olhando para ele. Como assim?? - Sem joguinhos Diego eu prometi. No quarto de visitas tem banheiro, pode tomar banho lá, não que eu não queira...

- Alexandre!!

- Não posso mentir também, eu realmente gostaria de tomar um banho contigo...quem sabe um dia...vou deixar uma roupa pra ti colocar em cima da cama. Vem comigo. - fui atrás dele.

Entramos em um corredor com algumas portas, ele abriu uma e eu vi que era um quarto grande que parecia não ser realmente usado, ele abriu outra porta e me mostrou o banheiro.

- Pronto fica a vontade eu vou tomar um banho no meu quarto. - ele virou em direção a porta e parou. - Obrigado.

- Não tem porque agradecer.

Um caminho a seguir.Onde histórias criam vida. Descubra agora