O décimo sexto dia das férias

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Dal

Bebo a dose de cachaça com um gole rápido e Malu bate palmas como forma de apoio.

- Menina do céu, mas tu só num bebe pouco, né? - deixo uma risada baixa escapar e olho para Malu.

- Se tem uma coisa que os doramas não mentem, é o quanto coreanos gostam de álcool.

- Eu nunca assisti essas novelas do teu país, a gente devia ver juntas - Malu sorri de leve e eu retribuo. - Ou isso ou algum filme de terror, eu amo!

- Eu não gosto muito de filmes de terror, mas se você quiser a gente assiste juntas - foco em seus olhos e sinto meu coração bater mais forte.

- Fechado! - fala e segura a minha mão, fazendo carinho, ao mesmo tempo que me arrasta para onde todos estão reunidos, ao redor da fogueira. É final de tarde, além de nós, não tem muita gente na praia, exceto por um menininho e sua mãe, que estão brincando juntos a uma distância razoável.
Taeyang, Laura e Thiago estão conversando animados sobre alguma coisa, quando eu resolvo soltar a mão de Malu e faço um sinal para ela esperar. Chego atrás do meu irmão e me jogo em suas costas, ele pula de susto basicamente.

- Quase me matou de susto baegchi! - Taeyang fala com a mão no peito e eu rio, o abraçando. - Ah meu Deus, você está bêbada!

- Não estou não! Eu só quis te dar um abraço - sorrio, talvez eu esteja um pouco bêbada, mas não é esse o motivo do abraço. Apesar de estarmos sempre implicando um com o outro, eu e o Taeyang nos damos muito bem e eu não quero que isso mude nunca. - Vocês vão querer beber também?

- Agora não - Thiago diz calmo, logo Duda se junta a nós, sentando ao lado do namorado. Ela está bebericando uma caipirinha.

- Oxe Thiago, tu virou celibatário de cachaça foi? - Duda brinca, então vejo Laura e Thiago trocarem um olhar que para mim diz muita coisa. Eu não vi o nosso amigo beber mais que um copo desde que ele deu aquele vexame e fez a Laura chorar.

- Eu vou beber mais tarde mulher, ave maria, que interesse é esse em me embebedar? - Duda ri e passa os braços ao redor do pescoço dele.

- E eu lá preciso te embebedar pra nada seu besta - Todo mundo ri e enquanto vejo eles daquele jeito, eu só penso na Malu e no nosso selinho, queria beijá-la de verdade, mas ainda me falta coragem. Laura desvia o olhar do beijo deles e eu fico com dó, mas não digo nada.

Taeyang me olha e depois olha para os outros.

- Dal, vamos dar uma volta? - sinto que meu irmão quer conversar comigo, então eu me levanto, seguindo com ele. Eu sei que de alguma forma o Taeyang sabe que tem algo acontecendo comigo.

- O que foi? - pergunto depois que nos afastamos um pouco dos outros.

- Você tá bem? - Meu irmão responde a minha pergunta com outra, sempre que estamos sozinhos, nós conversamos em coreano, acho que é uma forma de matarmos um pouco da saudade de casa. É incrível estar no Brasil, mas claro que a gente sente falta dos nossos pais e do nosso idioma.

- Sim, vir à praia está sendo muito legal - sorrio e ele passa o braço ao redor dos meus ombros.

- Como estão as coisas? - pergunta meio sem jeito e eu arqueio a sobrancelha, mas entendo o que ele quer dizer, apesar disso me faço de tonta.

- Estão bem, ué - dou de ombros e vejo meu gêmeo revirar os olhos.

- Como estão as coisas entre você e a Malu?

- Taeyang não me olha quando pergunta e eu sinto meu rosto esquentando. Por que eu estou corando? Que saco!

- Agora estão bem, a gente voltou ao normal, ainda bem - falo de maneira meio tímida, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

Sob o mesmo solOnde histórias criam vida. Descubra agora