O terceiro e o quarto dias das férias

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Notas da autora: Alguns capítulos serão mais curtos, pois em alguns dias, como nós, os personagens vão ter uma rotina mais parada. Mais a frente vocês também vão notar que pularemos alguns dias, mas não se preocupem, os próprios personagens vão nos contar os acontecimentos. Fiz esse capítulo com muito carinho, espero que gostem. Ah! Perdoem a demora, tive um pequeno bloqueio, se tudo der certo as postagens vão continuar acontecendo uma vez por semana.

XXX

Dal

Não sei quanto tempo já passamos aqui, mas tirando o meu irmão idiota, está sendo um passeio bem divertido. Achei que ia achar essa coisa toda de café uma grande chatice, mas na realidade a comida e as conversas estão me deixando bem animada.

- O Taeyang que costuma gostar desses livros de terror, eu morro de medo! - respondo Thiago, que tinha acabado de falar todo empolgado do Stephen King. Eu estou tentando incluir meu gêmeo na conversa, mas o demente continua calado, parece uma porta.

- Tu tava tentando ler O fantasma da ópera, né? Em português. - Laura pergunta para Taeyang que está encarando o cardápio, eu sei que ele não vai pedir mais nada, porque meu irmão não comeu direito nem o que já havia pedido.

- Taeyang. - chamo e ele continua aéreo. - Baegchi! - Sacudo levemente seu ombro, o chamando de idiota e meu irmão acorda do transe.

- O que foi? - pergunta me olhando e quando nossos olhares se encontram, eu sei que tem algo errado.

- A Laura perguntou se você tá tentando ler O fantasma da ópera em português.

- Ah, estou sim. - Taeyang olha para a Laura de um jeito esquisito e sorri de lado, antes de voltar a observar o menu.

Aquilo faz com que fiquemos em silêncio, Taeyang sabe mesmo estragar o clima.

- Eu ainda não me conformei com o quanto o cuscuz é bom e o quanto esse frapê de biscoito é horrível. - Quebro o silêncio, decidida a não deixar um clima ruim entre todos nós.

- Não é ruim, só é mais amargo. - Thiago fala me olhando, ele riu da minha cara quando eu experimentei e odiei. Pode parecer estranho, mas eu gosto do clima de intimidade que já tenho com os dois. Sinto como se fôssemos amigos faz anos.

- De amargo já basta a vida. - dramatizo e Laura ri baixo.

- Mas se não tiver coisa amarga a gente não vai valorizar o doce. Filosofei. - Ela brinca, eu e Thiago rimos baixo.

- O próprio Platão. - Thiago a provoca, eu quero que meu irmão se enturme, mas sei que quando ele se fecha nem Jesus para tirá-lo da caverna. Imagina eu.

- Ei Thiago, o menino do caixa num estudou contigo no primeiro ano?

- Valha, é mesmo! Bora lá dar oi pra ele? - Laura concorda com a cabeça, levantando. Por um lado eu dou graças aos céus por ficar sozinha com meu gêmeo, assim posso arrancar dele o que está acontecendo.

Quando Thiago e Laura saem da mesa, Taeyang os segue com os olhos e depois me encara, como se estivesse prestes a me contar sobre um crime ou sobre seu maior segredo.

- O Thiago e a Laura namoram, certo? - Ele me pergunta, eu penso por um momento em falar para o Taeyang que não, mas qual seria a graça nisso? Com minha falta de resposta, ele continua. - Ele me disse do nada que está tendo problemas com uma tal mulher, mas a Laura está aqui, então o problema não é com ela.

- Nossa, que horror! - Faço minha melhor atuação. Talvez eu esteja sendo maldosa, mas é engraçado zoar com o meu irmão. Taeyang sempre tem tanta certeza das coisas que às vezes esquece que pode tomar conclusões erradas.

Sob o mesmo solOnde histórias criam vida. Descubra agora