O vigésimo terceiro dia das férias

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Laura

Encaro o teto fixamente, não tenho coragem de sair do quarto ainda. Hoje combinamos de ir até o Planetário do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Os gêmeos queriam coisas diferentes para hoje, Dal queria festa e o Taeyang queria conhecer algum lugar mais voltado para arte, então resolvi unir os dois.

As coisas não estão mais estranhas entre eu e Taeyang, quer dizer, não da forma que estava antes. Agora eu estou surtando sozinha, mas nem sei o motivo direito. Desde nossa última conversa a sós eu não paro de pensar no que ele falou sobre gostar de mim, claro que ele estava falando de amizade, não existe motivos para eu acreditar em algo diferente disso. O Taeyang mora na Coreia e ele é super realista, nunca se interessaria por alguém daqui, com quem não é possível manter um relacionamento sério, ao menos é a impressão que ele me passa desde que pisou aqui. O problema é que eu ando me sentindo um pouco confusa.

Alguém bate na porta e eu tomo um susto, logo a Duda bota a cabeça para dentro.

— Droga, você não tá pelada! - brinca e eu reviro os olhos - Posso entrar?

— Sua cabeça meio que já entrou — implico e ela entra, fechando a porta com o pé e se jogando ao meu lado na cama.

— O que tu tem? E nem adianta vir dizer que num é nada, porque claramente tem alguma coisa rolando.

— Tá bom, tá bom, mas não conta pro Thi, porque ele já tá todo preocupado com isso, ok?

— Oxe, o que a gente conversa eu num falo pra ele não, somos nem um ser simbiótico — Eduarda me cutuca com o cotovelo e eu rio baixo.

— Lembra quando vocês chegaram do cinema e o Taeyang tava parado na minha porta com cara de besta e eu tava meio desnorteada?

— Lembro! Não me diga que vocês beijaram? — Duda praticamente grita e eu tapo a boca dela com a mão.

— Cala a boca sua doida! — nego com a cabeça — Tem nada a ver, ele veio conversar comigo sobre a torta de climão da casa de praia.

— E aí? — pergunta, depois de tirar minha mão que tapava a boca dela — Conta logo mulher! Para de pausa dramática pelo amor de Deus!

— Ele pediu desculpas e falou que não queria aquela cena, nem o clima estranho entre eu e ele, só que aí ele falou um negócio... — explico, parando por um momento e Duda me encara.

— Fala logo criatura! Curiosidade mata fofoqueira.

— Eu falei que entendia as coisas e que sabia que ele não gostava muito de mim no começo, mas aí ele disse que sempre gostou de mim, só que não pareceu que ele tava falando só de amizade.

— Laura, pelo amor de Deus, você é cega? — Eduarda me encara como se estivesse para começar a explicar algo muito óbvio para uma criança — Amiga o Taeyang é afim de você, isso tá escrito na testa dele com letras em cor neon, piscando ainda.

— Duda, você tá viajando — garanto, olhando minha amiga, talvez eu esteja querendo fugir da minha própria bagunça, pois é inegável que a minha cabeça está esquisita.

— Não meu amor, quem tá viajando é tu! Tu nunca reparou no jeito que ele te olha? Por isso que a Malu fez aquela brincadeira besta no verdade ou desafio Laura - abro a boca, mas nenhuma palavra sai e Duda nega com a cabeça — Até o Thiago percebeu isso mulher, eu não sabia que tu era devagar assim, porque o pretinho é meio bocó, mas tu passou ele bichinha.

— Eu juro pra tu que nunca passou pela minha cabeça isso, pra mim tu tá endoidando.

— Laura, amiga, não precisa acreditar em mim, só presta mais atenção no jeitinho dele com você — olho ainda surpresa para Eduarda e faço que sim com a cabeça.

Sob o mesmo solOnde histórias criam vida. Descubra agora