Escreva-me

Aquariana

Eu não peço que me abdique de minha culpa

ou que me diga palavras reconfortantes,
embora eu talvez precise.

Sem querer ser egoísta, acabei sendo,
talvez não foi só um deslize.

Minha ansiedade me engole,
e da taça da insegurança, eu sempre acabo tomando o último e mais amargo gole.

Meu primeiro erro foi não perceber que por dentro estou quebrada.
Não quero ser um prato rachado,
não pra você,
o mais lindo e brilhante diamante lapidado.

O segundo, foi te envolver nessa minha mente confusa.
Que sente sem sentir,
e não sente sentindo tudo,
que em um segundo chora
e no outro apenas tudo ignora.

O caos da minha cabeça me dispersa dos meus sentimentos.
Como a espectadora de uma obra de drama teatral, observo distante o meu próprio sofrimento.

Estou me tornando uma bomba a relógio,
sinto que posso explodir a qualquer movimento.

e só... não quis explodir nas suas mãos.

Mãos que me acariciaram a alma
e que por longos instantes, me trouxeram calma.

Me perdoe aquariana.
Se de fato fui egoísta,
se me senti amparada
ao seu lado naquela cama,
e tardamente decidi ser altruísta.

Se te machuquei, ou feri, não foi minha intenção,
eu só queria de você cuidar e te fazer feliz,
te garanto de coração.

Mas como posso conseguir tudo isso, se por dentro, ainda sangro me diz?
se a cada tentativa minha, só consigo abrir mais a cicatriz?
Se a cada passo, eu só complico a narrativa.

Você com certezas, e eu inesperadamente cheia de dúvidas.
A balança pesou,
e eu me encontrei vazia demais para pesar o seu valor.

Por isso, meu amor,
eu não pude cortar suas asas de vento,
e te prender a mim, em nenhum momento.

Contigo me senti sempre tão leve.
Como a brisa do mar no fim de tarde.
Não podia me tornar pra você, um furacão que vem com a tempestade

Não sei se consegue me entender, e nem espero... foi tudo tão de repente!
mas nestes últimos versos só queria dizer que eu te amo,
e que se o destino quiser, quem sabe um dia,
já recuperada, não reapareça na sua frente.
E se você assim decidir, de novo a gente tente

- Sobre a primeira vez em que fui babaca