Sinto que a qualquer instante eu vou sufocar.
Não no meio do mar.
Não na areia movediça.
Não no coração de qualquer pessoa, nem muito menos em algum olhar.
Vou sufocar aqui mesmo,
Dentro de mim.Estou no pior lugar onde eu poderia estar.
Ao meu redor só existo eu.
Munida de cobranças e frustrações,
até quando ainda vou conseguir me reerguer, e me enfrentar?De frente ao borrão cinza que me tornei
Minha única opção é desistir.Não me mal interpréte.
É só que as vezes eu cuido tanto dos outros, sangro tanto por eles, que ao primeiro ferimento meu,
já colapso em uma hemorragia iminente.
É pra mim impossível fazer diferente.Sabe. Eu sou como um vaso de vidro metalizado.
Pareço ser feita de um material bem resistente. Parece que você pode me deixar cair sem problemas. Nem te julgo por ter acreditado.Porém ainda espero que não tenha se enganado, pois ao menor sinal de queda, eu me estilhaço em mil pedaços
Fragmentos do que sou, rapidamente por todos os espaços. Não tem um lugar se quer em que eu não me veja.
E mesmo me vendo por toda parte, parece tão difícil me enxergar. Tão difícil de me ter e tão impossível de me alcançar.
Tenho andado por lugares bem obscuros ultimamente, não sei se me entende.
Me fechei.
Me enganei,
E sobre tudo me perdi,
acho que eu já afoguei.
E só o que me resta é observar meu próprio corpo afundar dentro de mim.- Sobre morrer em si
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PoesíaPoesias sobre tudo, sobre nada, sobre ciclos, amores perdidos e paixões encontradas.