A Toi Pour Toujours

⚜︎ capítulo 21

dessa vez vou deixar o recadinho lá pro final. por enquanto não tenho nada pra falar além de

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

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— Dobre a direita na primeira saída para Puteaux.

Laura respirou fundo, tamborilando os dedos no volante. Passara o caminho inteiro dividida entre agradecer a voz do GPS por preencher o silêncio e desligar o aparelho para poder dirigir em paz.

Mais alguns metros em silêncio, sem conseguir organizar os pensamentos, e logo viu a bonita entrada do condomínio Ville de Puteaux em sua frente.

É isso, a jornalista pensou. Agora não tem mais volta.

Kate havia insistido para que ela ligasse para Leandro uma segunda vez, mas a lista de motivos para que ele não retornasse a ligação era imensa e Laura preferia ignorá-la; acreditava que tratar daquilo pessoalmente seria muito mais fácil. Não tinha ideia de como agiria, como se aproximaria dele, o que diria, mas estar ali já era o começo que ela precisava.

Tudo daria certo.

Apertou os olhos para afastar as lágrimas que vinham junto da lembrança da última vez que estivera ali. Não podia borrar a maquiagem, não depois de ter passado horas numa chamada de vídeo com Simone, que havia feito questão de ajudá-la a se arrumar. Não é sempre que se vai a uma festa de criança na intenção de recuperar seu homem, ela havia dito.

Laura riu, nervosa, antes de fazer a última curva.

A casa dos Di Maria estava totalmente iluminada. Da frente, Laura conseguia enxergar um arco de balões imensos e coloridos no quintal, ao lado do que parecia ser um castelo de princesa inflável. Mesmo da rua, podia ouvir gritinhos estridentes, conversas altas e uma música baixa e animada. Notou, também, que nunca havia visto tantos carros de luxo juntos em um só lugar – e ela já havia aceitado bem o fato de que todos os colegas no jornal eram ricos.

Depois de estacionar o carro bem longe de todos os outros que já estavam ali, Laura reuniu os presentes no banco do carona e finalmente desceu, ajeitando a saia jeans. Esperava muito que Simone não estivesse errada na escolha das peças. Ainda duvidada um pouco de que uma saia jeans, uma blusa de seda transparente e um sobretudo preto fosse a roupa ideal para uma festinha infantil, mas Simone era quem entendia de moda ali. Laura revirou os olhos, lembrando que a amiga havia a obrigado a vestir um conjunto de lingerie de renda vermelha. Simone conseguia ser muito persuasiva, mesmo ao telefone.

Sem ter mais como enrolar, a jornalista pendurou a bolsa e caminhou rapidamente até a grande casa iluminada. Suas pernas estavam tão moles que a cada passo tinha a impressão de que torceria os pés.

Será que é possível quebrar os pés calçando um coturno com solado tratorado?, foi o último pensamento de Laura antes de apertar a campainha.

— Lau! Não acredito que você veio! — Jorgelina exclamou com um sorriso imenso ao abrir a porta. Antes que Laura pudesse ter qualquer reação, a argentina já estava pendurada em seu pescoço, abraçando-a com força. — Gracias, amiga, por ter vindo. Sei o quanto isso parece difícil para você, mas estamos todos felizes por tê-la aqui.

Laura assentiu, retribuindo o abraço e o sorriso. Não conseguia nem mensurar o quanto também estava feliz por ver Jorgelina.

— Obrigada por ter me convidado, Jor. Significa muito para mim.