Sinto Sua Falta - Parte II | Gerson

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Pov. Juliana

Um mês e meio depois

Era a terceira vez que eu ia parar no banheiro da universidade, vomitando tudo o que tinha (ou não tinha) dentro de mim.

Fazia quatro dias que eu estava nesse mal estar. No inicio não me importei, achei que seria alguma comida estragada que eu tinha ingerido. Mas após esses dias tenho andado preocupada, e principalmente, pensativa.

Fazia um mês que Gerson tinha partido, Greice foi com ele e a Gigi, aliás era a filha dele e não poderia ficar longe. O choro era frequente na primeira semana, não conseguia me alimentar, o sono era desregulado. Tudo era doído. Mas precisei me erguer, e quando estava conseguindo surge novos problemas.

Minha menstruação está atrasada.

Não quero pensar nisso, tentei evitar isso várias vezes. Mas a probabilidade de uma gravidez é enorme.

Exceto a última transa, eu e Gerson não vínhamos usando camisinha. Eu tomava medicação, mas no penúltimo mês, antes dele ir embora, eu acabei me descuidando.

Não tinha contado isso para ele, achei que não seria um problema, logo que uma semana depois eu voltei a tomar.

Engano meu.

Agora estou aqui, colocando os bofes para fora, enquanto minha amiga Natália está do outro lado da cabine, insistindo para eu fazer um teste de gravidez.

Ok, eu não queria fazer. Tenho medo. Medo de dar positivo, medo de não ser uma boa mãe, medo do parto, medo de que meu filho ou filha nasça sem a presença do pai. E confesso, esse último me assusta.

Gerson insiste em manter contato, mas as vezes o ignoro, porque o meu sentimento ainda é forte e a distância é malvada.

Mas eu tenho que ser forte. E eu preciso agir.

— Vamos passar em uma farmácia.

Falei, abrindo a porta e indo em direção a pia para me limpar.

— Já era tempo, amiga! Adiou o bastante.

— E se der positivo?

Perguntei, a encarando pelo o reflexo do espelho.

— Se der positivo, esse bebê vai ganhar uma mãe incrível e uma tia que vai amar ele muitão. Então, limpa esse rosto, e vamos lá!

Ela segurou nos meus ombros por trás, enquanto me encoraja com seu sorriso resplandecente.

...

Os minutos não passavam. A ansiedade só aumentava.

— Tá com medo?

Natália perguntou, deitada ao meu lado na cama.

— Muito! Não sei nem como contarei aos meus pais.

— Você sabe que os tios são de boas né? Mas não quero saber deles. Quero saber de outra pessoa.

Fiquei pensativa, tempo o bastante para o alarme soar marcando que já tinha dado o tempo.

Levantei em um pulo, indo até a porta do banheiro do meu quarto e voltando.

— Não tenho coragem.

— Deixa, eu aceito essa missão.

Ela abriu e entrou no banheiro, enquanto fiquei dando voltas no meu quarto.

— E aí?

Perguntei, quando ela surgiu com o teste na mão.

— Parabéns, mamãe!

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