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Pov. Gabigol
Chequei meu celular pela décima quarta vez só naquela manhã.
Ok. Talvez mais um pouco. O fato é que o que eu tanto esperava não chegava. Fazia três semanas que eu tinha conhecido a Maitê, grande amiga da Marília, esposa do meu parceiro Everton. Inclusive, é madrinha do Antônio, o caçula do camisa 7. Nos conhecemos na casa deles, na festa de aniversário da Marília. Acabei decidindo ir de última hora, pois apesar do convite eu sabia que era uma festa mais íntima, para amigos e familiares. Com certeza foi minha melhor decisão.
Ela foi a primeira pessoa que meus olhos pousaram quando cheguei lá. Vestida com um vestido lilás justo, deixando a mostra suas costas nuas, ela estava belíssima. Fomos apresentados pelo casal e rapidamente engatamos uma conversa.
Descobri que ela estava cursando Direito, rumo ao 5º período. Inteligente, ela me ganhou de cara, pela sua beleza e seu caráter, além de ser uma grande fã de Matuê. Quando se aproximou do fim da festa lhe ofereci uma carona, já que a casa dela ficava no caminho da minha. E foi nesse momento que aconteceu a melhor parte da noite.
Flashback on
— Muito obrigada pela carona, nem sei como agradecer. — Falou olhando nos meus olhos, depois de tirar o cinto de segurança.
— Bom, eu tenho umas ideias em mente.
Olhei pro teto do carro, fingindo pensar em várias coisas.
— Poderia compartilhar comigo então? — Ela me olhou profundamente.
Não pensei duas vezes, soltei meu cinto e a puxei pela cintura, dando um beijo longo e profundo. Sua língua fez massagem na minha, enquanto ela puxava meus cabelos da nuca. O beijo durou bons segundos, e só acabou porque precisávamos respirar. Ela me deu vários selinhos, antes de encerrar o beijo por completo. E que beijo!
— Por que eu não te conheci antes? — sussurrei, ainda bem próximo dela.
— As melhores coisas sempre requerem tempo. — ela sorriu, já abrindo a porta. — Obrigada mais uma vez, artilheiro. — me deu um último selinho, antes de sair e entrar em seu prédio.
Flashback off
E agora estou aqui, sentado no refeitório do CT do Flamengo com o celular na mão, esperando por uma chamada que nem sei se acontecerá.
Quando trocamos nossos telefones naquela noite, achei que o contato entre nós seria fácil. Grande engano. Mandei várias mensagens, mas todas foram ignoradas. Liguei muitas vezes, mas apenas caía na caixa postal. Cheguei a pensar que ela tinha me passado o número errado, mas confirmei com Everton e estava correto o contato.
— Ih gente, olha lá. O garanhão ficando no vácuo. — Levantei a cabeça, ouvindo as palavras de Rodinei, que entrava no refeitório junto com os outros caras.
