Leito 77 (FINALIZADA)

{Capítulo 73}

*Maiara on*

-A cada dia tenho mais certeza de que o Fernando é o homem da minha vida, ele erra como todo ser humano, mas cuida de mim tão bem. Ele me mima mais que o necessário e eu amo isso, sei que a culpa é da minha manha e ele não resisti ao meu biquinho-

-Mesmo de plantão ele sempre vinha me ver e me beijar. Nossos filhos e os pais dele vieram me visitar, foi uma manhã divertida com as melhores companhias. Graças a Deus eu iria sair daqui amanhã, gosto de cuidar das pessoas aqui dentro não de ser cuidada. Andei um pouco e falei com minhas colegas de plantão, o diretor do hospital falou que precisava conversar com todos e marcou uma reunião para hoje a tarde com todos os funcionários, de todos os plantões-

Mara: O que será que aconteceu em?

Mai: Não faço idéia, estou ansiosa e curiosa

Mara: Daqui quinze minutos começa

............

-Os quinze minutos passaram e eu fui para o auditório do hospital. Procurei o Fernando e logo avistei a tal da Maya conversando com ele, cutuquei o ombro dela e ela só falou "estou ocupada" nem observou. O Fernando me pedia com o olhar pra mim não fazer nada-

Maya: Poderíamos jantar amanhã, sua esposa não precisa saber pois percebi que ela ciumenta

Fer: Tá louca? Peço que se afaste, eu tenho respeito pela minha esposa e espero que você tenha também

Mai: Agora saí daí porque eu quero me sentar -Empurrei ela e sentei-

Maya: Pede licença!

Mai: Tentei, mas você estava ocupada se engraçando para o meu marido

Maya: Somos só amigos

Mai: Nem amigos minha flor -Beijei o Fernando e vi o pessoal gritar. Olhei e a Maya não estava mais na nossa frente, o Fernando me abraçou e logo o diretor do hospital pegou o microfone-

Rodolfo: Boa tarde. Vocês devem estar estranhando o motivo dessa reunião não é? Mas sem mais delongas... Um vírus criado na China acabou chegando no Brasil e está se espalhando por outros países. Ele é chamado de corona vírus ou COVID-19, todas as pessoas vão precisar usar máscara não só no hospital, mas em todos os lugares principalmente mercados e lugares que tem aglomeração. É obrigatório o uso de álcool gel também e as roupas que usamos aqui será lavada com cloro para evitar que o vírus se espalhe ou vocês acabem se contaminando. Vão estar distribuindo um papel aí na porta com os sintomas e com tudo o que expliquei escrito para vocês entenderem melhor, também tem a forma que vão trabalhar daqui pra frente. Qualquer dúvida podem me perguntar

Mai: Era só o que me faltava -Saí andando e o Fernando veio atrás de mim. Peguei o papel e comecei a ler-

Fer: Espero que as pessoas se cuidem, mas aqui não deve encher tanto já que é um hospital particular

Mai: Assim espero. Aqui diz que devemos manter distância da família para protegê-los, eu não vou ficar longe dos meus filhos

Fer: Calma... Vai ser difícil, também não quero ficar longe de vocês

Mai: Eu vou tentar, se eu não conseguir eu peço demissão

Fer: Vamos tentar, eu vou estar com você. Você vai poder acompanhar tudo de casa, daqui um mês você vai voltar a trabalhar e fique em casa porque sua imunidade está baixa, e se você pegar esse vírus você pode ficar ruim

Mai: É, eu já entendi -Eles também entregaram máscara descartável e álcool em gel. Colocamos nossa máscara e a Maraisa me olha sem entender- Nossa nova realidade

Mara: O que aconteceu?

Mai: Leia esse papel para entender melhor

Mara: Vamos ficar de quarentena... Que horror, como vou ter meu filho no meio dessa bagunça? -Ela começa a chorar e eu abraço ela-

Mai: Ei, calma! Vai dar tudo certo, eu vou ajudar você e vou passar por isso. Por enquanto ele ou ela está seguro aí dentro, mas devemos tomar o máximo de cuidado pois se você pegar pode afetar o bebê. Nós vamos ficar bem

Mara: Vou tentar ficar calma. Como você consegue ficar calma com suas filhas e seu filho correndo tanto perigo?

Mai: Todos estamos correndo perigo e eu preciso me manter calma para cuidar deles, para passar confiança

Mara: Vou ligar para o Wendel

Mai: Pega uma máscara e não toque em nada

Mara: Tá bom -Ela saí e eu respirei fundo. Eu estava me fazendo de durona, no fundo eu estava desesperada e com medo-

Fer: Sei que está tentando passar confiança para sua irmã e no fundo está pior que ela

Mai: Nossos filhos... -Ele me abraça-

Fer: Eles vão ficar bem, todos nós vamos ficar. Vou tentar te liberar hoje, não te quero correndo perigo

Mai: Não. Amanhã vamos para casa juntos, já é noite e passa rapidinho

Fer: Não saía do quarto então

Mai: Não tire essa máscara, não deixe de usar álcool e não se esqueça de colocar as roupas no cloro

Fer: Sim senhora -Ele me aperta em seus braços e saí. Logo ouvi meu celular tocando e vi que era a Kamy-

Ligação on

Mai: Oi filha, está bem?

Kamy: Por aqui sim, e aí?

Mai: Acho que tudo ok

Kamy: Vamos ficar quinze dias sem ir a escola, tem um vírus aí e nós estamos de quarentena

Mai: Acredito que não seja só quinze dias... Mas fica em casa e eu vou te mandar todas as regras básicas. Amanhã chego aí e explico melhor para vocês e suas irmãs

Kamy: Tudo bem... Até amanhã

Mai: Até amanhã, boa noite

Kamy: Boa noite mãe

Mai: Um beijo em cada um de vocês, amo vocês demais!

Kamy: Também te amamos

Ligação off

-Deitei na cama e resolvi ler um livro para distrair. Minha cabeça estava em outro lugar, eu tentava imaginar como vai ser daqui pra frente e se eu conseguiria cuidar da minha família. O Fernando é o que mais vai correr perigo e vai ficar longe nós, pelo menos isso até eu voltar a trabalhar. Preciso pensar positivo!-

-Jantei e recebi uma mensagem da Maraisa falando que ia pra casa. Concordei pois era para a segurança dela e do bebê, apaguei as luzes e me preparei para dormir, senti alguém beijar meu rosto e vi que era o Fernando. Seus dedos faziam carinho no meu cabelo e eu logo dormi-

Óia eu

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