Laços - obidei

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Deidara suspirou e finalmente tirou os olhos azuis da garota alta que dormia tranquilamente na cama após contar uma história de dormir para ela adormecer como todas as noites.

Ela era sua cara com traços extremos de quem não gostava de citar o nome. Uma mistura perfeita, um remix seu com ele.

Yodo era uma alfa maravilhosa. Tinha o cabelo comprido, liso e cheio igual ao seu, a única diferença era que ele era negro como ônix igual aos seus olhos que tinham um formado igual ao da mãe.

Tinha puxado o pai na paleta de cores.

Para uma garotinha de cinco anos ela era alta e muito esperta. Sua inteligência era admirável e ela era totalmente compreensível em todos os aspectos possíveis. Era um anjinho completo e parecia ser muito mais velha do que realmente era - tanto física quanto psicologicamente.

Mais um prodígio Uchiha, mas esse não pertencia ao clã.

Era sua pequena filha com Obito, seu ex namorado que o abandonou para curtir a vida ao lado de pessoas que só o usavam para dinheiro, fama e como "psicológico" até tomar a posse da empresa da sua família - o que logo iria acontecer.

Ambos se conheciam desde a infância por conta da amizade entre seus pais. Kushina e Minato o apresentaram para o alfa quando tinha um ano e Madara e Hashirama o mimaram para caralho dizendo que seria o companheiro de vida de Obito - seja como amigo ou como esposo - e, com o laço entre seus progenitores, acabaram crescendo totalmente juntos, estudaram juntos e, no primeiro ano do ensino médio, iniciaram um namoro assumido, bem estruturado e cheio de amor.

Ambos se amavam muito e isso era perceptível. Todo mundo via quanto amor, carinho e respeito existia entre os dois e sempre elogiavam o quão bem ficavam juntos. Pareciam almas gêmeas.

Deidara ficava triste ao perceber que não eram destinados a ficarem juntos. Foram apenas um ensinamento na vida alheia.

Amava o alfa até os dias de hoje e tinham terminado há mais de cinco anos atrás.

Havia se entregado por completo a ele, carregava sua marca no pescoço e teve seu filho sozinho em um hospital qualquer por amor a ele pois, em sua mente inocente, Obito ainda iria voltar para si e dizer que o amava incondicionalmente e que aqueles dias afastados eram uma brincadeira idiota para o pedir em casamento ou algo assim.

Sim, até Yodo completar um ano e meio pensou daquela forma. A ficha de que ele lhe deixará para curtir a vida demorou para cair e quando caiu doeu mais do que centenas de facas entrando em seu peito.

Ele não sabia dela e, se dependesse do loiro, ele nunca iria saber. Tinha consciência de que ele sentiu a garota pela marca, lhe forneceu a energia necessária sem nem saber que fazia isso e sentiu quando ela nasceu e isso lhe dava medo por motivos que não queria nem repensar.

Era um instinto de proteção para filhotes e ômegas e Deidara sabia que ele poderia ter desconfiado de sua existência, porém não queria que ele tivesse noção da menina porque tinha noção de que ele, do jeito que deveria ter se tornado com as amizades que ganhou, iria tentar tirá-la de si e não queria perde-lá por nada.

Yodo virou sua maior preciosidade. Amava ela com tudo que tinha e com o que não tinha também. Sua vida era dedicada a menina.

Ela, apesar de ser sua cara, era muito parecida com Obito e isso, de alguma forma, o confortava. Muitas vezes se pegou a olhando e vendo seu ex e soltando sorrisos afetivos sobre as imagens que sua mente projetava e isso era uma verdadeira merda e uma verdadeira alegria também.

A criou sozinho até agora e não se arrependia nenhum pouco de ter perdido a juventude para cuidar da menor. Sim, deixará tudo que tinha planejado aos dezoito anos para ficar com sua filha e agora com vinte e três anos não tinha arrependimento algum de seu passado.