Laços - obidei

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Deidara automaticamente desconfiou de que Obito já estava desistindo de tentar lhe fazer confiar nele novamente.

E...bem...

O loiro realmente não ficaria surpreso se esse fosse o caso.

Não era mais um adolescente bobinho e já teve uma filha do alfa. Óbvio que ele iria se cansar rápido de sua fase adulta e responsável e iria querer deixá-lo de lado novamente. A maioria dos alfas solteiros faziam isso com seus ex que já tiveram seus bebês.

Era algo esperado e nada surpreendente. Ele era um líder agora, ele pode ficar com centenas de pessoas e com certeza iria desgostar de si rapidamente assim que lhe visse de novo.

Ômegas sem filhos, ômegas solteiros, ômegas irresponsáveis, ômegas que não tinham traumas com abandono, ômegas que não precisavam trabalhar, ômegas que tinham corpos perfeitos, ômegas jovens e preservados pela falta de estresse, ômegas incríveis, ômegas sem preocupações...

Quem era Deidara na fila do pão? Obito nunca mais se interessaria verdadeiramente por ele!

Bem...

Pelo menos em sua cabeça não.

   O moreno percebeu que o ômega estava desconfortável e meio triste. Ele não olhava para lugar nenhum e parecia segurar o choro, além de pressionar as unhas nas palmas das mãos e de deixar seus lábios tremerem levemente.

Deidara parecia não lembrar de nenhum detalhe sobre a marca que tinham juntos. Como poderia disfarçar algo do alfa que o marcou? Tudo bem que conseguiu esconder uma gravidez, um parto e dores, mas isso enquanto estavam longe um do outro, não era a mesma coisa quando estavam próximos.

E era óbvio o quão inseguro ele era e estava.

Ele teve sua filha e isso com certeza despertou ainda mais inseguranças nele e elas envolviam sua personalidade e aparência.

Talvez tivesse ficado com estrias ou com a cicatriz do parto, ou tivesse com alguma área flácida por sua pele ter se esticado rápido demais durante a gravidez e isso poderia estar lhe deixando inseguro, porém Obito realmente não se importava com essas possíveis mudanças.

Qual é? Deidara era seu ômega! O alfa foi a primeira pessoa a vê-lo nu e o primeiro e único que pode tocar nele de forma sexual. Nunca iria perder o interesse ou a excitação pelo garoto, não tinha motivos para não se sentir atraído pelo amor de sua vida!

Acabou saindo desses pensamentos assim que chegaram na frente do restaurante que tanto frequentaram durante o namoro.

Se apressou em disparar para fora do carro e foi correndo abrir a porta do loiro como um verdadeiro cavalheiro, pegando em sua mão e o ajudando a sair delicadamente. Queria provar seu cavalheirismo.

Então foi até o banco de trás e tirou sua filha da cadeirinha, segurando a mesma em seus braços e travando o veículo com a chave após ver que ambos estavam bem.

Sentia uma boa e uma má nostalgia entrando ali novamente após tantos anos. Se sentia um adolescente de novo.

O quão inacreditável aquilo era?

Há cinco anos - e alguns meses - atrás, entrava ali apenas com Deidara enquanto ambos demonstravam o maior amor possível um pelo outro. Eram os namorados mais apaixonados do mundo e Obito sempre dava certeza de que iria se casar com o menor o quanto antes.

E agora estava no mesmo local, só que com um filhote seu e dele nos braços e sem casamento algum. Só tinha uma criança que abandonou por quase toda a sua infância e um ômega totalmente magoado e negligenciado do lado.