Ele era lindo. Tão tão bonito

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Após mostrar zero misericórdia e chutar facilmente a bunda de Magnus, não apenas uma, mas duas vezes, voltamos para o meu carro e liguei o ar condicionado. 

A temperatura tinha caído drasticamente enquanto estávamos lá dentro, e ficamos sentados lá, tremendo juntos, vendo a mais leve das rajadas de neve atingir o para-brisa até que o ar quente entrasse.

Os dentes de Magnus tremeram enquanto colocávamos nossas mãos na frente das aberturas para aquecê-las. 

— Eu não acho que fui feito para o frio. Devíamos estar em uma praia em algum lugar.

— Ouvi dizer que Miami é legal nesta época do ano. — Eu disse, e fiz menção de arrancar com o carro, mas a mão de Magnus no meu braço me parou.

— Você se importa se não voltarmos ainda?

— Claro. Está tudo bem?

Ele acenou com a cabeça e soltou meu braço, e eu desejei que ele não tivesse feito isso. Eu estava sempre consciente de cada vez que ele me tocava, e ainda assim eu sabia que não havia nada por trás de seus gestos, nada mais do que uma amizade natural por estar confortável com alguém. 

Que ele se sentia confortável comigo deveria ser o suficiente.

Que seja o suficiente, Alec, pelo amor de Deus.

— Estou começando a me sentir um pouco sufocado na casa dos meus pais, só isso. —  Ele disse, se recostando na cadeira, olhando para a neve batendo na janela. — Eles me olham como se eu fosse quebrar a qualquer minuto.

— Tenho certeza de que eles só se preocupam com você. Foi difícil para ele também.

—  Eu sei. — Ele passou a mão pela barba por fazer que cobria suas bochechas, chamando minha atenção para sua mandíbula forte. O Magnus de antes do acidente, parecia meticuloso em manter seu rosto bem barbeado, mas eu tinha que admitir, a barba em seu rosto era sexy. — Eu posso ver nos olhos deles. Eles estão à espera. Querendo saber se eu alguma vez vou voltar a mim... Se vou recuperar minhas memórias.

Fiquei em silêncio e escutei, porque o que eu poderia dizer?

Não havia como saber se ele algum dia seria capaz de preencher os buracos em sua memória, e eu não estava prestes a dar a ele qualquer esperança falsa.

Mas, às vezes parecia que ele preferia não saber quem ele tinha sido, o que me deixou ainda mais curioso sobre o homem sentado ao meu lado.

— Talvez eu devesse ir para minha casa. Viver lá de novo. — Magnus disse, pensativo.

— Você poderia fazer isso. Se você sentir que está pronto.

— Ei... — Ele disse, se mexendo na cadeira para me encarar, seus olhos iluminados. — Você quer conhecer?

— Sua casa?

— Sim.

É uma péssima ideia. Mas que merda... Porque não?

— Certo. Para onde? — Eu disse, colocando o carro em marcha à ré e arrancando.

— Oh. —  Magnus ergueu os quadris para pegar a carteira do bolso de trás e, em seguida, puxou um pedaço de papel. — Rua Lyons Drive no complexo Garden Lakes. Número 62. Apartamento 7A.

— Esperto da sua parte escrever a morada.

— Está na minha licença também, mas eu não tinha certeza se lembraria das direções exatas. — Ele admitiu, enquanto eu nos conduzia para a estrada principal. — Só estive lá algumas vezes.

Não me esqueça (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora