capítulo 9

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Acho que estou ficando meio fora de mim. Como pode alguém ter fetiche por outro idioma? Hoje na ida pro aeroporto, Sabrina começou cantar uma música em português, fiquei encantado com a voz dela, mesmo não entendendo nada. Ela traduziu a letra e fiquei maravilhado; "Mas é claro que o sol vai voltar amanha" apartir de hoje é assim que vou enxergar a vida.

Ela me deixou tão relaxado e a vontade que me arrisquei a cantar uma música em português que eu já tinha ouvido. Tomara que ela não tenha me achado ridículo.

Vamos passar quinze dias em Albany, teremos muito trabalho, mas quero aproveitar pra me divertir um pouco e se Sabrina quiser vir será um prazer.
No bom sentido da palavra, ela é uma boa funcionária e se pudermos ser amigos eu ficarei muito feliz. A atração que sinto por ela é muito grande, mas vou respeita- lá em todo momento.

Nesse exato momento estamos aqui parados em frente ao hotel que vamos ficar hospedados enfrentando um grande impasse.

- Senhor Hernández, nos perdoe. Assumo que foi um erro nosso, mas não temos mais quartos disponíveis.

- Essa reserva está feita a dias. - disse nervoso, não podemos voltar sem resolver as questões da compra da empresa e também não posso ficar 15 dias no mesmo quarto de hotel com minha secretária.

- Lamento, senhor. Mas estamos lotados.

- Vamos procurar outro hotel. - disse Sabrina.

- Infelizmente, senhorita acho muito difícil ter vagas, nessa época do ano nossa cidade recebe muitos turistas e ouvi dizer que os hotéis, motéis e pousadas estão lotados. Me desculpem de verdade. - disse o recepcionista.

- Vamos ficar essa noite, mas lhe garanto que quando eu achar outro hotel, não fico aqui nem mais um minuto. Isso é falta de profissionalismo.
E se minha funcionária fosse casada? Ou mesmo eu? E mesmo não sendo casada ela pode se sentir constrangida.

- Concordo senhor. Mas infelizmente nos atrapalhamos, o movimento está muito grande esse ano.

Concordei e saí de lá em direção ao elevador. Pra ser sincero eu não estava tão puto assim com o recepcionista por ter reservado apenas um quanto, não quero nem vou tirar proveito da situação, mas será bom conhecer e conviver mais tempo com Sabrina.

Ela estava bem constrangida e subiu comigo em silêncio em direção ao nosso quarto.

- Fique tranquila, o quarto é grande, tem um sofá grande e eu posso dormir nele, você dorme na cama.

- Não, de jeito nenhum, o senhor é maior não vai ficar confortável no sofá, eu durmo lá sem problemas.

- O sofá é bem espaçoso. - falei olhando o móvel que realmente parecia confortavel.

- Já resolvemos, eu vou dormir no sofá, só queria lhe pedir um favor.- ela falou séria.

- Claro, pode falar.

- Não deixe ninguém saber que eu estou no mesmo quarto que o senhor. Por mais que me respeite e estamos aqui porque não temos outra opção, ninguém vai acreditar em mim se eu contar, e a mulher é quem sempre sai com o nome falado.

- Não se preocupe, vou manter a reserva que tinha em seu nome pra manter as aparências, vou alertar sobre isso aos funcionários. Eu comentei lá fora sobre a questão de que você poderia ser casada, gostaria de saber se você tem alguém, porque aí a gente sai agora a procura de outro lugar.

- Não adianta senhor Benjamin, o rapaz lá em baixo me pareceu sincero quando disse que não tinha mais vagas. E respondendo sua pergunta, - coração tremeu nessa hora.

- Eu não tenho namorado. - que alívio! Não pude evitar de sentir.

- Ok. Vou fazer umas ligações e você pode ficar a vontade pra tomar banho. Já passou da hora do almoço, mas vamos em algum restaurante.

- certo. Daqui a pouco estarei pronta.

Ahh Senhor, vou passar 15 dia em um quarto de hotel com minha secretária, as vezes acho que a vida brinca comigo.
Desde o que aconteceu a cinco anos eu não quis ter mais nada com ninguém. Acho que não mereço a confiança das pessoas, as lembranças ainda estão muito vivas aqui.

A Felicidade Está Em Nova YorqueOnde histórias criam vida. Descubra agora