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Lydia Souza

Flashback on

Acabo de ser retirada da minha aula e chamada na sala da diretora, o motivo? Não faço a mínima ideia! Espero que seja uma coisa boa, pelo menos não tenho nada a temer, não fiz nada.

Bato na porta da sala, recebendo um "entra" em resposta. Entro e levo um susto ao encontrar meus pais ali.

-Pai? Mãe?- olho para eles confusa e fecho a porta atrás de mim

-Pode se sentar por favor, Lydia?- a diretora pede com uma feição séria e eu sento ao lado dos meus pais

-O que aconteceu?

-Você que deve nos responder isso, o que aconteceu? Você sempre foi uma garota exemplar, não se envolvia com essas coisas, e agora está dando festas enormes, mentindo para a gente, andando com caras mais velhos.. É esse exemplo que quer dar para o seu irmão?- minha mãe dizia tudo isso com um olhar triste, mas eu não entendo, do que ela está falando?

-Mãe, eu não sei o que a senhora está falando, isso nunca aconteceu

-Não? A Vera comentou com a gente, e a diretora nos chamou aqui para relatar o quanto você está diferente, parece até outra pessoa.

-Eu pareço o que? Eu sou a mesma de sempre, e eu não estou fazendo nada disso, vocês enlouqueceram?

-Nós vamos embora, e você vai com a gente, quero ver você desmentir isso na frente de quem nos contou.

Nunca havia visto meu pai daquele jeito, ele parecia decepcionado, super magoado, mas.. eu não fiz nada!

-Claro, vamos falar com essa tal pessoa- concordo e pego minha mochila, os seguindo até o carro

O caminho foi uma tortura, nem vi para onde estávamos indo, só conseguia pensar no que podem ter contado para que eles me tratassem assim. Não tenho medo de nenhum castigo, mas morro de medo de que eles tirem meu irmão de perto de mim, que achem que eu possa ser um mau exemplo para ele, nem imagino como seria a vida sem meu irmãozinho, isso sim seria a pior coisa do mundo.

-Lydia? Chegamos- ouço meu pai avisar e saio do carro, reconhecendo a casa logo de cara.

A casa dos Mossa.

-Não é possível- falo baixo enquanto minha mãe já tocava a campainha, que em seguida foi aberta pela Vera, e esta aparentemente já nos esperava.

-Entrem, fiquem à vontade- ela força um sorriso ao me ver

Mas que infernos essa mulher tem contra mim? Eu nunca fiz nada pra ela, só fiz coisas boas para ajudar o filho dela e é assim que ela me retribui?

Somos levados até a sala, onde o próprio Bruno estava, o que me fez ficar ainda mais confusa.

-Ok, o que está acontecendo?- pergunto finalmente e todos me olham

-Viemos aqui para que o Bruno nos diga as coisas que você anda aprontando

-O Bruno? Mas quem vive aprontando é ele!- me defendo e olho para o loiro- Sério isso?

-Filho, aquela festa em que todos os seus amigos foram convidados, onde teve muita bebida, o que é ilegal, já que ela é de menor.. Ela foi organizada pela Lydia?

Silêncio.

-E todas as vezes em que vocês diziam que estavam estudando, vocês estavam mesmo estudando?

Silêncio.

-E quando ela dizia que estava cuidando do irmão, ela estava mesmo em casa com o Lucarelli?

-Mas é claro que sim! Eu nunca iria deixar o meu irmão sozinho, vocês sabem disso, ele mesmo pode confirmar - trato de me defender

-Bom, quem cala consente, e se o Bruno não disse nada, acho que você não tem como se defender

-Mãe, você prefere acreditar em um completo estranho?

A mentira sempre foi um problema em nossa família, eles odiavam qualquer tipo de mentira ou omissão, e eu sabia disso, por isso não seria burra em ficar mentindo descontroladamente, sabendo que as consequências seriam as piores. Mas infelizmente eles também tem problemas com confiança, e quando é quebrada uma vez nunca mais é recuperada.

Ou seja, eu estou ferrada!

A única coisa que minha mãe fez foi negar com a cabeça e voltar para o carro, depois disso só me lembro de ouvir muitos gritos, enquanto me debulhava em lágrimas. Essas não eram lágrimas de tristeza, mas sim de ódio.

Ódio de mim mesma por ter confiado no Bruno, por ter o ajudado tantas vezes, por achar que ele poderia me defender um dia, achei até que ele poderia ser meu amigo.

Mas ele é um completo babaca, egoísta, mentiroso.. Um covarde! E eu odeio ele. A única coisa que consigo sentir por Bruno Rezende é ódio.

I hate you •Bruno Rezende•Onde histórias criam vida. Descubra agora