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Lydia Souza

—Aurora, volta aqui agora!—Chamo pela criança que corria toda molhada pela casa. Dar banho nela era sempre um pesadelo— Ok, não vou secar. Você vai ficar toda desleixada para ver o tio Bruno.

—Tio Bluno é bonito!

—Pois é, e você vai aparecer feia perto dele?— Coloco as mãos na cintura e ela faz uma cara pensativa, vindo até mim com a toalha na mão— Boa garota— Enrolo ela na toalha e levo até o quarto, comecando a arrumar aquela pestinha.

Ela vai tentando ler um livro para mim enquanto me concentro nela. Acho que digo isso todo dia, mas não consigo acreditar que fiz essa criança linda. Claro que os genes Inho estão bem mãos presentes, mas caraca, a criança é perfeita.

—Pronto, agora você está linda e cheirosa— Acabo de modelar o último cacho que era igual o do pai dela.

—Obligada mamãe!— Ela me dá um breve abraço apertado que me faz sorrir. Aurora é um furacão, mas ao mesmo tempo é calmaria, ela gosta de abraços, beijos, palavras bonitas, chora fácil.. É, parece que estou descrevendo um certo alguém.

—Por nada princesinha— Dou um beijo em sua bochecha e ouço a campainha tocar— Vamos lá— A pego no colo e vamos abrir a porta

—Ei!—Bruno diz e consigo ver de longe o quão nervoso ele está, chega a ser adorável.

—Oi Bruno, entra— Dou espaço para ele enquanto nossa filha o observava.

—Ei Aurora, como você está? Eu vim aqui ver você—Ele diz olhando para a pequena garota com os olhos brilhando

—Oi tio Bluno— Ela dá um sorriso sapeca

—Você está linda hoje, te trouxe um presente— Ele tira uma bonequinha linda de uma sacola e ela dá um sorriso super feliz

—Parece que ela amou Bruno, obrigada.

—Tio, você namora minha mamãe? —A garota pergunta e eu sinto minhas bochechas queimarem

—Infelizmente não, princesa, sua mamãe não me namoraria— Olho para ele com uma interrogação na testa

—Seria legal, eu gostei de você tio Bluno—Minha garota diz, me deixando toda orgulhosa, ela é tão extrovertida e parece que sabe que ele é o pai dela.

—Aurora, eu e o Bruno precisamos falar com você, tudo bem? Hora da conversa— Sempre usávamos esse termo quando tínhamos que conversar sério.

Sento no sofá, coloco ela ao meu lado e mando Bruno sentar ao lado dela, assim ela prestaria atenção.

—Você lembra quando perguntava sobre seu papai? Dizia que suas amiguinhas moravam com o papai delas e eu te dizia que o seu morava longe? —A criança concorda meio triste— Então Aurora, o Bruno é seu papai, ele veio aqui só para ver você

—Eu tenho um papai? Um de verdade?— Ela olha para mim e para ele algumas vezes e pula para abraçar o loiro que estava calado— Você é meu papai!!

Vejo que os olhos de Bruno lacrimejavam, enquanto ele abraçava a garota de volta. Por que esse homem chora tanto? Por Deus...

—Sim linda, eu sou seu papai, vou ficar bem pertinho de você agora, prometo que nunca mais fico longe

—Mesmo?— Ela estende o dedinho para ele— De dedinho?

Bruno entrelaça o dedo mindinho no dela e meu coração se aquece com aquilo. Nossa filha começa a fazer várias perguntas e sugestões para Bruno, que ria e respondia tudo como um bobo. Caraca, como pude ser tão egoísta a ponto de tirar isso deles dois?

I hate you •Bruno Rezende•Onde histórias criam vida. Descubra agora