Capítulo 12: Consequências

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Narrando Mila Rose:

Todos estavam inquietos e o meu joelho continuava a jorrar sangue, apesar de Rebecca pressionar o local, a ferida não parava e o que era apenas um arranhão virou do nada um tiro de raspão.

A empregada surgiu depressa da cozinha após atender o interfone que disparou a tocar do nada durante a comoção.

- Doutor Félix chegou senhora ele vai retirar a bala e...

- Nem pensar! ─ brandou minha avó. ─ Iremos para o hospital já acionei a ambulância.

Meu coração batia devagar e tudo ao meu redor ia girando e se tornando preto, eu mal conseguia ouvir Theo me chamar.

Ainda que minha avó estivesse certa minha vontade era de não sair daqui algo me dizia que o preço a pagar ia ser alto demais.

Acordei talvez horas depois com o joelho enfaixado e minha tia Anabel dormindo ao meu lado.

Tentei falar algo mas minha boca estava muito seca e minha garganta apenas arranhou um chiado que a despertou.

- Mila querida, você foi medicada com calmantes então sente devagar. Quer água? ─ acenei com a cabeça.

Sentei devagar meu joelho doía e meus pés formigavam pelo passar do efeito dos remédios. Peguei o copo de suas mãos e bebi aos poucos a água gelada, que veio trazendo um alívio instantâneo pelo meu corpo.

- Sua tia estava pirando não sabendo de qual das duas cuidar primeiro, sua prima ou você. Foi um grande susto!

Concordei pensando em como explicar nossa situação mas ela continuou a falar.

- Contudo o tiro de raspão apenas estourou um vaso de sangue que coagulou e causou a hemorragia, alguns pontos foram o suficiente.

- Onde esta a Layla tia Bel? ─ perguntei incomodada pelo seu olhar.

Minha tia suspirou.

- Está em casa com seus primos e avó. Vai fazer terapia por mais algumas vezes na semana para lidar com o trauma e você também.

- Mass tia...

- Nem pense em protestar esta decidido. ─ brigou comigo.

Eu odiava ter que conversar com um desconhecido sobre os meus problemas e traumas, era desnecessário e desgastante para mim.

Minha tia retirou o copo vazio da minha mão e carinhosamente beijou minha testa.

- Desculpa. ─ pedi triste não podendo mudar o que houve.

- Não era você atirando num parque a céu aberto Mila Rose jamais se culpe pelo que não pode controlar. Nem mesmo quando amamos podemos escolher o que o coração dita.

Ela me lançou um olhar profundo e eu abaixei a cabeça acenando devagar.

Minha avó tinha percebido e claro com experiência multiplicada por três sabia o que tinha acontecido de fato sem nem precisar de uma explicação aprofundada.

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