capitulo cinco

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— Não há nada que prove o envolvimento de Sara na agressão ao Basderic. Já deveriam ter soltado ela! — Nick comentou, tendo o apoio silencioso de Grissom.


— A questão mais grave é que não provamos ainda a sua inocência com o caso Winard — respondeu o ex-supervisor.


— As evidências estão apontando para ela! — Ele aumentou o tom de voz, não como uma acusação, mas como um desabafo de um homem frustrado que "permitiu" que a amiga ficasse naquela situação. — Aonde nós erramos?

Uma mensagem direcionada ao celular de Russell fez com que as atenções da sala fossem direcionadas a ele.

— Boas notícias - disse o atual supervisor, carregando um sorriso austero. — Ao menos por agora. Basderic retirou as acusações contra Sara, então ela será liberada.

Alguns suspiros de alívio contornaram o clima tenso na sala. Grissom foi um dos que permaneceu em silêncio. Para ele, a soltura de Sara era o mínimo a ser feito para reparar os danos causados a ela. Ainda se sentia impotente de não ter conseguido agir com rapidez para impedir uma injustiça como aquela. Sim. Ele nunca duvidou da inocência da mulher que sempre amou.

— Eu vou vê-la. — Russell falou enquanto encarava Grissom. — Deve estar precisando de um apoio.

Grissom não se manifestou, fingindo se posicionar de modo imparcial, mas no fundo corroía-se de preocupação. Queria ir junto dele, encontrar-se com Sara, abraçá-la e dizer que tudo ficaria bem, mas a ideia era impensável. Tudo o que lhe restava era alcançar uma resolução àquele caso. Saber que aquele homem não continuou com a queixa tinha de ter um motivo. Nada era por acaso.

— Temos de voltar às evidências. Essa história não acabou. Sara ainda corre o risco de ser acusada pela morte do Winard.

— Talvez a gente não esteja procurando direito - comentou Finlay. — Temos tudo em nossas mãos, mas talvez... Não estejamos olhando para as evidências por outro viés.

— Analisem e reanalisem tudo que for preciso - disse Grissom, com o tom sério que usava antes de se retirar do CSI. — Esse caso tem que ser prioridade, não por minha causa, mas porque ela é amiga de vocês.


Não havia motivos para discordarem dele, pelo contrário. Uma sensação de alívio por ter Grissom por ali fez com que os mais antigos reencontrassem o norte mais uma vez. Estavam tão pilhados pelos últimos fatos que não estavam conseguindo pensar direito.
E

les se separaram, alguns formaram duplas e outros foram seguiram por si só. O tempo estava correndo e, com ele, a chance de Sara conseguir sua liberdade.

Num trabalho que levou horas, os resultados foram chegando. Nick, que voltara ao hotel para investigar a fechadura eletrônica junto de Grissom, descobriu que a os dados corrompidos no tempo em que o crime foi ocorrido. Os resultados que Hodges trouxeram sobre a análise do remédio para dormir que Sara tomavam, mostraram que a dosagem estava além do que foi prescrito. Morgan descobrira que as tampas de ralo do hotel e da casa de Sara foram trocados, enquanto Greg, após observar com extrema atenção os vídeos da câmera de vigilância, notou que Basderic estava presente no hotel no dia do crime. Tudo se encaminhava para uma legítima armação. Sara estava sendo acusada de um crime que não cometeu e se não fosse pelo rigor em analisar as evidências, ela enfrentaria sérios problemas.

— Armaram para ela - disse Grissom quando se encontrou com Russell em sua sala. Apenas os dois estavam por lá. — Temos o suficiente para inocentá-las das acusações, porém...


— Provar que foi o Basderic. Este é o nosso desafio da vez. - Russell o completou.

Estava sentado em sua cadeira, um pouco impaciente além do normal. — A "sorte" está a favor dele. Não podemos "tocá-lo".


— Não acredito em sorte, senhor Russell. Basderic quer algo com Sara e por isto planejou toda a execução de seus planos. Ele deixou aquele colar de propósito para que ela o visse e consequentemente, viesse a pressioná-lo. Ele trouxe a situação a seu favor para que se tornasse a vítima em vez de eventual suspeito.

— Então o... Senhor quer dizer que a não acusação de Sara por parte do Basderic foi proposital.


— Em algum momento sua equipe iria descobrir que não houve evidências de agressão e Basderic sabia disso. Ele quis chamar atenção apenas para tornar Sara uma pessoa passível a cometer crimes.

— Vou chamar os outros. - O supervisor se apoiou na mesa para se levantar. — Precisamos de mais cabeças para pensar. O caso é grave.

Grissom não concordou e tampouco discordou. Manteve-se em silêncio sabendo de sua posição. Não passava de um consultor com certo tipo de moral por entre aquele Laboratório e sabia que não tinha mais tanto peso com suas palavras.

Dentro de quinze minutos os CSI estavam de volta à sala de layout. O clima era tenso, talvez mais do que antes. O sangue fervendo, a ansiedade e apreensão sabendo que era nítido o fato de que armaram para Sara e o principal suspeito era um homem cercado ódio por ela.

— Não tem como provar que foi ele! Podemos dissecar aquele hotel de cabeça pra baixo e não temos nada! — Nick era o mais alterado do grupo. Chegava a culpar a si mesmo por cogitar que Sara pudesse ter alguma coisa a ver com a história.


— Acalme-se, Nick. Não vamos conseguir fazer nada desse jeito. - Grissom direcionou a palavra a ele. Estava tão pilhado quanto ele, talvez pior.

As palavras de Grissom, ainda que não tivessem surtido total efeito, acalmaram um pouco o CSI, ao menos por enquanto.

— Se não pensarem em alguma coisa, infelizmente a CSI Sidle pode acabar sendo presa de alguma forma. — Falou o detetive ao dar de ombros como alguém que quisesse ajudar, mas que se encontrava de mãos atadas.

— Eu tenho uma sugestão. - Crawford tomou a palavra novamente. — Podemos... Atraí-lo até ela. Fazê-lo confessar que planejou aquilo.


Os peritos na sala trocaram olhares entre si. Não eram bons, todavia. A ideia não era segura, mas por outro lado poderia dar certo.

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