Você está namorando?

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Ao acordar no dia seguinte, eu estava sozinho na cama. Ainda não iria voltar para a escola e não voltaria até tirar o gesso do meu pé. Jimin havia dormido junto comigo na noite passada e agora não estava mais ao meu lado, o que indicava que ele tinha ido para a faculdade.

Olhei a mesa de cabeceira ao lado da minha cama e encontrei meu celular e um bilhete. Peguei o pequeno papel primeiro, reconhecendo a letra de Jimin.


"Bom dia, Kookie. Fui para a faculdade, qualquer coisa é só me mandar mensagem. Hoje só tenho aula até o almoço, então vou almoçar junto com você. Até mais tarde!

Beijos,

Minnie."


Sorri bobo. Peguei meu celular e vi que já eram onze e meia. Na noite passada minha mãe me ajudou a tomar banho, mas agora ela está no trabalho. É triste quebrar o pé e ter que se virar sozinho, ainda mais sendo desastrado como eu.

Mandei uma mensagem para Jimin apenas para dizer-lhe bom dia e fui ao banheiro fazer minhas higienes matinais, tendo muita dificuldade por estar caminhando todo errado. A dor que tomou conta de mim não era brincadeira, mesmo que eu tenha encostado tão minimamente meu pé no chão. Doeu, e muito.

Voltei para a minha cama reclamando silenciosamente da maldita dor que fez meu pé latejar. Liguei a televisão do quarto, fiquei assistindo desenhos enquanto esperava o tempo passar, mas ele parecia se arrastar.

Quando finalmente ouvi o barulho da porta, poderia ter soltado algum som de alegria, mas para quem não fala isso não significaria nada. É realmente triste que eu não possa falar, mas ainda assim eu vejo pelo lado bom. Eu poderia não ouvir e não falar, mas eu apenas não falo.

Na verdade, eu falo. Eu só não tenho voz. Apenas por poder me comunicar já me sinto melhor.

Não que seja algo bom, mas poderia ser pior. Imagine viver em um mundo onde eu não pudesse ouvir a voz graciosa de Jimin dizendo feliz da vida que trouxe comida japonesa para comermos. Eu seria ainda mais infeliz. Não que eu seja tão infeliz assim, eu sou feliz, mas passo por muitas dificuldades e isso acaba cansando em algum momento.

"Queria poder gritar de alegria como você." Fiz em Linguagem de Sinais para ele, que sorriu triste. "Não precisa ficar triste, é a minha vida."

"Porque a vida é uma vadia ingrata." Lembrou-me, me fazendo rir. "Mas não vamos pensar nisso, vamos comer."

"Comida é sempre mais importante." Completei sua frase.

Era sempre bom conversar com Jimin. Ele sempre se enrolava todo, se dividia entre falar comigo em Linguagem de Sinais ou com sua voz, mas eu não me importava. Amava tanto ouvir sua voz falando quanto vê-lo mexendo suas mãos fofinhas.

"Fez o que hoje?" Perguntou enquanto comia.

"Dormi e assisti desenhos. Pisei no chão e meu pé doeu também, mas tudo bem." Dei de ombros, voltando a comer em seguida.

Encarei Jimin, ele parecia inquieto, estava estranho e isso estava me preocupando. Olhei para seu pescoço e vi uma marca arroxeada, meu coração apertou por ver tal marca. Não é querer admitir isso nem nada, mas talvez, e só talvez, meu coração não veja Jimin apenas como um amigo – infelizmente.

"Posso perguntar uma coisa?" Inquiri quando ele me encarou, vendo-o assentir. "Você está namorando?"

"O que?" Ele quase se engasgou com a comida depois da minha pergunta. Fiquei levemente constrangido por ter perguntado algo que ele talvez não quisesse me contar. "Por que está me perguntando isso? De onde tirou uma coisa dessas?"

Enjoy The Silence | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora