Cuidando do Jimin

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Ver Jimin após um mês sem nenhum contato era quase surreal. Queria poder expor para ele com minha voz tudo que eu estava sentindo naquele instante. Estava com milhares de fogos de artifício explodindo-se dentro de mim, tamanha minha alegria de estar ali pertinho dele novamente. Eu tinha plena certeza de que nos seus braços era o meu lugar.

No mesmo dia em que nos reencontramos, me despedi de Jin e Namjoon, e os agradeci por terem cuidado de mim durante aquele tempo todo. Peguei minha mala grande que tinha levado e fui para a casa de Jimin junto a ele, mas esperei anoitecer para isso, afinal sabia que mais cedo corria o risco de ver meus pais e essa era a última coisa que queria.

Queria ficar bem longe do preconceito deles e do ódio que sentem por mim. As palavras de meu pai nunca sairão da minha cabeça. Ter escutado ele jogar na minha cara que eu não falo foi uma dor que não sei nem explicar, porque foi horrível e eu não desejaria nem ao meu pior inimigo.

E uma semana já se passou desde que eu e Jimin estamos morando juntos. Fui muito bem acolhido em sua casa e, por isso, sinto como se fosse minha própria residência. A sensação é tão boa que meu coração aquece só de pensar nisso.

Morar com Jimin tem tantas vantagens que eu apenas queria sorrir vinte e quatro horas por dia. A melhor dessas vantagens, com certeza, é de poder dormir e acordar agarrado nele, sentindo o seu perfume, sentindo seu calor e sua presença, e sabendo que ele nunca iria me abandonar.

O mundo poderia desmoronar em cima de mim, que ele se colocaria na frente para me salvar. E eu faria o mesmo por ele. Eu amo Jimin com todas as minhas forças.

"Kookie." Ouvi Jimin me chamar e tirei os olhos do meu livro, me deparando com um menino que possuía uma face sofrida. "Eu não estou bem."

"O que houve?" Perguntei já me aproximando e o abraçando, guiando-o até a cama e o deitando ali.

"Você se importa de usar o aplicativo de conversa por agora? E-eu não estou conseguindo focar em nada." Jimin pediu e eu prontamente assenti, pegando o celular. "Mas respondendo, comi um doce que me deram e logo depois de comer já fiquei assim."

"Qual era o doce?" Digitei no aplicativo e apertei o botão para ele ouvir.

"Tem dois na minha mochila ali." Levantei e peguei sua mochila, pegando um dos doces e mordendo um pedaço pequeno. "Não come, você vai passar mal também."

"Que ódio de você, Park Jimin!" Ele me olhou sem entender, então digitei o resto. "Esse negócio tem nozes! Você tem alergia, seu jumentinho!"

"Eu não senti gosto de nozes." Bati a mão em minha testa. "Por isso eu estou com dor. Será que dormir resolve?" Botou a mão no queixo, pensativo. "Aliás, não tem xingamento melhor que jumentinho, não?"

"Dormir resolve sim, mas primeiro vou te dar um remédio." Saí do quarto rapidamente.

Geralmente alergia a nozes ou amendoim e coisas do gênero causavam sintomas muito mais graves que os de Jimin, mas por sorte ele sente apenas dor no corpo e, principalmente, no estômago. Poderia ser muito mais sério.

Fui até sua mãe e pedi o remédio, que ela me deu junto a um copo com água. Voltei para o quarto e entreguei ambos para Jimin, logo o cobrindo para ele se ajeitar e dormir um pouco.

"E eu chamei de jumentinho porque não tenho coragem de xingar um serzinho tão fofo quanto você." Digitei e apertei para ele ouvir. "Agora vou largar o celular e ficar cuidando de você."

"Me dá um beijinho?" Perguntou assim que larguei o celular.

Assenti com a cabeça e aproximei mais meu rosto do dele, juntando nossas bocas em um beijo lento e repleto de carinho. Simplesmente amo estar perto de Jimin, será que é normal querer estar perto de alguém o tempo todo assim?

"Obrigado, Kookie." Sorriu de uma forma que me fez meu coração derreter um pouco mais.

Depositei um beijo em sua testa e o abracei melhor, aconchegando-o em meus braços. Fiquei acariciando seus cabelos, cuidando do seu sono. Estar ali, abraçado a ele, era um momento que eu considerava como precioso. Jimin é precioso, na verdade. Eu e ele parecemos ter sido feitos um para o outro, porque não é possível que consigamos simplesmente nos dar bem de qualquer maneira que seja.

Eu o entendo e ele me entende. A cada passo que damos juntos é uma entrega mútua que fazemos, um partilha com o outro os sentimentos mais profundos. E é assim que deve ser.

Eu aprendi com Jimin a valorizar os pequenos momentos e perceber que esses momentos são os mais especiais possíveis de se existir.

Um bom exemplo é o que me causou um enorme e bobo sorriso agora, que foi Jimin se acordando depois de descansar por algumas horas. Ver ele coçando os olhos e bocejando foi tão fofo que não consegui me aguentar com o sorriso. Ele percebeu que eu o encarava e sorriu tímido.

Era muito engraçada a forma que eu sempre reconhecia o significado de seus sorrisos; fosse um sorriso malicioso, tímido, debochado, cínico, irônico ou feliz, eu sempre reconhecia.

Me aproximei mais dele e depositei um selinho em seus lábios, depois outro e mais um, justamente como o nosso sinal. Jimin sorriu ainda mais para mim, me olhando fixamente.

"Eu também te amo." Não aguentei e acabei o beijando, não conseguia me preocupar com mais nada além dele.

Jimin era minha maior preciosidade, disso não tenho dúvidas. Aliás, nunca tive.

"Se sente melhor?" Fiz em sinais, o vendo assentir. "Precisa de alguma coisa?"

"Preciso do que sempre vou precisar." Arqueei a sobrancelha, confuso. "Você, Kookie."

"Você gosta de me ver envergonhado." Jimin apenas riu e deu de ombros. "Não faça isso, é a verdade."

"Eu sei, e é por isso que não contestei." Fui obrigado a revirar os olhos depois dessa. "Quer sair comigo?"

"Você não está bem para sair." O olhei seriamente. "E não adianta agir como uma criança, porque não vai funcionar."

"Então vou fazer o jantar para você." Já estava pronto para protestar, mas ele me impediu e continuou falando. "Eu peço pizza."

"Por que quer tanto assim jantar comigo hoje?" Senti necessidade de perguntar, afinal Jimin adorava fazer um mistério.

"Só vou te pedir em namoro depois de termos o nosso merecido primeiro encontro."

Alguém me ajuda, meu coração parou.

Jimin sorriu, provavelmente por meu espanto exagerado, e me puxou pela nuca para um beijo um tanto quanto apressado. Não era como os outros, tinha mais, como posso dizer? Acho que poderia dizer que tinha mais calor, mais paixão, mais desejo.

Ele me empurrou para o lado e ficou em cima de mim, segurando minhas duas mãos acima da minha cabeça e voltando a beijar minha boca, parecia muito apressado mesmo.

Senti meu pulmão não ser o suficiente para me prover ar quando Jimin começou a beijar meu pescoço. Sentia minha pele toda arrepiada com os toques dele, sentia meu corpo inteiro esquentando. E sentia que ele estava do mesmo jeito que eu, principalmente quando percebi que tinha algo duro roçando minha perna.

Jimin me olhou com as bochechas coradas e se afastou, sentando na cama de costas para mim.

"Desculpa, Kookie. Eu me empolguei demais." Ele virou o rosto para mim, em seguida virando o corpo também. "Não foi de propósito."

"Você não precisa me pedir desculpa." Garanti a ele, que sorriu para mim da forma que fazia seus olhos praticamente se fecharem. "Eu amo o seu sorriso."

"Eu amo você." Jimin disse em Linguagem de Sinais para mim.

"E eu amo você."

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Beijinhos ♥

Enjoy The Silence | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora