Capítulo 1

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Enquanto o observo dirigir em alta velocidade, sinto o meu peito subir e descer, ofegante, penso em como o carro parece prestes a capotar a qualquer momento, com o tempo chuvoso, em uma pista molhada e escorregadia, mas ele não parece se importar

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Enquanto o observo dirigir em alta velocidade, sinto o meu peito subir e descer, ofegante, penso em como o carro parece prestes a capotar a qualquer momento, com o tempo chuvoso, em uma pista molhada e escorregadia, mas ele não parece se importar. O medo parece se apoderar do meu corpo, posso sentir os meus dedos latejarem pela dor ao apertar com força, segurando cada vez mais o cinto, como se a minha vida dependesse disso, e certamente ela depende.

Começo a rezar para que tudo fique bem, tento falar mas não consigo, é como se eu estivesse sendo sufocada, só que dessa vez, é como se nem todo o oxigênio do mundo fosse capaz de me salvar, tento pedir novamente para que ele vá devagar, mas ele não cessa, pelo contrário, ele parece acelerar cada vez mais, deixando-me assustada, observo quando as suas mãos seguram o volante mais forte. Pergunto-me como me deixei ser enganada por ele, manipulada quando os sinais apareciam sutilmente. Observando-lhe agora, noto quão assustador é, enquanto tento limpar as lágrimas que derramam por meu rosto descontroladamente.

— Por favor vá devagar -— Tento-lhe acalmar, limpando o meu rosto avermelhado pelas lágrimas — Vai ficar tudo bem amor, vamos ficar bem — Continuo mentindo, tentando fazer a pessoa que me usou e manipulou durante meses se acalmar.

— VOCÊ ACHA QUE EU SOU BURRO — Exclama se virando para mim, noto como a sua mandíbula parece explodir — SE EU NÃO POSSO TER VOCÊ ENTÃO NINGUÉM TERÁ — E antes que tudo aconteça, berro, mas logo tudo começa a girar, a minha visão se torna embaçada, e aos poucos, a minha visão escurece.

Acordo com o meu rosto molhado, tendo mais um pesadelo com aquela noite, sentindo o meu peito subir e descer ofegante, as minhas mãos suadas, lembrando-me quando tudo finalmente desabou, quando a minha cabeça latejou e meu corpo implorou por ajuda. Sentindo o meu coração bater descontroladamente, rezando para que não tenha uma crise de ansiedade, tento respirar fundo, sentindo as lágrimas caírem por meu rosto.

Tento levar a minha atenção para algo ao meu redor, parando e olhando para o canto de meu quarto, o mesmo no qual sempre olho quando desejo me acalmar, me debruço por meus joelhos, respirando fundo e levando as mãos ao meu peito, massageando a área enquanto faço exercícios, aos poucos, me acalmando. Levanto-me deixando a minha cama, encaminhando-me para o banheiro, pálida, lava o meu rosto, logo o secando e notando meus olhos e nariz avermelhados, o meu cabelo loiro preso em um coque desmanchado.

De volta ao meu quarto, decido escrever sobre o que estou sentindo, colocando o meu coração em meus textos, que mais tarde, irão virar canções. Estico a minha mão em direção ao meu caderno, em cima da pequena mesa, olhando para as fotos polaroid em minha parede, com Megan, Melanie e os meninos, os mesmos nos quais não mantive contato após a confusão de dois anos atrás. Me sento em minha cama, abrindo o mesmo caderno que uso para compor.

"Deus, meu corpo queima, sinto minhas pernas formigarem e me vejo sem entender como me transformei em uma pessoa tão amarga, como posso ter sido enganada por alguém que um dia, amei, ou pelo menos acreditei amar, como pode me prometer amor e me causar dor? Como posso sentir meu corpo doer e gritar por ajuda, e implorar para não fechar os olhos, porque se eu fechar, então eu me lembrarei, de como a minha alma se machucou, de como meu coração se quebrou, por alguém que dizia me amar. Como posso acreditar em amor quando tudo o que me trouxe foi dor? Como posso me curar quando tudo dói?".

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