New Storm City é uma cidade repleta de caos, intrigas e confusões, abrigando aqueles que buscam fugir da calmaria, sem saber o alto preço a se pagar. Aqueles que moram são o caos, ou melhor, o caos tem nome, lindas íris azuis e soa tão angelical que...
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As minhas pálpebras estão pesadas enquanto sinto o meu corpo dolorido, como se o cansaço estivesse correndo por minhas veias, e tudo colaborasse para o meu sono desregulado piorar dia após dia.
Escutando sons de batidas em minha porta, xingo mentalmente qualquer um que ousasse se colocar entre o meu corpo exausto e o meu sono, me lavando aos poucos, quase como se estivesse me rastejando pelos pequenos cômodos do quarto de hotel, fazendo uma enorme força para me acostumar com a forte iluminação do local, abrindo a porta em minha frente em poucos segundos.
Quando finalmente abro os meus olhos e os mantenho abertos, vejo a burrice que fiz ao olhar para frente, vendo James parado me observando. Quando finalmente percebo o que está acontecendo tento fechar a porta, mas rapidamente vejo o seu pé se colocar em minha direção, me impedindo de fechar em seu rosto.
Agora, notando que ainda estamos no finalzinho da tarde, posso notar o sol começar a se pôr, e logo, o cansaço de meu corpo me faz lembrar de como estou cansado.
— Vamos lá, me deixe entrar, apenas quero conversar, nós não tivemos a chance de nós conhecer de forma adequada — A sua mão agora segura a porta, me impedindo cada vez mais de fechar — Eu só quero lhe explicar o meu lado da história — Merda, vá embora, desejo dizer.
— Cara qual é, me deixe em paz — Tento o contradizer, sentindo tudo contra mim. Nas últimas semanas, as tentativas diárias de Josie se aproximar têm sido frequentes, o que me faz pensar se a palavra desistir não está em seu vocabulário.
— Apenas me escute tudo bem? Me deixe conversar com você, e te fazer ao menos pensar no lado de sua mãe — Desisto de tentar fechar a porta quando sinto os músculos de meu corpo latejar pelo treino de horas atrás.
— Seja rápido — Tento manter uma pose de frente para o cara um pouco mais baixo, de barba rala e um bom físico, talvez eu esteja apenas tentando lhe mostrar alguma autoridade, algo que não sei dizer se está funcionando.
Os seus passos são tão curtos que talvez ele esteja por pensar que apenas estaria o enganando, ou algo do tipo, ele adentra o pequeno espaço enquanto visualiza tudo rapidamente. Cheguei a considerar por alguns momentos alugar um apartamento, mas desisti ao pensar em como gastaria com isso. Embora o local não seja tão espaçoso quanto gostaria, o custo é baixo, e não tenho problemas em dividi-lo com tia Liz.
O vejo se virar para mim, esfregando as mãos uma na outra, talvez pelo frio que chega todo final de tarde, ou apenas nervosismo pela conversa que planeja engatar. A poltrona macia atrás de mim me reconforta quando me jogo, me esparramando e o encarando, fazendo um sinal para se sentar no sofá que se encontra a poucos passos, ficando uma distância razoável entre nós, o vejo se sentar e se endireitar, colocando os cotovelos em cima dos joelhos, curvando a coluna e me encarando.
— Você diz ter algo para dizer, vamos lá, diga — O tom de minha voz sai um pouco rouco, falhando em alguns momentos pelo sono ainda presente.
— Quando conheci Josie, ela não queria se envolver em um novo relacionamento, não estava pronta para algo do tipo — Começa, não desviando a atenção nem por um único segundo de meu rosto — Eu sabia sobre ela ter um filho e ser viúva, começou trabalhando para mim e todas essas informações se encontravam em seus documentos — Nunca me perguntei aonde se conheceram, o que de certa forma é bom saber.
