Capítulo 44

285 32 9
                                    

Os olhares curiosos sobre mim conforme caminho para o meu armário me fazem apressar os passos, cerrando os punhos e automaticamente trincando a mandíbula sem ao menos perceber

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Os olhares curiosos sobre mim conforme caminho para o meu armário me fazem apressar os passos, cerrando os punhos e automaticamente trincando a mandíbula sem ao menos perceber.

Enquanto pego os meus livros, escuto passos apressados me chamando a atenção, quando olho para trás franzindo a sobrancelha, posso ver Roman e Brandon apressarem os passos, me fazendo colocar os fones de ouvido e fechar o armário com mais força do que deveria, escutando um barulho grave chamando a atenção de todos, o que me faz resmungar baixinho e caminhar para a sala tentando fugir deles.

Posso escutar a voz de Brandon me chamando antes de entrar em nossa sala, agradecendo mentalmente por ver o Sr.Phillips se preparando para começar a aula. O cara parece ser legal, embora seja extremamente distraído e faça muitos barulhos irritantes, é um bom professor, melhor que o Sr.Bullock, isso sem sombras de dúvidas. Enquanto escuto música com a cabeça abaixada, sinto o leve aroma de Melissa, anunciando a sua presença ao local, custando o resto do meu autocontrole para não a olhar e me perder na droga de seu sorriso.

Mas, não olhar diretamente para ela não impede que o meu coração acelere e o maldito friozinho na barriga apareça, nem mesmo quando desejo odia-lá consigo parar de lhe amar. A ideia de odiar Melissa me parece um pouco irreal, nem eu mesmo consigo acreditar que um dia eu possa a odiar, embora eu realmente deseje, embora eu realmente deva, não há como a odiar enquanto a amo tanto.

Às vezes, durante a madrugada quando não consigo pegar no sono, pergunto para mim mesmo se realmente é possível odiar e amar a mesma pessoa, se tem como existir os dois sentimentos na mesma intensidade, ou se um sempre será maior que o outro.

Continuo me perguntando isso todas as noites, permanecendo sem resposta, apenas me convencendo com o meu próprio silêncio, com as palavras vindo a tona a cada minuto, não entendendo o que há de errado em apenas odiar alguém, praticamente rezando para que as partículas de meu corpo não me entreguem a ela, para que quando as minhas mãos suarem descontroladamente e a vontade imensa de tocar em seu corpo não sejam tão alarmantes, para que ninguém veja o quanto a amo, porque droga, eu realmente a amo.

A atenção que antes estava voltada ao meu celular, agora se vai para a carteira ao lado, escutando um barulho e automaticamente olhando, esquecendo-me que Roman se senta ao meu lado, o vendo pegar o livro que acabou por cair no chão, se sentando e percebendo o meu olhar que logo vai ao professor quando o escuto iniciar a aula, explicando sobre qualquer coisa menos as milhares de perguntas que existem em minha mente.

Em algum momento durante a aula, começo a sentir pequenas bolinhas de papéis serem arremessadas em mim, ignorando as primeiras, mas aos poucos sentindo o meu rosto esquentar, levando uma mão até o meu queixo e o apertando com força conforme me irrito cada vez mais.

Após incontáveis bolinhas de papéis, decido por olhar ao destinatário delas e o lançar um olhar mortal, o vendo tentar falar comigo por mímica, o que me faz ignorar e voltar a minha atenção para a aula. Mas as bolinhas não param, continuando repetidamente com a atitude irritante, quando sinto o que rezo para que seja a última, me viro bruscamente para ele.

Made For YouOnde histórias criam vida. Descubra agora