Toda confusão e burocracia para escolher um novo apartamento e se mudar, tiraram o foco deles para decidir uma data e oficializar aquilo de uma vez. A administração do MSBY sabia a ferramenta de marketing que eles eram e vez outra surgia o questionamento de quando apresentariam Kiyoomi com a nova camisa. Como uma boa representante de PR, Aina, que bem dizer foi o cupido deles, ofereceu ajuda diretamente a Kiyoomi para realizar a cerimônia, e uma ideia que ele pensava ser genial surgiu.
Até aquele momento, Atsumu tinha feito praticamente tudo. Havia convencido ele a aceitar o fake date, o pedido em casamento duas vezes e comprado as alianças. Ele e Aina então elaboraram um plano quase perfeito.
Kiyoomi diria que sua mãe e irmã queriam conhecer Atsumu melhor e de alguma maneira se retratar pela situação constrangedora no primeiro encontro deles. O lugar seria um dos restaurantes mais exclusivos de Tokyo, na cobertura de um arranha-céu. Eles chegariam juntos para evitar que Atsumu desconfiasse de qualquer coisa e então: surpresa, ternos brancos prontos para eles, decoração simples, um mestre de cerimônia e os familiares selecionados esperando.
Quando o dia finalmente chegou, Kiyoomi suspirou aliviado por Atsumu parecer realmente não desconfiar de nada. Era o milagre da boa sorte caminhando ao lado dele fazendo com que sequer Suna tivesse dado com a língua nos dentes.
Sua única preocupação era Kaede. Depois de inventar desculpas e despistar o marido, ela avisou que chegaria atrasada. Mais um suspiro de alívio quando ela cruzou com eles na recepção e entraram os três juntos no elevador.
Era perfeito. Aina estava na cobertura e já havia sinalizado que estava tudo pronto esperando por eles. Era agora, exatamente como havia planejado.
Atsumu estava totalmente alheio esperando apenas mais um jantar chique e talvez caótico quando um deja-vu desagradável o atingiu. O elevador diminuiu o ritmo, parou e tudo ficou escuro. Quando as luzes de emergência acenderam e ele ia abrir a boca para debochar da situação, um solavanco fez com que os três se segurassem como pudessem, ele e Kiyoomi desesperados tentando amparar a si mesmos e a Kaede, no auge dos seus oito meses da gestação de gêmeos.
Eles se entreolharam em choque. Kiyoomi acionou o botão de emergência e respirou fundo. "Primeiro: precisamos nos sentar." Todos concordaram. Ele e Atsumu ajudaram Kaede a se acomodar o melhor possível no chão, ela fez uma careta.
"Kae, você está bem? Algo dói?" Kiyoomi estava fazendo o que podia para manter a calma.
Ela o encarou tentando sorrir despreocupada. "Sim, Kiyo, tudo bem. Com o susto os meninos se mexeram mas vai passar." Ele a conhecia bem e sabia que isso não era 100% verdade, entretanto, precisava dividir sua atenção com outro problema.
"Atsumu, como você está?"
Ele já estava suando e apenas deu de ombros. "Decidido a nunca mais pisar em um elevador nessa encarnação." Ele finalizou com um sorriso frouxo na direção de Kiyoomi, que tentou sorrir de volta antes de pegar o celular e avisar Aina por mensagem do que estava acontecendo.
"Vou pedir ajuda, com certeza vão resolver isso rápido. Vamos ficar calmos." Ele falou com toda convicção que podia, afinal o que lhe restava?
Quando o bombeiro começou a falar com eles pelo interfone de emergência, Atsumu se sentiu em uma máquina do tempo controlada por alguma divindade de humor duvidável. Ele queria muito ficar calmo, mas era impossível. Sentia as paredes se apertarem, o ar aos poucos parecia não alcançá-lo e, por cima de tudo isso, tinha certeza de que antes do monitor apagar, estavam pelo menos no vigésimo andar.
Enquanto esperavam por notícias sobre qual era o problema em si e em quanto tempo seriam resgatados, Kiyoomi reparou que Kaede começou a morder os lábios com força em intervalos irregulares. Não era preciso ser um gênio.
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[SakuAtsu] Conflito de Interesses
Fanfiction[COMPLETA] "Você é desprezível." Kiyoomi rosnou entre dentes. "Você é odioso." Atsumu devolveu na mesma intensidade. E então eles chocaram seus corpos e bocas em um beijo desesperado. Eles não se suportavam e não escondiam isso de ninguém. Mas també...