Uma Luz No Fundo Do Escuro

Capítulo III: - Um Tempo Depois

Um tempo Depois

«Líder Narrando»

Dividimo-nos em pequenos grupos e fomos em busca de respostas. Durante a noite percorremos cerca de 8 metros até que chegamos próximo ao rio.

Olhando para o este do mesmo vimos uma criança jogada e cheia de sangue. Não sabíamos se ainda existia vida nela, porém tememos o mesmo.

Deleguei um grupo para que chamasse a ambulância e o outro para que chamasse os seus pais.

Líder: - Ela foi encontrada quase sem vida ao este do rio e a certeza a de 8 metros de onde estava...

Meu Pai: - Como ela foi parar lá?

Líder: - A perícia está investigando, porém há sinais de violação sexual!

Minha Mãe: - Como alguém pode ter coragem de fazer isso com uma garotinha de 7 anos de idade, ela nem era uma adolescente ainda! (falou toda trémula e vermelha)

Não tinha como conformar os pais tanto que os acompanhei ao hospital.

«Meu Pai Narrando»

Como é possível tanta alegria se transformar em tristeza?

Como é possível tudo mudar de um dia para noite?

Eles quase mataram a minha filha e se eu tiver que matar cada um deles não pensarei duas vezes em fazê-lo.

Minha esposa mal conseguia falar, ela nem parava de chorar.

Chegado ao hospital a encontramos na sala das operações, ela havia perdido muito sangue e precisava de um dador universal (O menos) e por sorte o meu sangue é compatível com a dela.

Fiz o que tinha que ser feito para ver a minha garotinha em vida novamente.

«Penélope Narrando»

Aconteceu o que aconteceu e de mais nada me lembrei, até que no hospital acordei.

Eu já estava acordada, mas com enormes dificuldades de abrir os olhos, um cansaço sobrenatural sobre o meu corpo. Eu podia ouvir a voz dos médicos e dos meus pais, porém não conseguia ainda os ver.

Eles estavam totalmente preocupados comigo, mas eu já me sentia pouco bem. O que era bom, pois não havia pegado nenhuma infecção ou contrair qualquer vírus.

 Aquele foi o pior dia da minha vida inteira, foi o dia em que eu vi o meu sonho de Madre ser jogado fora assim como aquele homem mau fez comigo.

Estava condenada a viver com um sentimento de raiva que eu mesma não procurei.

Me recuperei e um tempo se passou, mas eu ainda me lembrava daquela noite como se estivesse revivendo-as a cada noite que se passava.

Durante o meu crescimento, os meus pais fizeram de tudo para que eu não achasse oportunidade de reclamar da vida. Eles me deram as melhores escolas que podiam dar, me deram os melhores psicólogos e até aos meus 18 anos eles dormiam no mesmo quarto comigo, eu ainda tinha trauma de ficar sozinha.

Ele causou um vazio que nada e nem ninguém podia preencher em mim.

O homem mau me condenou a viver uma vida que não era minha e porque não era minha eu decidi fazer e desfazer da mesma causando assim muita dor as pessoas que verdadeiramente se importavam comigo.