CHAPTER 2

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— Foram os Albaneses! — escutei um soldado gritar.

Parei no mesmo momento dando um giro de cento e oitenta graus para olhar para o soldado em questão. Ele carregava consigo um tablet e usava preto dos pés a cabeça.

O esperei digitar apressadamente e logo após ele virou a tela para mim, o vídeo do local aonde eu estava a horas atrás se fez presente e ele deu o play. Passou todos os acontecimentos e melhor ainda, o momento exato em que um dos caras que estavam no carro olhou diretamente para a câmera e logo após atirou nela. Não foi muito difícil de saber quem eram os responsáveis, até porque os Albaneses carregavam uma tatuagem no pescoço para se "identificarem".

Agradeci ao soldado e me virei novamente voltando ao caminho de início, passei por alguns outros soldados que falavam baixo sobre algo enquanto me olhavam. Gravei o rosto de cada um e continuei andando entrando na sala do meu pai.

Enrico e Elise já estavam por lá e não era de se estranhar já que depois de voltar com Anna, eu não fiz questão de falar com alguém da minha família, apenas fui atrás de informações sobre quem seriam os responsáveis pela minha tentativa de assassinato.

— Até que enfim, achei que tinha morrido e não tinham dado parte ainda. — Elise disse com deboche, mas pude ver alívio passando pelos seus olhos.

— Como você está minha irmã? Fique ciente de que faço questão de caçar cada filho da puta e mata-los com minhas próprias mãos.

— Não será necessário Enrico, eu mesma providenciarei isto, fique tranquilo. Quanto a você querida irmã, obrigada por se preocupar.

Balancei a cabeça passando por ela e indo diretamente para a estante de bebidas, enchi o copo com whisky e depois adicionei duas pedrinhas de gelo. Dei duas goladas e me virei pronta para ouvir o próximo sermão.

Cazzo, quantas vezes terei que repetir para não saírem sem seguranças!? — gritou. — Poderia ter sido pior, você ou a criança poderiam estar mortas!

— Entendo papá, mas não vi necessidade alguma em ter soldados por perto. — respondi calmamente.

Ele deu uma risadinha sarcástica e respirou fundo tentando controlar os nervos. Me encostei na estante e continuei o olhando enquanto dava pequenos goles no meu copo.

— O casamento terá que ser antecipado!

Elise que também tinha um copo em mãos, gospiu todo o líquido que continha em sua boca.

— Como é que é?

— Que casamento? Porque não disseram nada?

Enrico alternou os olhares entre mim e o pai tentando entender tudo, assim como Elise.

— Sem chances, pai. Já aceitei essa merda, preciso de tempo para processar.

— Não tem tempo, garota! Este ataque foi porque te acham fraca, sem um marido do lado você é uma simples presa que podem matar a qualquer momento! — disse amarguradamente, sem nenhum pesar.

— Isto é o cúmulo! Sabemos muito bem que Gyulia tem capacidade de assumir a máfia sem um homem do lado. Fazer exatamente o que eles querem é entregar tudo de bandeja, é destruir o que nossa  família constrói a anos!

Lise interveio olhando para nosso pai com nojo. Ela mais do que ninguém luta diariamente pelos seus direitos dentro de uma sociedade machista da qual vivemos e entendo perfeitamente seu ponto de vista; não discordo nem um pouco, mas sou obrigada a fazer tal ato.

— Ele tem razão Elise. — ela se virou rapidamente em minha direção, me lançando um olhar decepcionado. — Não são somente nossos inimigos que pensam isso, mas a famiglia também. E, sabemos que eles podem a qualquer momento tirar o poder de nossas mãos.

ALLEATI - TRILOGIA IRMÃOS GRECO: LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora