capítulo 2

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Estamos na aula de matemática aprendendo sobre álgebra e  completamente virei inimiga dessa matéria, são tantos números, x e y.

Estou a tentar resolver o cálculo do exercício pelos exemplos do caderno, enquanto ouço a Ana dizer-me que gosta do amigo do Silva. Gemo frustrada por errar a conta, mas ter acertado o resultado, nem me perguntem como sei fazer isso, porque até duvido de mim mesma nas contas.

Não acredito que ela queira ficar com alguém com frieza, já que a Ana preza muito amor.

— Você acha que ele gosta de mim? — Ana pergunta.

Estou tão irritada a tentar fazer o exercício que tenho que respirar fundo para manter a calma para respondê-la.

— Não sei — digo séria a encarando— ele é escroto Ana, e também muito frio, não acredito que você se sentiria bem com ele — digo cautelosa.

A Ana olha-me como se estivesse a dizer: “ignoro a sua opinião, só quero que concorde comigo”, e tenho que me conter para não dizer algo ofensivo e ela mesma vai se desgastar correndo atrás do garoto. Infelizmente os garotos gostam de garotas “padrões”.

— O Silva também é! — Ana diz em tom de provocação e deboche.

— Sério? Nem percebi! — sou irônica — e não estou interessada nele — digo pela milésima vez.

Se ela continuar dizendo que gosto dele, vou querer ficar com ele só para irrita-lá e provoca-lá também.

— Sei! — Ana diz com o nariz em pé.

Olho-lhe com deboche e dou um sorriso.

E a aula, continua chata e irritante para mim, queria estar em qualquer outro lugar que não fosse aqui com pessoas que sentem inveja de você e competem umas com as outras.

Suspiro, pois fiz promessas e pretendo cumpri-las.

— Está tudo bem Maria? — Nycolle preocupada

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— Está tudo bem Maria? — Nycolle preocupada.

A encaro com um sorriso — Sim, está tudo bem — aperto a sua mão tranquilizando-lá.

Aprendi ao longo da vida a máscara o sofrimento e a fingir que está tudo bem, mas o seu mundo desmorona a sua volta, os seus pensamentos estão confusos com as suas emoções, com dias que fica a chorar a ouvir música ou até se automutilando a esperar que a dor passe e cesse. Aprendi a fingir para as pessoas que todas essas coisas a minha volta nunca aconteceram, mas é totalmente ao contrário, porque realmente acontecem.


— Sabe que não precisa guarda tudo para si mesma — Nycolle diz apertando a minha mão com força sobre a mesa.

Por um segundo senti vontade de desmoronar em lágrimas bem ali na sua frente e esquece que tem outras pessoas por perto, mas contive-me piscando de uma forma discreta.

Estilhaça-me (Em Reescrista e Revisão) Onde histórias criam vida. Descubra agora