capítulo 6 Traumas parte 2

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Gabriel

Após terminamos de fumar, fomos guarda a cocaína e fazer a contabilidade das drogas, mais o salário dos caras essa semana. Nicolas foi pegar as caixas de cocaína no meu quarto e deixei óbvio que não queria aquelas caixas lá antes dele mesmo sequer colocá-las. Aurora dorme no meu quarto e se acontece de alguém invadir — polícia — a minha casa?! Porra parece que não pensa direito na família que nós somos.

Nicolas ainda esqueceu a sua cópia da chave em cima do caderno da contabilidade.

Que desgramado! 🙄

Não sei o que acontece com ele hoje, parece que quando ficou a saber que o Gian estava vindo, ficou inseguro. A minha irmã ama o Nicolas, porque ela escolheu o ele invés Gian — Não que torcia para o Gian ser o meu cunhado, mas sei o melhor amigo que tenho, não vou passar pano para ele, só porque nos conhecemos a mais tempo. Que essa regra sirva de aprendizado — Nicolas deveria conversar com a Gabrielle sobre isso, mas é orgulhoso demais e não vai entender o lado dela.

Escondi da Gabrielle que o Gian tentava entrar em contato com ela quando ele estava na cadeia, imagina se ela souber de uma coisa dessas? Ela vai matar-me e nunca mais vai querer falar comigo.

Saio dos meus pensamentos quando Nicolas entra no escritório guardando as caixas no armário e o trancando com a chave logo em seguida, ele senta na cadeira de frente para mim, olhando para o seu celular.

— Esqueceu a sua chave — jogo a chave no seu rosto e Nicolas leva um susto, seguro a risada que tenta escapar dos meus lábios.

— Caralho Gabriel! — Nicolas olhe-me com raiva — está maluco? Quer me deixar cego? O meu olho seu, comédia! — disse bravo e soltei a minha risada que saía até lágrimas dos meus olhos — vai a rir a sua hiena! — disse chateado com o olho vermelho.

— Calma amor — digo com a voz fina tocando a sua mão na mesa — fica com raiva não — piscou.

— Saí para lá o seu desmamado! — Nicolas puxa a sua mão com força e começo a rir de novo — amor é o meu pau — diz-me dando o dedo do meio quando grito de tanto rir — Já terminamos? — pergunta ainda chateado e sorrindo.

— Sim, vamos dormir que já estou quebrado — levanto estalando as minhas costas.

— Vejo! — Nicolas murmura e pega dois saquinhos de cocaína que estão na minha mesa para eu cheirar antes de dormir — isso fica comigo, fica a acabar consigo mesmo e depois a Gabrielle fica a chorar pelos cantos por aí porque o irmão dela fica se perdendo na vida rasa — o encaro muito puto, mas certo do que diz.

Saímos do escritório e fomos para os nossos quartos, Nicolas decidiu dormir aqui hoje, até porque estava tarde e recebemos muitas ameaças nesses anos, não quero receber a notícia de que ele foi preso ou morto. Então preferi que ele ficasse aqui e fosse embora pela manhã como combinado.

Fechei a porta do meu quarto passando a mão no rosto e puxando alguns fios do meu cabelo. É pedir a Deus para dormir bem e sem os pesadelos tão reais.

Deitei na cama e fechei os meus olhos, agora os meus demónios podem atormentar-me.

Sonho on

— ONDE ESTÁ A PORRA DAS ARMAS FILHO DA PUTA? — grita um dos policiais dando um soco no meu rosto, cuspo o sangue no chão

Estilhaça-me (Em Reescrista e Revisão) Onde histórias criam vida. Descubra agora