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Por volta das 19:30. Hailey decidiu que era hora de se arrumar. Ainda estava sensível pela conversa com a mãe, mas já não demonstrava isso.

Apostou em um look preto. Uma calça pantalona, um cropped preto, um sobretudo de couro e sandálias de salto alto. Soltou os cabelos e se maquiou um pouco.

Ficou em dúvidas sobre a roupa mas Shawn já estava ligando, ele ficou de buscá-la, e já se passava das 20:00.

Ela desceu e o encontrou escorado no carro do lado de fora da casa. Shawn fez uma leitura detalhada enquanto se aproximava, e então sorriu.

— Uau, você está deslumbrante. - Ele disse e ela sorriu sem jeito.

— Obrigada, desculpa a demora. - Se cumprimentaram com um beijo no rosto e ele abriu a porta para ela e a ajudou com a bolsa.

— Soube que seu lugar favorito aqui é o Alo… Espero que não se importe em ir comigo.

— Como soube disso? - Indagou confusa.

— Tem uma foto no seu Instagram com essa legenda… Estou sendo invasivo? - Perguntou ao entrar no carro.

— Não, tá tudo bem. Eu não vou ao Alo a um bom tempo. - Disse ela se lembrando da última vez que esteve no lugar.

Shawn era bom com assuntos, mas naquele dia em especial, sua mente não conseguia a deixar em paz. Ele não percebeu, mas ela não estava nem aí para o que ele estava dizendo.

Foi um dia complicado, e voltar ao Alo, era para ser algo bom, mas ela só conseguia pensar em Justin. Em todas as vezes que chegou ali com ele de mãos dadas, ou que o esperou e ele não apareceu. Se lembrou de todas as vezes que ficou bêbada com os drinks do bar… As vezes em que foi ali com seus amigos… Era um lugar que lhe trazia muitas lembranças, mas a predominante, era Justin a pedindo em casamento logo depois de brigarem feio.

Pediu o de sempre e ele a acompanhou. Até o mesmo vinho que Justin costumava pedir, ela pediu.

— Como foi seu natal? - Ele perguntou tirando ela de seus devaneios.

Hailey respondeu e acabou por se distrair dos pensamentos que a perseguiam. Shawn era divertido, e embora ela não estivesse acostumada com tanta atenção, ela gostou de ter os olhos dele o tempo todo nela, e de toda a importância que ele deu às coisas que ela falava.

E aquele jantar que não teria graça alguma depois de todos os últimos acontecimentos, não foi uma tortura como ela achou que seria.

— Parece mesmo gostar desse lugar, posso jurar que você conhece cada coisa aqui.

— É, eu conheço. Já fiquei bêbada aqui inúmeras vezes. Uma vez o cara do bar ligou para o meu amigo vir me buscar, porque eu estava muito ruim e queria trabalhar fazendo drinks. Foi horrível, mas é engraçado lembrar disso… Eu paguei a conta de oito pessoas… A bebida antes de te derrubar, ela te ferra de inúmeras formas.

— Você parecia aproveitar sua vida… Me desculpe por ser indiscreto, mas não sente falta disso? Porque eu acho que depois que se tornou mãe, as coisas mudaram um pouco, certo?

— Um pouco? Tudo mudou, e sinceramente? Eu não sinto falta, nada é melhor para mim do que estar com a Maia assistindo algum filme que eu já decorei as falas, como Coraline ou Barbie e as três mosqueteiras.

— Gosta muito de ser mãe… Sempre quis ter filhos, mas minhas relações não duraram o suficiente. Meu trabalho exige muito de mim, não quero ser pai só por ser, quero sentar com meus filhos e decorar as falas de um filme, só porque gosto de estar com eles… É complicado.

Murder Love (Parte 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora