Os Reveille part. 1

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– É pior do que eu pensava..– Os olhos de orbes castanho-claro se sobressaem, a boca se abrindo em surpresa em uma expressão de pura perplexidade. – Você é um otaku!

O gigantesco salão do shopping encontra-se com uma multidão fantasiada de todo tipo de criaturas, seres mágicos, super-heróis e literalmente tudo mais que se pode imaginar.

– Fico imensamente feliz em saber que você não está gostando. – Comenta o esverdeado ao lado desta com um sorriso satisfeito no rosto.

Um menino fantasiado de vampiro passa próximo desta a qual se acanha, achegando-se mais para o lado do par.

– Isso é alguma espécie de punição? Meus cupcakes te deram dor de barriga ou algo parecido? – Indaga.

Ele inicia passos adentrando mais em meio a massa colorida no salão, ela vem atrás, o alcançando e seguindo ao lado dele.

– Acha mesmo que eu gastaria o meu dia sendo uma espécie de implicância infantil contra você? Se liga garota, está se achando demais. Viemos aqui para um leilão. – Passam por uma horda de zumbis radioativos – Vai ter início às três e quarenta, então temos uma hora e meia para gastar inútilmente ao lado um do outro antes disto. Provavelmente o que eu quero vai ser a última peça a ser vendida e batendo as duas horas e meia podemos ser livres um do outro por hoje. Entendeu?

– Tudo bem, tudo bem. – Ela suspira desanimada – Fazer o quê? Trato é trato.

Embora não tenha sido feito de maneira proposital, o desgosto no rosto dela o faz sentir estranhamente bem! Aliás, vingado por terça.

De soslaio observa o demônio de cabelos ruivos ao seu lado. Ela olha para tudo quanto é lugar e pessoa no local com curiosidade, distraidamente.

Uma ideia passou por sua mente, mas logo desistiu. Gostaria de simplesmente se desvencilhar dela e se perder na multidão e, claro, isso não poderia acontecer, pelo bem dos dois, ou melhor, três. Não ia acabar bem, já que não podiam se afastar por muito tempo nessas obrigatórias longas horas juntos.

Teve de manter os olhos nela de dois em dois segundos, se concentrando ao máximo, já que as pessoas tinham o estranho hábito de se perder dele. Algumas veias saltam pelo esforço, nunca imaginou que isso poderia ser tão difícil. Tem a sensação que a qualquer deslize a bruxa poderia sumir de vista em um pift poft bum.

– Ali Zoro, sua família. – A garota ri e aponta um dedo em direção a um grupo de pessoas musculosas com roupas primitivas e pintadas completamente de verde, menos os cabelos, trançados como tribais.

– Para a sua informação aquilo não são ogros, são orgcs. – Diz, o tom na tentativa de parecer indiferente a ofensa.

Ela dá de ombro com desdém como se dissessem "tanto faz".

Bruxa... sua mente rosna.

Não muito longe dali...

Em um espaço exclusivo em uma das tendas montadas ali no espaço, um grupo de cavaleiros vestindo armaduras brilhantes qual sobrepunha-se um manto sobre as costas com a imagem de duas asas cruzadas, armados em suas cinturas com espadas de punhos personalizados tendo na guarda o pequeno símbolo de uma estrela. Reunidos em volta da mesa qual contém um tabuleiro com mini bonecos pretos e brancos sobre a imagem de um mapa que em grandes letras em maiúsculo se lia "Vearth". As vozes discutem entre si táticas enquanto moviam as peças brancas no mapa.
Tão envolvidos não notam sequer o jovem loiro eufórico adentrando ofegante a tenda. O cavaleiro de classe baixa, ao se deparar com a cena, de repente fica sem jeito de interromper tamanha discussão dos superiores.

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⏰ Última atualização: Apr 18, 2022 ⏰

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